Arquivo de Setembro, 2011

A 26a. rodada do Brasileirão serviu para definir, cada vez mais, os times que irão brigar pelo título até o final do campeonato. Na opinião desse blogueiro, pelo título irão brigar Vasco, Corinthians, São Paulo e Botafogo.

Sim, pode aparecer no meio disso tudo um Fluminense, um Flamengo, um Inter ou até um Palmeiras, times que estão há, no máximo, 10 pontos do líder, e que têm que fazer direitinho o seu dever de casa e ainda torcer por alguns tropeços dos 4 primeiros, mas que na minha opinião irão brigar por uma ou duas vagas da Libertadores, e nada mais.

Na parte de baixo da tabela, condeno o América e o Avaí a já planejarem 2012 na Série B do campeonato. À partir daí, Atlético-PR, Atlético-MG, Cruzeiro, Bahia e Ceará brigarão ponto à ponto para não caírem. Sim, também podemos ter um Grêmio ou até mesmo um Atlético-GO, mas, pelo futebol que vêem jogando, não acredito que esses dois times terão tal sorte.

Coritiba, Figueirense e Santos, salvo alguma seqüência de vitórias ou derrotas, irão aparecer no meio da tabela até o final, arrancando pontos importantes daqueles que postulam o título, ou que fogem do rebaixamento e sendo o fiel da balança num campeonato tão equilibrado e emocionante.

De maneira geral, acredito que serão essas as disputas daqui por diante.

O último final de semana apresentou dois ótimos jogos (Botafogo 2×2 São Paulo, Cruzeiro 0x3 Vasco), um empate sofridíssimo (Atlético-GO 1×1 Palmeiras), uma derrota inesperada (Santos 2×3 Figueirense), uma vitória magra (Corinthians 1×0 Bahia) e uma arbitragem polêmica (Atlético-PR 1×1 Fluminense).

Faltam 36 pontos (para a maioria dos times) e, analisando friamente, o time que tem a tabela mais fácil, ou menos complicada, daqui pra frente é o Botafogo, que, além de ter um jogo a menos, enfrentará 9 times que não estão na disputa pelo título ou pela Libertadores, sendo 4 em casa. São Paulo e Corinthians também não têm uma das tarefas mais complicadas, já que pegam 8 jogos contra times que não disputam título ou Libertadores. O time com a tabela mais complicada é o Vasco da Gama, que tem que enfrentar seus 7 concorrentes diretos, sendo 4 desses jogos em casa. Parada duríssima para o time Cruzmaltino.

Óbviamente que o fato de um time não estar disputando o título, ou uma vaga à Libertadores, não quer dizer que ele não esteja disputando nada, nem que entrará sem interesse na partida. Pegar um Atlético-MG, ou PR, daqui pra frente será uma pedreira. Jogar contra o Coritiba, em Curitiba será dureza, como sempre foi. E aqueles que enfrentarão o Santos que não fiquem espertos, se não acabam levando uma bela sova…

Nesse campeonato a conta não deverá mais ser quem ganhará mais pontos desses 36, e sim quem perderá menos!

O que parecia ser perfeito para o Vasco da Gama, até iniciar o jogo de ontem em São Januário, acabou se tornando perfeito para o Botafogo, que, diferente do seu rival, ganhou seu jogo contra o Grêmio e roubou a terceira colocação do Corinthians. Sendo o único a se aproveitar

Ao Vasco restou se contentar com um empate em 1 a 1 com o Atlético-GO e apenas abrir um ponto de vantagem sobre o vice-líder São Paulo.

Agora o Vasco tem 46 pontos, o São Paulo 45 e Botafogo e Corinthians 44. Mais distante temos o Fluminense com 40 pontos e o Santos que, apesar de ter apenas 35, pode chegar a 41 se vencer os jogos atrasados contra Botafogo e Grêmio. Lembrando, também, que o Bota pode chegar a 47 pontos se vencer esse jogo contra o Santos. Jogo que, desde hoje, promete!

Para essa rodada, destaque maior para o clássico entre Botafogo e São Paulo, além de Inter e Atlético-MG e Cruzeiro e Vasco. Três jogos que vão mexer com o campeonato nas primeiras colocações e que podem reconduzir o Corinthians à liderança do Brasileirão, ou colocar pela primeira vez o Botafogo no  topo da tabela.

O único entre os quatro primeiros que tem a vida um pouco menos complicada é o Corinthians, que pega o Bahia em casa. Isso pode parecer fácil, mas não será. O Bahia vem em plena recuperação, lutando para se afastar cada vez mais da zona de rebaixamento e vai dificultar e muito a vida do time do Parque São Jorge (que já não está nada fácil).

Santos, Flamengo e Fluminense jogam no sábado e, teoricamente, têm 3 pontos quase que garantidos, ao enfrentarem Figueirense, América e Atlético-PR respectivamente. Talvez com o Flu com o jogo mais complicado dos três.

Completando a rodada Avaí e Grêmio, Atlético-GO x Palmeiras e Ceará x Coritiba fecham a rodada em três jogos de meio de tabela que talvez não interfiram em muita coisa do campeonato.

Se você perguntasse na saída do Morumbi ontem quem gostou do jogo, a única resposta que iria ouvir seria: os cariocas. Sim, porque o apático 0 a 0 entre São Paulo e Corinthians deixou as torcidas de Vasco e Botafogo extremamente felizes, e as torcidas de São Paulo e Corinthians muito desapontadas.

O jogo em si foi fraco e, se alguém merecia vencer, esse alguém era o São Paulo. Colocou uma certa pressão nos primeiros e nos últimos minutos do primeiro tempo, inclusive mandando uma bola na trave com Casemiro, e foi só. No segundo tempo o Corinthians dominou um pouco mais a situação, mas nada que levasse perigo ao gol do Rogério Ceni.

E, com isso, o Vasco da Gama, que joga hoje contra o Atlético-GO em casa, pode abrir 3 pontos de vantagem para o vice-líder São Paulo (que ocupa provisóriamente a liderança pelo saldo de gols). Mas, alguém aí duvida que o Vasco ganhe hoje? Bem, lembro aos leitores que o Atlético ganhou de 2 a 0 do Santos e de 4 a 1 do Flamengo, no Rio de Janeiro. Todo cuidado é pouco.

Quem também gostou do empate no Majestoso foi o Botafogo, que se vencer seu jogo de hoje rouba a terceira colocação do Corinthians, empatando em número de pontos mas levando vantagem no saldo de gols. Sem considerar que tem um jogo a menos que os três que estão a sua frente. O único problema é que o Botafogo vai jogar contra o Grêmio em Porto Alegre. Essa tarefa já é indigesta em qualquer situação, mais ainda quando o Grêmio vem de uma acachapante derrota para o Vasco, por 4 a 0. Parada duríssima para o time de General Severiano.

Fora isso, destaque positivo para as vitórias de Fluminense e Santos, que cada vez mais estão entrando na briga pelo título, sendo os dois melhores times do segundo turno e negativo para a derrota do Cruzeiro e o empate entre Flamengo e Atlético-MG, que não foi bom para nenhum dos dois.

Por falar em Cruzeiro e Atlético-MG, o que está acontecendo com o futebol mineiro? Que o América-MG freqüentasse a zona de rebaixamento já era esperado. A dificuldade do Atlético-MG em se afastar dessa zona já é preocupante, desde que ele não caia. Agora, a aproximação do Cruzeiro com a zona de rebaixamento é extremamente incomum e preocupante. O Cruzeiro é, sem dúvida, o time mais bem estruturado de Minas Gerais, está atualmente entre os cinco maiores do Brasil de acordo com nosso Ranking e, até o final do primeiro turno, brigava por uma vaga na Libertadores, ou até mesmo pelo título nacional desse ano. Estranho, muito estranho…

Para encerrar a rodada o combalido Palmeiras recebe o Ceará, num jogo que pressinto que será péssimo… boa sorte aos que irão ao Canindé para assistir essa partida!

Entendendo que o Blog e o Ranking que eu criei são coisas diferentes, porém que andam de mãos dadas, resolvi mudar o nome e o endereço do blog, criando algo mais, como posso dizer, fácil e popular.

Futebol em Terras Brasilis será o nosso novo nome, e irei, sempre à medida do possível, postando opiniões sobre fatos e jogos da maior paixão nacional.

Por se tratar de apenas um hobby, não me obrigo a sempre manter atualizado, ou mesmo a comentar e discutir sobre tudo o que se passa no cenário do futebol brasileiro. Acho até que isso seria impossível para um amador como eu.

O blog continuará tendo o Ranking como seu carro-chefe. Ao final de cada disputa oficial, sempre na medida do possível, irei atualizar o Ranking e divulgar tal atualização no blog.

Espero que gostem do novo nome e que divulguem o blog para seus amigos.

Abraços.

Dos jogos de hoje da 25a. rodada, destaque total para o clássico Majestoso, na casa tricolor, às 22 horas, com transmissão direta na TV aberta.

Jogaço com temperos pra lá de apimentados: goleada Corinthiana no último jogo; possibilidade de estréia do atacante Luis Fabiano pelo tricolor; crise no Parque São Jorge; liderança provisória (ou até definitiva) em jogo; além de toda rivalidade que foi extremamente ampliada nos últimos 12 anos, fazem desse o jogo mais esperado da quarta-feira.

O Corinthians entra em campo após duas derrotas e com a moral de quem perdeu a liderança na última rodada, mais preocupado com seus problemas extra-campo (como possível troca de técnico, protesto de torcida, Adriano), além de toda a pressão pela campanha nas últimas 14 rodadas. Já o São Paulo, que não tem nada a ver com isso, vem de uma boa goleada e quer usar o fator psicológico para vencer seu rival.

Por falar, me questiono quem foi o troglodita mental que marcou esse clássico para uma quarta-feira às 22 horas. Um absurdo, desses que só vemos em terras brasilis.

Outro jogo de grande destaque, por ser um clássico nacional que até já decidiu o Brasileirão em 1980 e que hoje tem uma importância bem diferente daqueles tempos áureos, será entre o Galo, que precisa desesperadamente de uma boa vitória para fugir da zona do rebaixamento, e pode usar o fator casa pra conseguí-la e o Flamengo, que por sua vez também precisa desesperadamente da vitória, mas para afastar a crise da Gávea e acompanhar os líderes do Campeonato. Jogaço!

Temos também, em Pituaçú, outro jogo envolvendo campeões brasileiros: Bahia x Atlético-PR. Pena que o jogo vale 6 pontos para fugir da zona de rebaixamento. O Tricolor bahiano é o primeiro time fora da zona de rebaixamento e vem empolgado depois de quebrar a seqüência de 4 vitórias do Fluminense, aplicando-lhe 3 a 0 no último domingo. Já o Furacão está em 18o. e, mesmo que ganhe, continua na zona de rebaixamento até a próxima rodada (no mínimo).

Nos demais jogos, o Fluminense recebe o Avaí para voltar à briga pelo título, o Santos visita o América-MG de olho em mais uma vitória para confirmar a boa fase, o Inter vai à Floripa para jogar contra o Figueirense e Coritiba e Cruzeiro (mais um jogo envolvendo campeões brasileiros) fazem outro jogo que deve ser bom de ser visto, mas que pela posição dos times na tabela não deve atrair tanta atenção.

Hoje, sem dúvida alguma, paro tudo para assistir ao Majestoso.

Até que demorou para o Corinthians perder a liderança do Campeonato Brasileiro. Demorou mas não falhou.

Não podemos conceber que num campeonato tão disputado, com tantos times favoritos ao título, uma equipe se mantenha na liderança há pelo menos 10 rodadas sem estar merecendo esse posto.

Sim, porquê o time do Corinthians, apesar de ter conquistado 9 vitórias nos seus dez primeiros jogos, nos últimos 12 confrontos venceu apenas 4 partidas, tendo perdido para Figueirense, Palmeiras, Coritiba, Fluminense e Santos, e empatado com  Atlético-PR, Santos (em jogo adiado do primeiro turno) e Ceará. De 36 pontos o Corinthians conquistou apenas 15, um aproveitamento de 41,7%, o quê equivale à 14a. ou 15a. colocação.

O Santos, que não tem nada a perder, fez um belo jogo e um enorme favor ao campeonato.

Por sua vez, o novo líder Vasco, vem desde a 12a. rodada (pode procurar no meu blog, que nessa rodada eu destaquei a campanha do Vasco, então na 4a. colocação), fazendo um campeonato equilibrado e, se não está tão destacado de seus rivais na disputa pelo título, joga sem pressão por já ter conquistado a Copa do Brasil, tem um elenco interessante e aplicou uma bela goleada no Grêmio. É sim um dos candidatos fortes ao título.

Goleada que o vice-líder São Paulo aplicou no novíssimo candidato ao rebaixamento Ceará, e que deixa o clássico dessa quarta-feira (um ótimo dia e horário para se marcar um clássico) ainda mais apimentado.

Por falar em clássico, no Rio de Janeiro Botafogo e Flamengo empataram em 1 a 1, resultado que não foi bom para ninguém. O Botafogo perdeu a oportunidade de assumir a 3a. colocação e o Flamengo esticou para nove o número de jogos sem vitória.

No mais, Fluminense e Internacional deixaram escapar a oportunidade de colar nos líderes, o Palmeiras segurou um empate quase que heróico em Florianópolis e o Atlético-MG entrou novamente na zona de rebaixamento, e deverá tomar muito cuidado para não permanecer nessa posição após a 38a. rodada.

Quarta-feira tem mais!

Três clássicos, sendo dois regionais, marcam a 24a. rodada do Campeonato Brasileiro: em São Januário, amanhã, o Vasco recebe o embalado Grêmio; no domingo, em São Paulo, Corinthians e Santos fazem o clássico mais antigo do estado; enquanto que no Rio de Janeiro, Flamengo e Botafogo fazem o clássico da recuperação.

Três jogos que colocam 4 times que brigam diretamente pelo título em campo. Três jogos que prometem e que é impossível se fazer qualquer previsão.

Da ponta da tabela ainda temos o São Paulo recebendo o Ceará, o Fluminense indo até Pituaçu para jogar contra o Bahia e o Inter recebendo o perigoso Coritiba. Missão mais complicada para o tricolor carioca, já que pegará um Bahia precisando do resultado após duas derrotas seguidas. São Paulo e Inter devem vencer seus jogos e continuar na briga pelo título.

O Palmeiras, que também está na briga pelo título na opinião desse blogueiro, irá pegar o Avaí, em SC, com o time da casa precisando do resultado para fugir do rebaixamento. Jogo duro, mas de possível bom resultado para os paulistas.

Atlético-GO e Atlético-MG fazem um dos jogos mais desinteressantes da rodada, apenas com o risco do Galo voltar para a zona de rebaixamento no caso de uma derrota.

Atlético-PR e Figueirense duelam em Curitiba, com o time da casa na tentativa de mais uma vitória para fugir do quase certo rebaixamento, enquanto que o time catarinense, em 10o, parece querer apenas se manter nessa confortável posição.

E, em Minas, o “clássico” entre Cruzeiro e América servirá para os Cruzeirenses se reencontrarem com a vitória e, quem sabe, voltarem a sonhar com as primeiras colocações.

E aí, na sua opinião, quem terminará a rodada na liderança? Corinthians, 43 pontos, Vasco, 42, São Paulo, 41 ou Botafogo, 40???

Qual fórmula mais funcionaria para o futebol brasileiro? Como abordado no post “Pontos corridos ou mata-mata? – Parte 1”, vimos os prós e contras de dois sistemas bem conhecidos pelo torcedor brasileiro: o sistema de pontos corridos e aquela fórmula de uma primeira fase com todos jogando contra todos e os oito primeiros se classificando para um sistema mata-mata, uma fase final.

Qualquer uma dessas formas, com algumas exceções, inclui apenas 20 times na primeira divisão (ou algum número aproximado a isso) que fica, geralmente, dominada pelos 12 times do primeiro escalão do futebol nacional (Grêmio, Internacional, São Paulo, Corinthians, Palmeiras, Santos, Flamengo, Fluminense, Vasco da Gama, Botafogo, Cruzeiro e Atlético-MG).

É certo que até hoje esses times foram os que mais fizeram por merecerem, seja administrativamente ou esportivamente, essa dominação do Campeonato Brasileiro. Das 44 edições do campeonato até hoje apenas em 4 oportunidades tivemos um campeão que não fosse um dos doze times citados acima. Mas aí entra a pergunta: Tostines vende mais por quê é fresquinho, ou é fresquinho por quê vende mais? Ou seja, esses times são os maiores por quê dominam o campeonato brasileiro, ou dominam o campeonato brasileiro por que são os maiores?

De qualquer forma, e sem entrar em outros méritos do assunto como situação economico/financeira, política, marketing, propaganda e muitas outras que devem sim serem analisadas ao se propor uma mudança dessas, vou descrever como seria o Campeonato Brasileiro mais justo e democrático, com maior retorno financeiro pros clubes, que eu imagino.

Eu organizaria um campeonato que atendesse a todas as regiões do país e que, tanto um Paysandú, quanto um São Paulo, tivessem as mesmas chances de serem campeões. Um campeonato dividido em duas partes: a primeira, e mais longa, regional, com os times disputando em suas regiões demográficas; a segunda, e mais curta, uma fase que definisse o campeão nacional utilizando apenas os melhores colocados regionalmente.

O campeonato seria dividido, então, em cinco campeonatos regionais: Sul; Sudeste; Centro-oeste; Nordeste; e Norte. Cada uma das regiões teriam 16 clubes na sua primeira divisão, totalizando 80 clubes disputando o nacional.

O sistema de disputa dessa primeira fase ficaria a critério de cada organização regional, que poderíamos chamar de liga, porém com um número limite de datas e todas começando e terminando no mesmo dia. Cada liga teria o seu campeão, seu vice-campeão e seus times rebaixados para a segunda divisão (o número ficaria a critério de cada liga).

A fase final, e nacional do campeonato, seria disputada pelos 16 melhores clubes dessa primeira fase. Os cinco campeões, vices, terceiros e uma última vaga para o campeão nacional do ano anterior (ou o melhor 4o. colocado entre as cinco ligas).

Aí viria a parte mais interessante e importante do campeonato, com esses dezesseis clubes, no mínimo três de cada região do país, disputando em sistema mata-mata, em três jogos e sem vantagem de empate pra ninguém, até a grande final, disputada em jogo único e em estádio pré-estabelecido.

Não sei, pode ser uma viagem da minha parte, mas acredito que uma fórmula dessa, sendo jogada com o mesmo regulamento por vários anos seguidos, poderia sim fortalecer times do Norte, Nordeste e Centro-oeste, regiões que têm torcidas fanáticas por futebol, clubes de massa, e carência de representatividade no esporte nacional.

Com essa fórmula eu excluiria a Copa do Brasil do calendário e relegava aos campeonatos estaduais a função de segunda divisão das ligas regionais.

Novamente, digo que para se implantar um sistema desse, óbviamente teriam que ser analisadas muitas outras situações, políticas, de mercado, de interesses. Sei disso, e sei que é um tanto utópico achar que isso um dia seria feito. Mas é só uma sugestão, para debate.

As grandes mudanças da sociedade ocorrem através de pequenos debates.

Após a vitória do Internacional-RS sobre o Independiente-ARG válida pela Recopa Sul-Americana de 2011 no último mês de Agosto, e conseqüente conquista Colorada desse título sul-americano, o autor desse blog e idealizador do seu Ranking analisou históricamente essa competição e decidiu incluí-la como competição válida para o Ranking do Futebol Brasileiro.

A Recopa:

A Recopa Sul-Americana é disputada entre o campeão da Taça Libertadores de América e o campeão da Copa Sul-Americana do ano anterior, geralmente no início do segundo semestre e atualmente é decidida em dois jogos, o primeiro na casa do time vencedor da Copa Sul-Americana e o segundo na casa do time campeão da Libertadores.

Mas nem sempre foi assim.

Esse torneio começou a ser disputado em 1989 e no início era jogado entre o campeão da Taça Libertadores da América e o campeão da Supercopa dos anos anteriores ao ano de disputa e, diferentemente da Recopa Européia, não abre a temporada do ano seguinte.

Entre 1999 e 2002 o torneio não foi organizado pela Conmebol, voltando a ser disputado em 2003 em jogo único e campo neutro (pré-definido), entre os campeões da Libertadores e da Sul-Americana do ano anterior, passando ao formato atual (dois jogos nos estádios dos times envolvidos) apenas em 2005.

O Brasil na Recopa:

Os brasileiros já conquistaram a Recopa em seis oportunidades. Em 1993 e 1994 o São Paulo de Telê Santana, que ganhou tudo naquela época, ganhou também a Recopa, jogando em 1993 contra o Cruzeiro (campeão da Supercopa Libertadores de 1992) e contra o Botafogo em 1994, quando o São Paulo nem precisava disputar a Recopa, uma vez que havia ganho a Libertadores e a Supercopa de 1993. O Botafogo entrou como convidado por ganhar a Copa Conmebol de 1993.

Em 1996 foi a vez do Grêmio, campeão da Libertadores de 1995, vencer o Independiente em jogo único, realizado em Kobe, no Japão. Voltando ao sistema ida e volta o Cruzeiro bateu o River Plate em 1998 e foi o terceiro time a levantar a taça da Recopa Sul-Americana.

Nesse século o Internacional foi o único clube brasileiro a ganhar a Recopa, fazendo isso por duas vezes. Em 2007 o Inter bateu o Pachuca do México (apesar do México não ser da América do Sul, o Pachuca foi sim o campeão da Sul-Americana de 2006) e agora em 2011 repetiu o feito contra o Independiente.

Curiosidade é o fato de que todos os brasileiros que ganharam a Recopa foram campeões da Libertadores no ano anterior e nunca da Sul-Americana (ou Supercopa até 1998).

Além desses títulos fomos vices em 1992/93 com o Cruzeiro, 1994 com o Botafogo, 2006 com o São Paulo e 2009 com o Internacional.

A Recopa no Ranking:

A conquista da Recopa Sul-Americana valerá ao campeão 1.000 pontos no ano de sua conquista e sofrerá o mesmo critério de depreciação dos demais títulos. Por se tratar de um título disputado apenas entre duas equipes, em dois jogos, o vice campeonato não será premiado com pontuação.

A pontuação foi definida obedecendo o critério de importância da competição e status da conquista para o torcedor em geral.

A inclusão desse torneio não alterou as posições dos clubes no Ranking Geral, permanecendo o São Paulo em primeiro, agora com 24.832,25 pontos, Internacional em segundo com 19.440,13 pontos e o Grêmio em terceiro com 17.609,13 pontos.

Lí em uma reportagem no site do Uol Esporte (http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2011/09/13/diretor-do-corinthians-defende-volta-do-mata-mata-e-mais-rentavel-e-democratico.htm) que o Diretor de Marketing do Corinthians, Luis Paulo Rosemberg, defende a volta do sistema de mata-mata para o Campeonato Brasileiro, alegando que além de mais rentável, esse sistema é mais democrático.

Assunto polêmico e que rende grandes discussões em rodas de bar e arquibancadas pelo Brasil afora.

Em partes eu concordo com o que o Luis Paulo Rosemberg disse. Em partes…

Mas o que seria melhor para o futebol brasileiro? Vamos analisar.

Acho que o sistema atual, além de elitizar mais o campeonato, o torna menos rentável para clubes e detentores do direito de imagem, uma vez que não há uma fase sequer em que o campeonato seja mais ou menos importante. A importância dos jogos é a mesma da primeira à última rodada, o que impede uma negociação mais forte das equipes e de quem transmite o evento com seus patrocinadores. Isso impede o tal Marketing de oportunidade, como existe na NFL (liga americana de futebol) com o Super Bowl, a grande final do campeonato, onde o país literalmente pára no primeiro domingo de todo Fevereiro para acompanhar um único jogo. É fato.

Como fato é também que o sistema de pontos corridos é mais justo com seu campeão. O time que acumula mais pontos é campeão e ponto. Justo e frio assim. Ou alguém aí discorda que o São Paulo tenha merecido os três títulos conquistados entre 2006 e 2008? Ou, mais ainda, alguém discorda que o Cruzeiro, campeão de 2003 com 31 vitórias em 46 jogos, não tenha merecido seu único título?

Porém, como eu disse, esse sistema elitiza o campeonato e diminui e muito a possibilidade de times médios e pequenos de aparecerem no cenário nacional. Como exemplo, vou listar abaixo os campeões e vices desde 2003, ano que essa fórmula foi adotada no Brasileirão, e os campeões e vices de 1995 à 2002, os oito anos anteriores à adoção dos pontos corridos:

Campeões e vices – Pontos Corridos

Campeões e vices no Sistema Mata-Mata

2003

Cruzeiro – MG

1995

Botafogo – RJ

Santos – SP

Santos – SP

2004

Santos – SP

1996

Grêmio – RS

Atlético Paranaense – PR

Portuguesa – SP

2005

Corinthians – SP

1997

Vasco da Gama – RJ

Internacional – RS

Palmeiras – SP

2006

São Paulo – SP

1998

Corinthians – SP

Internacional – RS

Cruzeiro – MG

2007

São Paulo – SP

1999

Corinthians – SP

Santos – SP

Atlético Mineiro – MG

2008

São Paulo – SP

2000

Vasco da Gama – RJ

Grêmio – RS

São Caetano – SP

2009

Flamengo – RJ

2001

Atlético Paranaense – PR

Internacional – RS

São Caetano – SP

2010

Fluminense – RJ

2002

Santos – SP

Cruzeiro – MG

Corinthians – SP


Tivemos 11 times diferentes entre 1995 e 2002, sendo que desses ao menos três podemos chamar de times médios e/ou pequenos (vide suas colocações em nosso Ranking Geral). São eles: Portuguesa, Atlético Paranaense e São Caetano (esses últimos inclusive disputando a final de 2001). No sistema de Pontos-Corridos foram 9 times que apareceram nas duas primeiras colocações e apenas um que não é considerado grande foi vice em 2004, o Atlético Paranaense. Percebe-se aí uma maior dificuldade para times de menor expressão se destacarem nesse tipo de campeonato.
 
Além disso, o sistema com vinte times na primeira divisão, formato europeu, funciona melhor para países de território pequeno, com menos estados e provincias, com menos população, como Espanha, Itália, Inglaterra e Argentina. Eu comparo esses campeonatos com os estaduais que temos no Brasil, pois são geralmente disputados por 2, 3 ou no máximo 4 times com reais possibilidades de serem campeões e os demais não passam de meros figurantes.
 
Será que manter essa fórmula de disputa não vai, com o passar dos anos, transformar o Brasileirão em um campeonato de 4 ou 5 times com chances de título e os demais apenas em meros figurantes?
 
Porém esse blogueiro não considera o melhor formato aquele que foi disputado na maior parte das vezes entre 1971 e 2001, com alguns times jogando num turno único e os oito primeiros (ou 16 primeiros como ocorreu em 2000) disputando um sistema de mata-mata.
 
Esse sistema apresenta injustiças como as de 1990 e 2002, onde os times campeões se classificaram na bacia das almas, na última rodada (com o Santos de 2002 perdendo seu jogo e se classificando por conta do resultado de um terceiro) e levaram o caneco por fazerem seis jogos épicos.
 
Além disso, vale mencionar que mesmo esse sistema de disputa colocava apenas 20 (ou algo parecido, dependendo do ano e das viradas de mesas) times para disputar a primeira divisão, o quê ajudava, de certo modo, na elitização do campeonato.
 
E não podemos esquecer que foi só à partir de 2003 que nos acostumamos com uma única forma de disputa, pois antes disso cada ano era de um jeito diferente, tendo ocorrido até campeonatos que tiveram suas fórmulas mudadas no decorrer da competição. Era a pura bagunça, desorganização e falta de profissionalismo.

Mas, então, qual seria a melhor forma de disputa? Qual formato permite trazer mais patrocinadores, emoção e equilíbrio ao Campeonato Brasileiro? Qual?