Posts Tagged ‘futebol brasileiro’

Jornal brasileiro compila o número de gols de todos os jogadores em atividade e chega a conclusão impressionante!

Esqueça Ibrahimovic, Neymar, Cristiano Ronaldo e Messi.

Em um estudo inédito, ao menos pra mim, o jornal Correio Brasiliense levantou o número de gols marcados pelos atacantes que atuam nas principais ligas do mundo e viu que nenhum desses é o maior artilheiro da atualidade.

E, para quem ainda não leu a matéria, a constatação é impressionante.

O maior artilheiro em atividade no mundo joga no Futebol em Terras Brasilis.

E também não estamos falando de Guerrero, de Fred e nem de Luís Fabiano.

Estamos falando do veteraníssimo Magno Alves, atacante do Ceará.

Sim, ele mesmo.

Aquele que já jogou no Fluminense, no Criciúma e no Atlético Mineiro (entre muitos outros).

O Magnata, como é conhecido, tem 427 gols marcados na sua carreira (em jogos oficiais por clubes), sendo 112 pelo Flu, 99 pelo Vovô, 18 pelo Galo e 8 pelo Criciúma.

Além desses clubes, Magno Alves já jogou por mais 8 equipes, entre brasileiras e estrangeiras, tendo marcado, nessas equipes, 190 gols.

Como você pode ter reparado, o levantamento feito pelo Correio Brasiliense computa apenas gols marcados em jogos oficiais por clubes, e não por seleções.

Talvez, se somarem os gols por seleções, o segundo colocado passe pelo atacante brasileiro com certa folga.

E aí você se pergunta, se já não olhou no gráfico abaixo, quem é o segundo maior artilheiro do mundo?

E aí já não sobram mais mistérios, afinal o cara fez 5 gols no último jogo de seu time pelo Campeonato Espanhol e está bombando há algumas temporadas.

Sim, estamos falando de Cristiano Ronaldo.

Que possivelmente irá passar pelo artilheiro brasileiro em pouco tempo, afinal a diferença entre eles é de apenas 5 gols.

O que diferencia, e muito, Cristiano Ronaldo é que o craque português tem 30 anos, enquanto que o atacante brasileiro já tem 39, além, é claro, da gorda conta bancária.

Ou seja, temos pouco tempo para comemorar essa marca.

Outro fato interessante é saber que, enquanto o artilheiro brasileiro desfilou por gramados de 12 equipes, CR7 jogou em apenas três clubes: Sporting Lisboa, Manchester United e Real Madrid.

Veja abaixo a lista dos 8 maiores artilheiros do mundo em atividade (considerando apenas jogos oficiais por clubes):

maiores artilheirosPara ver a reportagem no sítio do Correio Brasiliense, clique aqui.

Blog analisa os programas de sócios-torcedores dos 18 maiores clubes do país e diz: ainda há muito o que se fazer!

Moda entre os principais clubes do Futebol em Terras Brasilis, os programas de sócios-torcedores têm sido visto, nos últimos anos, como uma das principais fontes de renda dos maiores clubes do país.

Atraindo cada vez mais torcedores com o mote de ajudar seu clube do coração, além de acentuar algumas rivalidades locais, temos visto e ouvido falar cada vez mais sobre esses programas, principalmente no que tange à quantidade de associados em cada clube.

De olho em um mercado com potencial enorme de crescimento, algumas das maiores empresas do país (lideradas pela gigante de bebidas Ambev) se uniram há uns dois anos, sob a tutela do ex-jogador Ronaldo (fenômeno), para criar o Movimento por um Futebol Melhor, em que descontos em seus produtos e serviços passariam a fazer parte do rol de benefícios dados aos sócios-torcedores de muitos dos clubes que têm esse programa.

Ou seja, o negócio é realmente atraente.

A história desses programas é mais longa do que imaginamos.

Lembro-me de já na década de 90 ver o São Paulo, vanguardista que era naquela época, lançar o seu programa de sócio-torcedor.

Mesmo estando na vanguarda, não foi o Tricolor do Morumbi quem melhor lidou com esse programa.

Na década passada assistimos ao surgimento daquele que é, hoje, o programa que mais conta com sócios no país: o do Internacional.

Com pouco mais de 130 mil torcedores adimplentes (em dia) com o clube, o Sport Club Internacional é, há algum tempo, o clube brasileiro com maior número de sócios.

Não contente em só ver esse número, esse blogueiro que vos escreve foi pesquisar cada um dos programas dos 18 maiores clubes do país, de acordo com o nosso Ranking, para verificar o que pode ser melhorado e quanto que esses programas estão realmente beneficiando nosso futebol.

A primeira pesquisa, e mais óbvia, foi sobre o tamanho de cada programa. Mas não me contentei apenas em verificar o número de torcedores adimplentes. Fui um pouco mais afundo nessa questão e verifiquei a proporcionalidade de sócios-torcedores no número de torcedores que cada clube tem.

E chegamos ao seguinte quadro:

Sócio-Torcedor - Total

Aqui os clubes aparecem ordenados pela proporção de sócios em relação ao número de torcedores. Ao lado de cada coluna temos a colocação do clube na coluna que se refere.

Antes de analisá-lo, vale informar as fontes: o número de sócios torcedores eu peguei no site do Movimento por um Futebol Melhor. Esses são números de 11/03/2015.

Já o tamanho da torcida eu peguei da pesquisa da agência Pluri Pesquisas Esportivas, de 2013, pesquisa essa com a menor margem de erro já divulgada.

O primeiro fato que chama a atenção, logo de cara, é que nenhum clube brasileiro ainda conseguiu atingir o percentual que o Benfica, de Portugal, tem de sócios. O time lusitano tem 4% de seus torcedores inscritos no seu programa de sócios e é, atualmente, o clube recordista de sócios no mundo.

O segundo ponto que chama a atenção, e esse muito interessante de se ver, é que nenhuma das 4 maiores torcidas do país está entre as primeiras colocadas no número proporcional de sócios. Muito pelo contrário.

Flamengo, Corinthians, São Paulo e Vasco da Gama aparecem, respectivamente, na 14ª, 13ª, 12ª e 15ª colocações quando analisamos proporcionalmente seus programas de sócios-torcedores.

Muito pouco para esses gigantes.

Se analisarmos em números absolutos o Corinthians aparece em 3º lugar no número de sócios, o que alivia um pouco a barra do clube do Parque São Jorge.

Mas Flamengo, 7º no total de sócios, São Paulo, 8º no total, e Vasco, 13º no total estão muito aquém do que se esperava, em se tratando de tamanho de suas torcidas.

Na ponta da tabela vemos os dois grandes do Rio Grande do Sul, com uma diferença bem grande no número total de sócios. Enquanto que o Colorado tem 2,59% de sua torcida cadastrada, o Tricolor Imortal, dono da maior torcida do estado, tem pouco mais de 1,30% de seus torcedores no plano de sócios.

Vale lembrar que os gaúchos aparecem em 8º e 10º colocados na pesquisa de tamanho das torcidas, o que nos leva a crer que a rivalidade local é uma grande incentivadora na disputa pra ver quem tem mais sócios.

Um número que me surpreendeu, positivamente, mas que por si só não fala muita coisa, foi o número de sócios-torcedores do Bahia. O Tricolor da Boa Terra aparece em 4º lugar entre os que mais possuem sócios proporcionalmente à sua torcida.

Outra curiosidade foi não conseguir encontrar o número de sócios-torcedores dos dois times paranaenses. Como ambos não fazem parte do Movimento por um Futebol Melhor, não conseguimos verificar quantos sócios tem cada clube.

Pra finalizar a análise dos números, vale um grande destaque para a torcida do Palmeiras, que até bem pouco tempo atrás nem tinha programa de sócio torcedor, mas que nos últimos meses fez explodir o número de associados em seu programa, sendo o segundo clube do país a ultrapassar a marca dos 100 mil torcedores adimplentes.

Quanto tempo não se perdeu no Palmeiras até começarem a entender que é, e sempre será, a sua torcida que levará o clube para o topo sempre?

Esmiuçando os programas:

Como eu disse, nessa pesquisa eu não me contentei em apenas verificar o número de sócios-torcedores de cada clube.

Não.

Eu acessei cada um dos sites, vi cada um dos planos, comparei seus valores e seus benefícios e me sinto pronto para afirmar: ainda há um longo caminho a percorrer se os clubes querem realmente ganhar dinheiro com seus programas de sócio-torcedor!

A começar por um ponto em comum entre todos os programas: todos, sem exceção, tem como ponto central na captação de sócios o ingresso aos jogos dos times.

Erro primário dos gestores desses programas ao acreditar que todos os torcedores querem ir ao estádio para acompanhar seus times.

Há algumas exceções, como é o caso do programa do Internacional, que prevê um valor menor de mensalidade de acordo com a distância que o torcedor residir do clube (o que indiretamente significa que esse torcedor vá menos ao estádio).

Mas, mesmo nessas exceções, o ponto central da captação é a compra do ingresso (seja preferência na compra, seja compra com desconto).

E aí eu sugiro ao amigo leitor que faça a seguinte conta: imagine se todos os torcedores do Corinthians quisessem ir ao estádio ao menos uma vez e, utopicamente, imagine que o Corinthians queira dar a possibilidade de que todos o façam ao menos uma vez.

São 29.350.776 torcedores para 48.234 lugares na Arena Corinthians, o que significa dizer que teríamos 596 jogos para fazer com que todos os torcedores fossem aos jogos do Timão em sua casa.

Com uma média de 80 jogos por ano, sendo metade em sua casa (40 jogos), levaríamos quase 15 anos para completar a primeira rodada com todos os torcedores assistindo jogos do Timão em seu novo (até quando?) estádio.

Por essa contas vimos que é inviável que todos os torcedores vão ao estádio. Muitos passam a vida sem acompanhar seu time em um estádio de futebol, quanto mais na “casa” do time.

E essa é a principal crítica que o blog tem ao formato dos programas de sócios-torcedores.

Poucas são as vantagens para aqueles torcedores que não querem, ou não podem, ir ao estádio.

Como eu, por exemplo, que não vou a um jogo do meu Timão (por isso do exemplo ter sido exatamente com o Corinthians) desde 2009.

E não faço questão de ir.

E confesso que já entrei no site do programa de sócio-torcedor do Corinthians, o Fiel Torcedor, e fiquei muito a fim de me cadastrar.

Mas não vi muitas vantagens pra mim, mero torcedor de sofá.

E igual a mim, amigo, existem milhões de torcedores que simplesmente não vêem vantagem em se tornar sócio-torcedor de seu clube apenas pelo fato de “ajudar” seu time de coração.

Até porque, sabemos que não se tem garantia de que esse dinheiro vá realmente ajudar o nosso clube, não é?

Talvez ampliar as redes de desconto que muitos clubes fazem, como o Coritiba que tem uma ampla rede de empresas conveniadas que dão descontos aos seus sócios.

Talvez, e aí sim eu acho que seria uma boa vantagem, dar um belo desconto no pay-per-view do time do coração (em ação conjunta com a Globo, lógico).

Talvez dar um belo desconto em produtos nas lojas oficiais dos clubes, distribuir camisetas, criar ações de marketing em localidades distantes das sedes, enfim, pôr essa galera do marketing do clubes para pensar no que se pode criar para o torcedor que não sente interesse, ou até segurança, de ir a um estádio de futebol.

Outra vantagem que eu vi apenas em cinco clubes (Internacional, Grêmio, Bahia, Fluminense e Coritiba) é o direito a voto em todos os planos de sócio-torcedor.

Pô, é uma sacada genial!

Se o clube tem como principal atividade o futebol, sendo ela que mais arrecada, nada mais justo com os torcedores que eles possam escolher o presidente do seu clube.

E não me venha com essa de clube social, que isso é papo! Estamos falando dos 18 maiores times de futebol do país, clube social é coisa de bairro.

Isso atrai o torcedor que não vai a estádio, mas gosta de acompanhar as notícias, vive o seu time de futebol, vê as cagadas que os dirigentes fazem, comemora os títulos, enfim, se envolve com aquela instituição.

Valores:

Na pesquisa de valores podemos ver a mais variada opção, mas para a planilha não ficar muito extensa, coloquei apenas o valor do plano básico e o valor do plano top por clube.

Três clube possuem apenas um plano, por isso o valor comparado é o do básico. São eles: Bahia, Sport e Fluminense.

E cabe aqui uma janela para falar especificamente sobre o Bahia: o Tricolor, como já escrito lá em cima, é o quarto colocado na proporção entre sócios e torcedores, mas tem um plano muito básico, com apenas uma faixa de valor e com poucos atrativos para seus torcedores. Acredito que o grande impulsionador do clube seja a possibilidade de voto nas eleições, o que corrobora com o que escrevi alguns parágrafos acima.

O clube que tem o pacote mais barato é o Palmeiras, onde o torcedor pode, com pouco menos de R$ 120,00 no ano, ter a prioridade na compra de ingressos do clube, além de ganhar um Kit Avanti (não verifiquei o que vem nesse kit) e participar do Movimento por um Futebol Melhor.

Já o plano básico mais caro é o do Coritiba, custando R$ 600,00 por ano e dando, além do direito a voto citado acima, 50% de desconto nos ingressos e o clube de benefícios também já citado.

Veja a tabela com os valores básico e top:

Sócio-Torcedor - Valores

Valores em Reais (R$) consultados na semana entre 09 e 13 de março de 2015.

Novamente é curioso ver que duas das maiores torcidas do país estão entre os quatro clubes com plano básico mais barato.

Corinthians e São Paulo, mesmo tendo planos com anuidades tão baixas, possuem uma pequena proporcionalidade de suas torcidas como sócios-torcedores.

Mais curioso ainda é ver que o chamado Trio de Ferro Paulistano domina os planos mais baratos, justo estando na capitado do estado mais rico da união.

Já no topo da tabela dos planos top estão o Internacional e o Atlético Paranaense, ambos com planos bem arrojados para aqueles torcedores que querem, e podem, se sentir VIPs.

O Palmeiras também soube se aproveitar desse quesito e é o terceiro na lista dos mais caros, tendo um plano que custa pouco mais de R$ 7 mil anuais.

Novamente vemos a situação curiosa em que o Corinthians se encontra.

Dono da maior torcida do estado mais rico do país, o clube ocupa a modesta 14ª colocação quando o assunto é o plano mais caro.

Como os dirigentes Corinthianos pretendem se utilizar de um poder aquisitivo teoricamente maior de sua torcida ainda é um mistério para quem vê esses números.

Concluindo:

Apesar do ótimo crescimento que os programas de sócios-torcedores tiveram nos últimos anos, conseguimos verificar que ainda há um caminho enorme para que nossos clubes possam depender cada vez menos das cotas de televisão e de patrocínios de camisa.

Há um mercado enorme a ser explorado por nossos clubes, onde vai ganhar quem for mais criativo, mais inventivo e conseguir atrair um número cada vez maior de torcedores aos seus quadros de sócios.

Apesar de conseguir muitas informações, não foi possível concluir a análise do faturamento dos clubes com os seus programas, o que é uma pena, pois essa informação nos daria uma ideia exata do quanto cada programa representa financeiramente para os clubes.

Mas é interessante imaginar que se nossos clubes conseguissem o número proporcional de sócios-torcedores que o Benfica tem atualmente, muita coisa iria melhorar para os nossos clubes.

Peguemos o exemplo do Fluminense, que tem apenas 0,65% dos seus torcedores inscritos no seu programa de sócios.

Caso o Tricolor das Laranjeiras conseguisse atingir os 4%, teria hoje 144 mil sócios, com um faturamento acima de R$ 60 milhões só com o programa de sócio-torcedor.

E eu estou falando apenas de 4% da torcida contribuindo com R$ 35 por mês ao clube.

Não é nenhuma utopia.

Depois que os jogadores tiveram um mês de férias e os clubes quase um mês de pré-temporada, agora é hora de voltar.

Pronto, acabou a abstinência.

Quem estava com saudades das competições nacionais, de ver seus clubes de coração jogando por algo que valha de verdade, poderá matar essa saudade nesse final de semana.

Com o retorno de 15 dos 27 estaduais marcado para esse final de semana, entre eles os principais do país (Paulista, Carioca, Gaúcho, Mineiro, Baiano, Paranaense, Goiano e Catarinense), podemos afirmar que esse final de semana marca o início da temporada 2015 para o nosso futebol.

Temos também o início da participação dos principais times pernambucanos em seu estadual, uma vez que este começou ainda no final do ano passado com uma fase preliminar.

Tudo isso para colocar as maiores torcidas do país de volta à ativa, depois de quase dois meses acompanhando apenas notícias de contratações, de acordos de patrocínio e alguns amistosos aqui e ali.

A disputa dos estaduais, como bem sabemos, é muito questionada e criticada, inclusive por esse que vos escreve, uma vez que os mesmos têm se tornado, cada vez mais, campeonatos desinteressantes e rentáveis.

Essa é sim uma parte da verdade, talvez a maior delas, porque esses campeonatos são exatamente isso para as principais e maiores torcidas brasileiras.

Mas, não podemos negar, também existe os clubes em que essa é a principal competição, ou talvez a única, e se pensamos em futebol brasileiro, não podemos ignorar que isso ainda aconteça.

Fato é que, independente de ser bom ou não, ainda não conseguimos nos livrar por completo deles. Ninguém, até o momento, teve alguma proposta que atendesse a todos os interesses nessa questão.

Importante é que chegou a hora de revermos nossos times em ação e de começarmos a analisar se as contratações deram certo, se a pré-temporada maior irá realmente ajudar em alguma coisa durante o ano.

É esperar pra ver.

Rankings:

Assim, meio que sem querer, durante esse longo período em que apenas postei uma vez, desde a última atualização do Ranking 2014, pude perceber um erro grave em nosso Ranking.

Talvez por um erro de compilação, ou de fórmula mesmo, três times não estavam listados no Ranking, apesar de terem pontuado bem antes do Ranking ser compilado.

Eram eles o Icasa-CE, o Tiradentes-CE (campeões cearenses de 1992, junto com Ceará e Fortaleza), e o Colorado-PR (campeão estadual em 1980, junto com o Cascavel).

Erro percebido, erro corrigido.

E se você quiser ver a evolução desses clubes no Ranking basta escolher o ano de publicação: 2009, 2010, 2011, 2012, 2013 e 2014.

Perdoem o equívoco de anos.

Dinamite: de ídolo sagrado à dirigente questionado.

Dinamite: de ídolo sagrado à dirigente questionado.

Certa vez, ouvindo a um desses programas esportivos do rádio, um dos comentaristas afirmava que ídolo que é ídolo, nunca deveria voltar ao clube que o colocou nessa situação.

Segundo esse comentarista, que eu não me recordo quem era e nem sobre qual ídolo ele se referia no momento, ídolo é sagrado e, como tal, corria um enorme risco de, ao voltar, perder essa condição.

Na época isso me fez pensar sobre essa afirmação e confesso que acabei concordando com ela.

Em partes aquele comentarista tinha sua razão.

Isso já faz algum tempo e hoje podemos testemunhar que sim, aquele esquecido comentarista tinha razão.

Porque hoje o Clube de Regatas Vasco da Gama está elegendo de forma indireta o seu presidente, que assumirá o posto a partir de 1º de dezembro, no lugar de Carlos Roberto de Oliveira, popularmente conhecido como Roberto Dinamite.

Dinamite foi, quando jogador, o maior ídolo da torcida Cruzmaltina.

Era ele que fazia o contraponto com Zico, no Flamengo, no final da década de 70 e em toda a década de 80.

Dinamite foi o cara dos 5 gols no meu Corinthians, inesquecíveis para a torcida do Gigante da Colina, entre outros tantos feitos que só mesmo o excelente Juca Kfouri em sua coluna de ontem poderia relatar com tanta exatidão.

Para quem viveu essa época, como disse muito bem o esquecido (por mim) cronista, Dinamite era sagrado.

Era.

Porque quem viveu os últimos 6 anos viu nele um péssimo gestor. Alguém que conseguiu a proeza de levar o Vasco à segunda divisão, ou Série B se você preferir, por duas vezes em um curto espaço de tempo.

Nem os notórios dirigentes Palmeirenses não conseguiram tal fato, em tão pouco tempo.

É claro que não podemos esquecer da brilhante temporada que o Vasco teve em 2011, quando foi campeão da Copa do Brasil e vice-campeão do Brasileirão daquele ano, disputando o título até a última rodada.

Mas como não é a primeira impressão a que fica, mas sim a última, Dinamite será lembrado muito mais pela segunda queda, pelos erros de gestão, do que por apenas essa boa temporada que o time teve.

Além disso, Roberto Dinamite deixa o cargo sem nem ao menos conseguir indicar um sucessor, tamanha a aversão que os Vascaínos pegaram à sua gestão.

Nenhum dos três candidatos no pleito de hoje é considerado um candidato da situação.

Nenhum.

E o que é pior: quem está prestes a ser eleito é o nefasto Eurico Miranda, responsável direto pela primeira queda Vascaína, e grande inimigo político de Dinamite no Vasco.

É.

O sagrado já não é mais tão sagrado assim.

E como agravante desse caso, quem foi que disse que um bom jogador de futebol será, necessariamente, um bom dirigente? Onde está escrito, por exemplo, que um bom professor é um bom diretor de escola? Quem garante que um bom médico seja um bom dono de hospital?

São cargos diferentes, que exigem preparos diferentes.

Além do caso de Dinamite, existem outros em que aquele que era considerado sagrado saiu com sua imagem arranhada após retornar ao clube que o consagrou (seja para ocupar o mesmo cargo, seja para outra função).

Exemplos disso não faltam.

Um foi a recente passagem do técnico Felipão pelo Palmeiras, que culminou no segundo rebaixamento do Alviverde, mesmo tendo a conquista da Copa do Brasil.

Outro foi a atuação do Zico como dirigente do Flamengo, quando o Galinho trabalho com a ex-presidente do clube da Gávea, Patrícia Amorim, e onde teve muito mais decepções do que alegrias no cargo.

Pra fechar, esse dentro de campo e mais antigo um pouco, foi quando o meia Marcelinho Carioca retornou ao Corinthians da MSI, por conta de uma briga na justiça, e teve a sua pior passagem pelo Timão.

É lógico que para toda regra há exceção, mas invariavelmente o reatar de um namoro é menos saboroso do que o primeiro namoro que se teve.

Coincidentemente no sábado eu estava conversando com dois amigos São Paulinos e um deles ficou admirado quando eu disse que não gostaria mais de Tite no Corinthians.

“Como não? Ele não é seu ídolo?” questionou-me um desses amigos.

Talvez eu não o tenha respondido com essas palavras, mas acho que é exatamente porquê Tite é tão meu ídolo, que eu não o quero mais no meu Corinthians.

Seria muito decepcionante se ele perdesse a áurea que conquistou.

É bom não mexer naquilo que é Sagrado.

O mês dos 5 finais de semana foi, novamente, de pouca produção no blog.

O mês dos 5 finais de semana foi, novamente, de pouca produção no blog.

Coincidência ou não, agosto é um mês em que geralmente eu pouco escrevo para o blog.

Desde que o blog foi criado, em junho de 2011, os meses de agosto são, junto com janeiro, os com menor número de post no total.

Janeiro é de fácil compreensão, visto que é um mês de pré-temporada e início dos estaduais, que raramente me motivam a escrever algo.

Mas agosto não.

Agosto é um mês que as quatro divisões do Campeonato Brasileiro estão bombando. É também quando a Copa do Brasil, desde o ano passado, recebe os times que estavam na Libertadores para a disputa da sua fase de oitavas de final. E é também o mês que se inicia a disputa da Copa Sul-Americana.

Então, por quê cargas d’água eu não escrevo muito nesse mês?

Em cada ano a desculpa é uma.

Em 2011, ano de estreia do blog, foi em agosto que minha filha nasceu. E aí, meu amigo, minha atenção realmente estava voltada para a chegada da Manuelita (e para os seus primeiros dias de vida).

Em 2012 eu comecei uma nova empreitada profissional, e dediquei minha atenção mais a este lado da minha vida, chegando até a declarar o blog como “morto”.

2013 foi a exceção à regra, tendo sido o único ano que eu realmente “produzi” para o blog durante o oitavo mês do ano.

Agora, em 2014, a agenda profissional foi a grande “culpada” por essa falta de postagens. Durante o mês de agosto, mais precisamente a partir do dia 13, eu comecei uma série de viagens que ultrapassaram os 3 mil quilômetros percorridos de carro pelo interior do estado de São Paulo e pelo sul de Minas Gerais.

Realmente não sobrou muito tempo para escrever.

E quando sobrava tempo, eu curtia a família, lia um livro, ou simplesmente dormia mesmo.

Agora, chegando ao final do primeiro turno do Brasileirão, a decisão das oitavas de final da Copa do Brasil e também à definição dos classificados à próxima fase da Sul-Americana, eu acredito que será menos impossível escrever essas parcas linhas.

Porque o Futebol em Terras Brasilis não pára em agosto, continua em setembro, e vai até dezembro para nossa alegria.

E não seria o meu blog que poderia se dar ao luxo de ignorar tudo isso, não é?

Durante esse agosto, apesar da pouca atividade do blog, o blogueiro continuou acompanhando o que ocorria em nossos campos.

Vi que o Cruzeiro já conquistou o título da Série A do Brasileirão com 21 rodadas de antecedência, embora ninguém em sã consciência afirme isso, mas todos saibam e sentem que será praticamente impossível tirar esse caneco da Raposa.

Vi também que a briga pelas vagas na Libertadores 2015 continuam sem muitas alterações, com Internacional, São Paulo, Corinthians e Fluminense polarizando (termo bastante usado em épocas de disputa eleitoral) a disputa pelas 3 vagas restantes.

Pode surgir ainda um Atlético Mineiro, um Flamengo, um Santos ou até mesmo um Sport nessa briga, por que não? Se nem terminamos ainda o primeiro turno, é bem sabido que tudo pode acontecer.

Na parte de baixo da tabela não surpreende, embora não o coloquei como um candidato ao rebaixamento no início do Brasileirão, a presença do Palmeiras, que vive, há uns 12 anos, uma crise infindável.

Na Copa do Brasil, de algumas surpresas, acredito em Santos, Ceará, Cruzeiro, Vasco, Coritiba, América-RN, Atlético Mineiro e Corinthians nas quartas de final.

Já pelo torneio continental, acredito que os classificados à próxima fase serão: São Paulo, Fluminense, Bahia e Sport.

Na Série B mais uma do nosso futebol, com a exclusão do Icasa-CE, que ainda vai ser julgada novamente.

Enquanto isso, o Vasco da Gama continua se portando como time mediano e não consegue, ao final do primeiro turno, sequer aparecer entre os 4 que subiriam à Série A.

A Série C já teve 13 das 18 rodadas da primeira fase disputadas e, tal qual na Série B, também há um caso de exclusão da disputa, que ainda deve ser julgada em última instância, do Botafogo-PB.

E na Série D, que já está na rodada 8 de 10 da primeira fase, e apenas o Londrina-PR já conseguiu se garantir na próxima fase da disputa.

calendario-bolaSe tem um assunto que é recorrente no Futebol em Terras Brasilis, esse assunto é o calendário.

Vira e mexe alguém se pronuncia com relação ao nosso calendário, à quantidade de jogos, ao formato do campeonatos e etc.

Talvez porque ainda não tenhamos encontrado o ponto certo entre o que os clubes e federações podem oferecer e aquilo que torcedores, críticos e imprensa realmente desejam.

Isso sem falar nos patrocinadores e detentores dos direitos de transmissão, no caso a Rede Globo, como escrevi recentemente.

O tema caiu muito mais no debate daqueles que acompanham o esporte bretão após o surgimento do Bom Senso FC e, principalmente, após a acachapante derrota de nossa Seleção na Copa do Mundo.

Que precisamos nos organizar melhor, isso é fato.

Mas, qual seria, na opinião desse blog, a melhor forma para fazermos isso? Qual o formato que entendemos ser o ideal, que permita aos nossos clubes maiores um número não tão excessivo de jogos e, contrariamente a isso, aos clubes menores um número tão pequeno de jogos?

Como fazer com que times importantes do país, que hoje são considerados apenas coadjuvantes (casos de Portuguesa, Guarani, Bahia, Atlético Paranaense, Paysandu, Ceará, Vitória, Coritiba, Remo, entre outros), possam voltar a ter chances de serem protagonistas?

Primeiramente esse blog acredita que devemos quebrar esse maldito paradigma que campeonato bom é nos moldes dos Europeus, com 18 ou 20 clubes na primeira divisão e o restante se fudendo lá embaixo.

Nosso país, sozinho, tem quase a mesma extensão territorial da Europa inteira. Nenhum país europeu tem 10 ou 12 clubes considerados grandes, com chances de ser campeões nacionais no início da temporada, como temos aqui. E nenhum país Europeu tem, ou deve ter (porque eu realmente não sei o número com exatidão) tantos clubes profissionais de futebol como temos por aqui.

Portanto, pra mim, essa história de Série A, B e C com 20 clubes cada uma só trará um efeito certo: a elitização do nosso futebol, restringindo a disputa aos grandes centros e, com o tempo, as conquistas a meia dúzia de clubes que tiverem a capacidade de se organizar melhor, ou que receberem mais investimentos de patrocinadores e detentores dos direitos de transmissão.

Quebrando-se esse paradigma, deveríamos partir para uma customização do modelo norte-americano, que eu vejo como melhor opção para o nosso país.

E como seria essa customização?

Eu já postei essa ideia aqui, há um bom tempo, mas vou reescrever de maneira resumida, para não tomar muito o tempo do leitor.

A primeira divisão do campeonato brasileiro seria dividida em 5 regiões, a saber: Sul-Minas; Rio-São Paulo; Central (com times da região Centro-oeste mais do Espírito Santo); Nordeste; e Norte.

As Regiões Sul-Minas, Rio-São Paulo e Nordeste contariam com 16 clubes, enquanto que as regiões Centro e Norte com 14 clubes.

As Regiões com 16 clubes teriam a disputa em pontos corridos, perfazendo um total de 30 rodadas (turno e returno), enquanto que as Regiões com 14 clubes poderiam, após uma primeira fase de turno e returno (26 jogos), fazer uma disputa de semi-final e final para completar os 30 jogos.

Após a fase Regional, os 16 melhores clubes disputariam a fase nacional, em fases eliminatórias com dois jogos (oitavas, quartas e semifinais) e com final em jogo único. Poderiam se classificar para essa fase nacional os 4 melhores das regiões com 16 equipes e os dois primeiros das regiões com 2 equipes.

As vagas para Libertadores e Sul-Americanas poderia ser definidas de acordo com o título da Região (Sul-Americana) e a classificação final da fase Nacional (4 primeiros, como é hoje). Caso uma mesma equipe seja campeã de sua Região e fique entre os quatro primeiros colocados da fase Nacional, essa equipe ficaria com a vaga para a Libertadores e passaria a vaga da Sul-Americana para o seguinte na classificação de sua Região.

Os dois últimos de cada Região seriam rebaixados para a segunda divisão, com caráter estadual.

Essa segunda divisão das Regiões seria disputada de maneira semelhante à primeira, porém com os clubes disputando a primeira fase dentro dos estados, em formato a definir por cada federação, e indo para uma seletiva final dentro da região. Por exemplo, na região Sul-Minas, os times disputariam primeiro a fase estadual (Gaúcho, Catarinense, Paranaense e Mineiro) e os melhores de cada estado iriam para a fase Regional, com disputas eliminatórias até se definir os dois finalistas e, consequentemente, que subiriam para a primeira divisão.

Essa segunda divisão teria que seguir o mesmo número de jogos para os clubes dentro da primeira fase (30 jogos, por exemplo), sendo que a segunda fase teria, obrigatoriamente, 7 jogos nas quatro fases eliminatórias (oitavas, quartas e semi com dois jogos e um jogo final).

Para os estados que tenham um número maior de clubes, como São Paulo, por exemplo, haveria a segunda, a terceira e até a quarta divisões estaduais, exatamente como há hoje.

Em paralelo à disputa desse campeonato a Copa do Brasil poderia continuar ocorrendo, até contemplando um número maior de equipes, mas podendo utilizar a classificação do ano anterior desse modelo do Brasileirão para determinar em que fase cada equipe entra, mais ou menos como ocorre hoje com as equipes que jogam a Libertadores que entram na Copa do Brasil apenas nas oitavas de final.

Necessariamente eu não vejo a necessidade de equipararmos nosso calendário ao europeu (com início em agosto e término em maio), apesar de saber que esse modelo privilegia as disputas de Seleções, que geralmente ocorrem entre os meses de junho e julho.

Mas também entendo que o nosso verão é demasiadamente desgastante para a prática de competições esportivas, principalmente nas regiões mais quentes do país, o que pode acabar por prejudicar o espetáculo.

Embora saibamos, também, que nossa realidade não é tão diferente atualmente, com os estaduais começando cada vez mais próximos da virada de ano, independente do calor que faça.

De qualquer forma, acredito que independente da data de início e fim, independente do regulamento que se faça, se quisermos um campeonato nacional que tenha o poder de fortalecer nossos clubes, em todas as regiões do país, temos que abandonar esse modelo exclusivista europeu para, a partir das nossas características como país, encontrar o modelo que melhor se adequará à nossa realidade.

Em toda cadeia produtiva, se é que podemos chamar assim, do nosso futebol há uma instituição em específico que tem um grande interesse que esse produto, o futebol, tenha cada vez mais qualidade.

Ela é, na minha modesta opinião, aquela que mais investe e que mais retorno precisa ter, até porque se trata de uma instituição privada, com fins lucrativos, mas, principalmente, com interesses comerciais e empresariais no negócio.

Diferente do que é, como sabemos, as instituições que organizam (federações e confederação) e que participam dos campeonatos (clubes), que podem até ser privados e com fins lucrativos, mas que não têm a quem se reportar caso um negócio dê prejuízo (ou vocês acham que a CBF se importa se o Brasileirão é ou não lucrativo?).

E, dessa cadeia toda, que envolve desde atletas, profissionais, clubes, federações, patrocinadores, entre outros, essa instituição é sim a mais preocupada com o atual momento do nosso futebol.

Tanto que convocou uma série de reuniões com os dirigentes dos 12 principais clubes do país para rediscutir nosso futebol.

Trata-se, obviamente, da detentora dos direitos de transmissão dos clubes e campeonatos, a Rede Globo de Televisão.

Não tenho os números, e também não os vi serem divulgados em canto algum, mas segundo o que temos lido, a audiência dos jogos do Campeonato Brasileiro, a principal competição do país, estão despencando nesse ano e esse é o grande motivo que fez a Globo convocar essas reuniões.

A preocupação da Globo é tamanha que a está fazendo pensar até em propor a volta do Brasileirão com fase eliminatória, modelo esse abolido em 2003, quando nosso campeonato passou a ter o sistema de pontos corridos em todas as suas edições.

E a preocupação é justa.

Justíssima, para falar a verdade.

Já a proposta nem tanto.

Se a Globo basear essa importante discussão apenas na fórmula de disputa do campeonato, teremos mais perda de tempo do que outra coisa.

Basta lembrar que a Copa do Brasil é disputada apenas com fases eliminatórias, o que não impede que tenhamos jogos bisonhos como o Bahia 1×0 Corinthians, de ontem, onde aposto que a audiência também não fora nenhuma maravilha.

A Globo paga caro aos clubes participantes da Série A, principalmente aos 5 times com as maiores torcidas do país (Flamengo, Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Vasco) e, por se tratar de uma instituição com fins lucrativos, tenta recuperar esse montante investido com as quotas de patrocínio.

Analisando a cadeia produtiva do futebol, se os telespectadores verem jogos feios repetidamente é certo que muitos deixarão de ligar seus aparelhos de TV para assistir a estes “espetáculos”. Com isso a audiência cai.

A audiência caindo, cada vez menos patrocinadores estarão dispostos a pagar o que a Globo pede, pois não haverá a exposição da marca que se previa inicialmente.

Com os patrocinadores negociando cada vez mais para baixo as quotas, e os clubes cada vez mais para cima os direitos de transmissão, a Globo se verá numa encruzilhada financeira de difícil solução.

E é nesse ponto que a emissora não quer chegar.

Sendo ela a maior interessada em transmitir jogos de qualidade, com apelo público e com mais envolvimento dos telespectadores, acho justíssima a convocação dessa reunião por parte da Globo e acho sim, que por se tratar da maior interessada financeiramente falando, tem que pensar em mudar o nosso futebol brasileiro para melhor.

Já que nem CBF e nem os dirigentes de clubes parecem querer sair de sua zona de conforto, cabe à emissora carioca liderar esse processo.

Só espero que a discussão não fique baseada apenas no formato do principal campeonato do país, mas que seja elevada para o longo prazo e com vistas a ajudar os clubes a se organizarem para produzirem cada vez mais jogadores talentosos e, principalmente, retê-los em nossos campos.

Dando a oportunidade de vermos, quando ligarmos nosso aparelho de televisão, espetáculos sem aspas, como é hoje na tão badalada Alemanha.

E se forem falar no formato do nosso campeonato, saiam do lugar-comum e pensem em fazer algo como eu propus há algum tempo (Clique aqui e aqui para ler).

Jogadores do Botafogo entram no clássico com uma faixa reivindicando seus direitos.

Jogadores do Botafogo entram no clássico com uma faixa reivindicando seus direitos.

Dois jogos que ocorreram nesse último final de semana, pela Série A do Brasileirão, servem como exemplos muito bons para entendermos o que levou ao nosso futebol a levar uma surra tão impiedosa dentro de sua própria casa.

São exemplos que nos ajudam a entender que uma Seleção é apenas a ponta de um iceberg e que muitos são os fatores que nos levaram a tomar aquela maldita surra dos alemães.

E são exemplos, também, que nos ajudam a ver que a discussão sobre o nome do novo técnico da Seleção, que causou furor nos últimos dez dias, também é equivocada.

Um técnico pode sim mudar um placar de um jogo, construir um time vencedor ou implantar uma filosofia de trabalho (expressão de lugar comum) vitoriosa.

Mas só ele não é suficiente.

Mesmo se a CBF tivesse contratado o tal Pepe Guardiola, se continuássemos vendo esse tipo de situação ocorrendo no dia a dia do Futebol em Terras Brasilis (como certamente vamos continuar), na minha opinião, não significaria uma renovação no nosso futebol.

E, para nossa tristeza, esses exemplos estão muito mais enraizados do que o efeito positivo da força do trabalho de um técnico, seja ele quem for.

Mas, que exemplos são estes?

São os dois assuntos que mais chamaram a atenção da mídia esportiva, exatamente por envolverem os dois clássicos da rodada.

No primeiro caso, e mais absurdo deles, o Botafogo é o exemplo escolhido.

O clube que, na semana anterior ao clássico, ameaçou deixar de participar da continuidade do Brasileirão 2014, viu seus jogadores entrarem em campo contra o Flamengo portando uma faixa onde diziam estar com 5 meses de direitos de imagem atrasados, além de 3 meses de salários e FGTS.

Ou seja, faz 3 meses que os jogadores do Fogão não veem a cor do dinheiro.

O seu presidente, Sr. Maurício Assumpção, diz que não é possível continuar a disputa, uma vez que as receitas do clube estão bloqueadas pela Justiça para saldar a já imensa dívida do clube com a Receita Federal, além de outros órgãos públicos.

Ou seja, em resumo o Botafogo faliu.

O caso do Fogão é apenas um exemplo, pois todos os grandes clubes brasileiros, em maior ou menor escala, estão atolados em dívidas trabalhistas e fiscais.

E todos, sem exceção, continuam a serem geridos de forma irresponsável, onde mesmo com dívidas astronômicas continuam gastando rios de dinheiro com jogadores que não valem um décimo do que recebem.

Veja, dando um exemplo dentro do exemplo, que o Flamengo, time com a maior dívida do país, está oferecendo R$ 900 mil mensais ao Robinho (???), que mesmo que fosse o Robinho de 2003, não justificaria tamanha irresponsabilidade.

Reflexo claro da impunidade que cerca esses “gestores”, uma vez que o presidente que assume um clube hoje não se responsabiliza pela sua dívida do passado (faz um mea culpa), sai contratando jogadores como louco, aumenta a dívida do clube e, depois de 3 anos (no melhor dos casos) sai ileso para voltar num futuro distante.

E quando esse presidente tenta fazer uma gestão mais séria, enxugando os gastos do clube sem fazer contratações loucas, acaba não conseguindo tempo e credibilidade suficiente para completar o seu trabalho, pois torcida e mídia (grande parte) entendem que futebol é só bola na rede e taça levantada.

Torcida Mancha Verde quebra cadeiras do estádio Corinthiano e se identifica. Por quê é o Palmeiras que tem que pagar a conta?

Torcida Mancha Verde quebra cadeiras do estádio Corinthiano e se identifica. Por quê a conta é do Palmeiras?

O outro exemplo, vindo do clássico paulista entre Corinthians e Palmeiras, demonstra também que, quando se faz necessário punir quem se deve, doa a quem doer, os próprios clubes se isentam dessa tarefa, tornando-se paternalistas ao extremo e acobertando atos de suas torcidas que não são de responsabilidade dos clubes.

Foi o que aconteceu com o Palmeiras, que teve que pagar o prejuízo causado por sua torcida organizada ao estádio Corinthiano.

Se a torcida organizada é uma entidade reconhecida, possivelmente com Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica ativo, a conta pela depredação do estádio rival, ou até mesmo de seu próprio estádio, não deve ficar com o clube, mas sim com essa entidade, que deve ser responsabilizada pelos atos de seus integrantes.

Nessas situações, o Palmeiras, ou qualquer clube que seja, é responsável pelos atos de seus profissionais.

Como não foi um caso de violência, mas sim de mau uso e irresponsabilidade daqueles que ocupavam aquele espaço, sou totalmente contra o repasse desse custo para a entidade esportiva.

Se não doer no bolso de quem fez, esse tipo de situação nunca vai acabar.

E se os clubes continuarem a passar a mão na cabeça de seus Vândalos Organizados, os estádios brasileiros, padrão FIFA ou padrão CBF, irão contar cada vez menos com a presença de quem realmente deveria ocupa-los: as famílias.

Apesar de rivais os dois clubes não devem se tratar como inimigos.

Apesar de rivais os dois clubes não devem se tratar como inimigos.

Talvez o que eu escreva aqui nesse post possa parecer, para muitos, algo utópico e sem a menor chance de acontecer.

Confesso que até para mim, que acredito piamente nisso, esse post parece bastante utópico.

Principalmente ao ler e ver as notícias da recente briga entre São Paulo e Palmeiras pela contratação do medíocre atacante Alan Kardec, que não é para o futebol nem 1% do que foi o original para o Espiritismo, onde os presidentes dos clubes se prestaram ao papel de irem à imprensa trocar acusações e, pior, ofensas.

Nesse ponto, os dois presidentes dos dois clubes não agem apenas como rivais, mas também como inimigos.

“Vou tirar um profissional excelente do meu inimigo para enfraquecê-lo”.

“Vou acusar meu inimigo para que todos conheçam seu modus operandi“.

Esse é tipo de coisa que eu imagino que os presidentes pensam, ou pensaram, durante todo esse episódio. Mal sabem eles que a única coisa que estão enfraquecendo é o nosso futebol, o único modus operandi que estão expondo é o seu próprio.

Não quero aqui defender A ou B, nem cair no “lugar comum” de dizer que esse tipo de ação incita a violência, porque não é bem esse o intuito do post (e até porque a violência só é incitada em quem está inclinado a ela).

Mas o intuito é de mostrar que esse tipo de situação realmente não contribui em nada para o fortalecimento do nosso futebol.

Achar que o inimigo é o seu clube rival é de uma tolice tão grande que, ao longo dos anos, só tem afastado mais o público consumidor dos estádios, dos times.

Apesar de pouco conhecer, nesse caso sou fã do modelo norte-americano de gestão esportiva. Veja se existe esse tipo de situação na NBA, ou na MLS, por exemplo.

Não.

Lá, os clubes não definem suas contratações e acredito que isso ocorra exatamente para evitar esse tipo de situação, além, é claro, de evitar o fortalecimento de uns em detrimento aos outros.

Tudo bem que lá o modelo já nasceu assim, diferente daqui, que teríamos que tentar construir algo parecido partindo de um modelo pre-existente.

Pensando o futebol como um negócio, como uma indústria, coisa que o é, é tolice achar que quem torce, acompanha e consome o São Paulo, por exemplo, pode, de um dia para o outro, torcer, acompanhar ou consumir o Palmeiras.

Mas não é tolice pensar que esse mesmo cara que consome o São Paulo pode um dia desviar seus olhos, e seu dinheiro, para o teatro, o cinema, ou seja, qualquer outra forma de lazer.

Porque, para o torcedor comum, aquele que não vive do futebol, o esporte nada mais é do que isso: uma opção de lazer.

E se você acha que esse tido torcedor comum é minoria, sinto lhe informar que você está redondamente enganado.

Mesmo que eu nunca tenha visto uma pesquisa sobre o comportamento das torcidas, como postei certa vez (clique aqui), tenho certeza de que o número de potenciais consumidores do nosso futebol (caras que torcem para um time, mas não o acompanham de perto) ainda é bem maior do que o número de torcedores que realmente consumam algo dos times.

E enquanto os presidentes dos clubes, de todos e não apenas dos envolvidos nesse caso, ficarem brigando por migalhas (não que o tal Alan Kardec seja uma migalha, mas também não é um pão inteiro) é bem difícil que ações sejam desenvolvidas para atrair esse tipo de consumidor.

O tempo que estão dispensando nessa mesquinharia sem fim poderia ser aproveitado para pensarem o Futebol em Terras Brasilis no longo prazo, em ações que fortaleçam não só seus clubes, mas o nosso futebol hoje e também para daqui 10, 15, 30 anos.

Pensarem em como tornar o modelo arcaico que temos hoje em algo comercialmente atrativo e, principalmente, lucrativo.

Não pensarem em como tirar um “Alan Kardec” do rival, mas sim em como segurarem os futuros Neymar, Ronaldo, Kaka, e tantos outros que saem do país a cada janela de transferências, esses sim jogadores que justificam brigas, mas não entre os nossos clubes e sim com os clubes Europeus.

Porque enquanto nos dignificarmos a brigar apenas por Alan Kardec, vamos ter que nos contentar por brigar apenas por Alan Kardec, e nada mais.

Esse é o cara para conduzir o Cruzeiro nessa noite.

Esse é o cara para conduzir o Cruzeiro nessa noite.

A noite dessa quarta-feira no Futebol em Terras Brasilis tem cor, local e dono.

Será Azul e Branca, no Mineirão e com o Cruzeiro como dono da noite.

Porque só o atual campeão brasileiro e mineiro entrará em campo pela primeira partida das oitavas de final da Taça Libertadores.

E, embalada, a Raposa enfrentará o sempre perigoso Cerro Porteño, do Paraguai, em busca de garantir uma vantagem para o segundo jogo.

O time paraguaio se classificou em primeiro lugar do grupo 3, onde enfrentou o argentino Lanús, o chileno O’Higgens e o colombiano Deportivo Cali e terminou a fase anterior com 3 vitórias, 1 empate e 2 derrotas. Detalhe que todas as vitórias do time paraguaio vieram quando este jogou em casa, o que nos leva a perceber que fora de casa sua campanha foi um desastre.

Situação que pode favorecer ao time brasileiro, visto que o Cruzeiro ainda não perdeu nessa Libertadores jogando em casa (ok, muitos consideram o empate em 2×2 com o Defensor Sporting uma derrota, mas não foi exatamente). Além disso, os 5×1 aplicados no Universidad do Chile (2a rodada) e os 3×0 no Real Garcilaso dão um bom exemplo do que é enfrentar o Cruzeiro bem no Mineirão.

Tudo nos leva a crer numa boa vitória do time Celeste nessa noite.

Conta a favor do time Cruzeirense o título conquistado sobre o maior rival no último domingo, que certamente fará a torcida lotar as dependências do Mineirão.

Acredito que nem os desfalques de Dagoberto e Ricardo Goulart pesarão contra o time mineiro.

O Cruzeiro tem tudo para dar um belo passo às quartas de final da Libertadores na noite de hoje.

Icasa na Série A?

Pouco li a respeito, mas o que eu li me deixou um tanto quanto emputecido.

Quer dizer que agora, há menos de uma semana do início do Brasileirão, o pessoal do Icasa-CE quer garantir na justiça uma vaguinha na Série A por conta de uma escalação incorreta de um jogador do Figueirense na SEGUNDA rodada da Série B do ano passado?

Coisa boa.

Isso me parece muito mais um “jeitinho brasileiro” de querer levar vantagem em tudo, do que alguém que se sente injustiçado por algum fato.

Espero que essa palhaçada não dê em nada e que o Icasa conquiste, no campo, a sua vaga para a Série A de 2015.

Copa do Brasil:

Nove jogos movimentam ainda a primeira fase da nossa Copa, sendo oito jogos de volta e um de ida.

E com grandes times em campo.

No Rio de Janeiro o Vasco recebe o Resende e precisa de uma vitória simples para passar à próxima fase. O placar do primeiro jogo foi 0x0.

Mesma situação para Santos x Mixto-MT, que se enfrentam na Vila Belmiro e quem vencer estará garantido na próxima fase. O time do Santos tem uma grande oportunidade de mostrar a maturidade de seus Meninos da Vila e esquecer a perda do título quase certo no último domingo.

O Vitória recebe o J. Malucelli e pode empatar por 0x0 para se classificar. Com o 1×1 na primeira partida, quem vencer passa de fase.

O Goiás tem uma parada dura pela frente. Recebe o Botafogo-PB e tem que reverter a vantagem que o time paraibano conquistou ao vencer o primeiro jogo por 2×0.

Bem, para falar a verdade, é hora não só dos Meninos da Vila, mas do Vasco, do Vitória e do Goiás mostrarem que a perda do título no último domingo não afetará na disputa da Copa do Brasil. Afinal, esse é o verdadeiro campeonato que importa para todos esses times.

O Coritiba recebe o campeão sul-mato-grossense CENE e pode empatar por 0x0 ou 1×1 que ficará com a vaga. Quem vencer passa.

O Duque de Caxias recebe a Caldense e tem o mesmo desafio do Goiás: tem reverter um placar adverso de 2×0 para o time mineiro.

Outro que pode empatar em 0x0 ou 1×1 para ficar com a vaga é o Paysandu, que receberá o Maranhão. Quem vencer passa.

Por fim, Cuiabá e Barbalha-CE vão a campo com a igualdade em 0x0 do primeiro jogo para definir mais um classificado.

No único jogo de ida, o Princesa do Solimões recebe o Brasília (envolvido na final da Copa Verde).