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Seleção Brasileira continua a ignorar sua própria terra durante a preparação para a Copa América 2015.
A Seleção se ajeitando para posar antes do confronto contra o Chile, pela Global Tour.

A Seleção se ajeitando para posar antes do confronto contra o Chile, pela Global Tour, em Londres.

Desde 2013, e até 2022, a Seleção Brasileira terá todos os seus jogos amistosos sendo organizados por uma empresa inglesa, a Pitch International. Esse contrato, assinado ainda à época de Ricardo Teixeira na presidência da CBF, prevê um número próximo a 70 jogos amistosos durante essa década (jogos oficiais não entram nessa conta).

Como o próprio nome sugere, a ideia dos organizadores dos amistosos é fazer com que a única seleção cinco vezes campeã mundial possa desfilar seu talento pelos mais variados países do mundo, utopicamente imaginando que a nossa Seleção seja algo como os Harlem Globetrotters, coisa que não o é.

Ainda mais após a semifinal da Copa do Mundo de 2014, quando fomos duramente humilhados pelo futebol alemão, esse sim, atualmente, digno de uma “global tour”.

Mas, diferente do que ocorre com a Seleção Canarinho, a federação alemã é quem organiza os amistosos de sua seleção e os faz, em grande parte das vezes, em seus domínios.

Só como efeito comparativo, desde o final da copa vencida pelos alemães, no ano passado, a seleção alemã fez três amistosos, contra Argentina, Espanha e Austrália.

O único jogado fora do seu território foi contra a Espanha e, pasme, o jogo foi em solo espanhol.

Ou seja, não existe essa de “Global Tour” para a atual campeã mundial e dona do melhor futebol jogado no planeta.

Já a Seleção Brasileira, desde a derrota por 3×0 para a Holanda, que finalizou agonizantemente a nossa participação na Copa, já fez 8 jogos amistosos, sendo que absolutamente nenhum dentro dos nossos modernos estádios construídos para a Copa.

A diferença no número de amistosos se explica pela participação alemã nas eliminatórias da Eurocopa, que ocorrerá no ano que vem.

Mas fato é que, após o trágico final da Copa para o futebol brasileiro, seria interessante mesmo fazer alguns amistosos fora de casa, pra deixar a poeira baixar e fazer com que a torcida, ressentida que estava, voltasse a se interessar pela Seleção paulatinamente.

Mas oito jogos já se foram, com oito boas vitórias do time do técnico Dunga, e em nenhum a Seleção esteve aqui em sua terra.

Jogamos em Miami contra a Colômbia, em Nova Jersei contra o Equador, em Pequim contra a Argentina, em Singapura contra o Japão, em Istambul contra a Turquia (primeiro jogo em campo “não-neutro”), em Viena contra a Áustria (também em campo “não-neutro”), em Paris contra a França (o terceiro em campo “não-neutro”) e, ontem, em Londres contra o Chile.

Pô, não dava pra trazer uns dois ou três jogos desses aqui pro Brasil? Será que uma Turquia, uma Áustria ou até mesmo o Chile não aceitariam jogar aqui?

Qual é a dificuldade, nessa Global Tour, de se incluir o país de origem da Seleção Brasileira em seus locais visitados?

Já foi assim antes da Copa do Mundo e será assim até 2022?

Os dois próximos amistosos, na preparação do time para a Copa América, serão jogados aqui no Brasil. O primeiro contra o México, no Allianz Parque (que eu pretendo ir), e o segundo contra Honduras, ainda sem estádio definido.

Mas, mesmo assim, é muito pouco.

Por sorte, pelo o que eu li no blog do jornalista Almir Leite no Estadão.com (leia aqui), a CBF está revendo esse contrato exatamente por essa questão.

O já eleito futuro presidente da CBF, Marco Polo del Nero, quer que ao menos metade dos amistosos da Seleção sejam jogados aqui no Brasil.

O que esse blog apóia incondicionalmente.

E espera, o quanto antes, que a Seleção volte a atuar em nossos, agora modernos, estádios.

Ontem a Seleção completou seu sexto amistoso após a Copa do Mundo. O sexto sob comando do novo-velho Dunga. A sexta vitória consecutiva.

Se tivesse tido esse desempenho na Copa, a Seleção teria chegado à final.

Embora saibamos que, dos seis adversários enfrentados pela Seleção, apenas um realmente tem peso e tradição no futebol, e chegou ao vice-campeonato no último mundial.

Impressionante é ver como a CBF continua destratando do seu escrete: nenhum, absolutamente nenhum jogo da Seleção no pós-Copa foi em alguma das modernas arenas construídas no país para o evento.

Ontem também tivemos uma rodada completa da Série B.

O Joinville continua na liderança, mesmo tendo perdido seu jogo contra o Boa em Minas, pois a Ponte Preta não conseguiu sair do empate com o América-RN em Campinas.

O Vasco da Gama praticamente assegurou seu retorno à Série A depois de vencer o Vila Nova por 3×1, não sem emoção (é bom que se diga) depois de sair perdendo e só empatar próximo ao fim do primeiro tempo.

Faltando duas rodadas para o fim, seis times ainda sonham com a quarta vaga: Boa Esporte (4º lugar), Atlético Goianiense (5º), Avaí (6º), todos com 56 pontos, América-MG (7º com 55 pts), Ceará (8º com 54 pts) e Sampaio Corrêa (9º com 53 pontos).

Hoje, pela Sul-Americana, o São Paulo vai à Colômbia para enfrentar o Atlético Nacional na primeira partida válida pela semifinal do torneio.

O Tricolor espera trazer o um bom resultado para a decisão da próxima semana, no Morumbi. Entende-se por bom resultado um empate ou até uma derrota, desde que com o Tricolor marcando gol(s) na casa do adversário.

Na outra chave da semifinal estão os arquirrivais argentinos Boca e River, o que dá uma motivação maior para o Tricolor tentar chegar à decisão e disputar mais esse título continental.

Ainda hoje, porque nosso calendário é realmente uma vergonha, teremos sete jogos pela 35ª rodada do Brasileirão 2014. Quase todos decisivos.

Às 19hs30min, a primeira grande decisão na parte de baixo da tabela ocorrerá em São Januário, entre Botafogo e Figueirense.

O Alvinegro carioca desesperado tenta ainda a quase impossível missão de fugir do rebaixamento, enquanto que o catarinense está a 4 pontos de se garantir matematicamente na Série A de 2015.

Já na Arena da Baixada um jogo entre dois Nem-Nem. Atlético Paranaense e Santos nem lutam por uma vaga na Libertadores, nem contra o rebaixamento. Nem vou assistir.

Às 21 horas, no Barradão, outra decisão de quem luta contra o rebaixamento. Vitória e Coritiba se enfrentam sabendo que aquele que perder corre um bom risco de voltar à zona da degola ao final da rodada.

Também às 21 horas, no Heriberto Hülse, um jogo entre o último e o penúltimo colocados do campeonato. Criciúma e Bahia se enfrentam sabendo que a vida dos dois já está praticamente decidida e que só um milagre os salva do rebaixamento.

Às 21 horas, de Brasília, Goiás e Corinthians se enfrentam no Estádio do Mangueirão, em Belém do Pará, num jogo que vale muito mais para o Alvinegro do que para o Esmeraldino. Será um aquecimento para a grande final da Série C, que ocorrerá nesse mesmo estádio no próximo sábado.

Já às 22 horas o grande momento da vida Palmeirense. O Palmeiras inaugurará o mais belo estádio do estado de São Paulo, e um dos mais belos do Brasil, o Allianz Parque, depois de 4 anos jogando lá e cá, sem ter um endereço fixo.

E olha, isso é uma opinião de um Corinthiano roxo: o estádio do Palmeiras ficou bonito pra caralho!

O jogo será contra o Sport e, apesar de toda a festa, é muito bom que o time do Palmeiras tome muito cuidado para que a inauguração não seja tão frustrante quanto a da Arena Corinthians.

O que piora a situação Palmeirense é que uma derrota hoje (seria a terceira seguida) colocaria o time perigosamente perto da zona de rebaixamento. O que estádio nenhum gostaria de ver em sua inauguração.

Também às 22 horas, fechando os jogos de hoje, um clássico nacional. O Atlético Mineiro recebe o Flamengo, no Horto, e precisa da vitória para entrar novamente no G4.

Ao time da maior torcida do país não há nenhuma pretensão a não ser de atrapalhar o caminho do rival que o tirou da final da Copa do Brasil.

 

Jogadores do Botafogo entram no clássico com uma faixa reivindicando seus direitos.

Jogadores do Botafogo entram no clássico com uma faixa reivindicando seus direitos.

Dois jogos que ocorreram nesse último final de semana, pela Série A do Brasileirão, servem como exemplos muito bons para entendermos o que levou ao nosso futebol a levar uma surra tão impiedosa dentro de sua própria casa.

São exemplos que nos ajudam a entender que uma Seleção é apenas a ponta de um iceberg e que muitos são os fatores que nos levaram a tomar aquela maldita surra dos alemães.

E são exemplos, também, que nos ajudam a ver que a discussão sobre o nome do novo técnico da Seleção, que causou furor nos últimos dez dias, também é equivocada.

Um técnico pode sim mudar um placar de um jogo, construir um time vencedor ou implantar uma filosofia de trabalho (expressão de lugar comum) vitoriosa.

Mas só ele não é suficiente.

Mesmo se a CBF tivesse contratado o tal Pepe Guardiola, se continuássemos vendo esse tipo de situação ocorrendo no dia a dia do Futebol em Terras Brasilis (como certamente vamos continuar), na minha opinião, não significaria uma renovação no nosso futebol.

E, para nossa tristeza, esses exemplos estão muito mais enraizados do que o efeito positivo da força do trabalho de um técnico, seja ele quem for.

Mas, que exemplos são estes?

São os dois assuntos que mais chamaram a atenção da mídia esportiva, exatamente por envolverem os dois clássicos da rodada.

No primeiro caso, e mais absurdo deles, o Botafogo é o exemplo escolhido.

O clube que, na semana anterior ao clássico, ameaçou deixar de participar da continuidade do Brasileirão 2014, viu seus jogadores entrarem em campo contra o Flamengo portando uma faixa onde diziam estar com 5 meses de direitos de imagem atrasados, além de 3 meses de salários e FGTS.

Ou seja, faz 3 meses que os jogadores do Fogão não veem a cor do dinheiro.

O seu presidente, Sr. Maurício Assumpção, diz que não é possível continuar a disputa, uma vez que as receitas do clube estão bloqueadas pela Justiça para saldar a já imensa dívida do clube com a Receita Federal, além de outros órgãos públicos.

Ou seja, em resumo o Botafogo faliu.

O caso do Fogão é apenas um exemplo, pois todos os grandes clubes brasileiros, em maior ou menor escala, estão atolados em dívidas trabalhistas e fiscais.

E todos, sem exceção, continuam a serem geridos de forma irresponsável, onde mesmo com dívidas astronômicas continuam gastando rios de dinheiro com jogadores que não valem um décimo do que recebem.

Veja, dando um exemplo dentro do exemplo, que o Flamengo, time com a maior dívida do país, está oferecendo R$ 900 mil mensais ao Robinho (???), que mesmo que fosse o Robinho de 2003, não justificaria tamanha irresponsabilidade.

Reflexo claro da impunidade que cerca esses “gestores”, uma vez que o presidente que assume um clube hoje não se responsabiliza pela sua dívida do passado (faz um mea culpa), sai contratando jogadores como louco, aumenta a dívida do clube e, depois de 3 anos (no melhor dos casos) sai ileso para voltar num futuro distante.

E quando esse presidente tenta fazer uma gestão mais séria, enxugando os gastos do clube sem fazer contratações loucas, acaba não conseguindo tempo e credibilidade suficiente para completar o seu trabalho, pois torcida e mídia (grande parte) entendem que futebol é só bola na rede e taça levantada.

Torcida Mancha Verde quebra cadeiras do estádio Corinthiano e se identifica. Por quê é o Palmeiras que tem que pagar a conta?

Torcida Mancha Verde quebra cadeiras do estádio Corinthiano e se identifica. Por quê a conta é do Palmeiras?

O outro exemplo, vindo do clássico paulista entre Corinthians e Palmeiras, demonstra também que, quando se faz necessário punir quem se deve, doa a quem doer, os próprios clubes se isentam dessa tarefa, tornando-se paternalistas ao extremo e acobertando atos de suas torcidas que não são de responsabilidade dos clubes.

Foi o que aconteceu com o Palmeiras, que teve que pagar o prejuízo causado por sua torcida organizada ao estádio Corinthiano.

Se a torcida organizada é uma entidade reconhecida, possivelmente com Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica ativo, a conta pela depredação do estádio rival, ou até mesmo de seu próprio estádio, não deve ficar com o clube, mas sim com essa entidade, que deve ser responsabilizada pelos atos de seus integrantes.

Nessas situações, o Palmeiras, ou qualquer clube que seja, é responsável pelos atos de seus profissionais.

Como não foi um caso de violência, mas sim de mau uso e irresponsabilidade daqueles que ocupavam aquele espaço, sou totalmente contra o repasse desse custo para a entidade esportiva.

Se não doer no bolso de quem fez, esse tipo de situação nunca vai acabar.

E se os clubes continuarem a passar a mão na cabeça de seus Vândalos Organizados, os estádios brasileiros, padrão FIFA ou padrão CBF, irão contar cada vez menos com a presença de quem realmente deveria ocupa-los: as famílias.

Eu sou e continuo sendo o único Pentacampeão do Mundo!

Eu sou e continuo sendo o único Pentacampeão do Mundo!

Apesar de não termos conquistado o título.

Apesar de não termos realizado nosso sonho que perdurava desde o dia seguinte à final de 1950.

Apesar de termos sido massacrados pela Alemanha na semifinal.

Apesar de termos sofrido a maior goleada de nossa história.

Apesar de termos perdido novamente da Holanda.

Apesar dos 10 gols sofridos nos dois últimos jogos da Copa.

Apesar de termos o pior desempenho entre os campeões que já organizaram um Mundial.

Apesar de sabermos que a Seleção é apenas a ponta do iceberg dos problemas do Futebol em Terras Brasilis.

Apesar de não termos esperança de mudança, visto que os que mandam no nosso futebol são os que sempre estivera, e sempre estarão, aí.

Apesar de tudo isso.

Eu continuo sendo torcedor da nossa Seleção.

Continuo ostentando o orgulho de vestir a camisa Canarinho (sim, com C maiúsculo) e de ser pentacampeão.

Continuo tendo esperança de ver, novamente, o meu Brasil campeão do mundo.

Continuo beijando o escudo, mesmo sabendo que aqueles que comandam o nosso futebol não mereciam um centésimo desse beijo.

E continuo sendo Brasileiro, com muito orgulho e muito amor.

Apesar de achar piegas demais essa música.

A Copa de 2014 foi um sonho que se transformou em pesadelo em pouco mais de 25 minutos daquela semifinal contra os implacáveis alemães.

E que terminou com a pá de cal na tarde desse sábado, com a vitória (roubada) da Laranja Mecânica sobre nossa Seleção.

Outras Copas virão, elas sempre vêem, e poderemos novamente torcer pelo Brasil, soltar nossos fogos, reunir nossos familiares, e curtir tudo novamente.

Não será em casa, como foi dessa vez e como foi em 1950, mas, cá pra nós, somos muito mais especialistas em fazer a festa na casa alheia do que na nossa própria residência, não é?

A nós, meros mortais, resta torcer para que em 2018 outros craques tenham surgido, uma nova mentalidade no comando técnico da Seleção surja e que possamos, na fria Rússia, demonstrar todo o nosso calor.

Aos que compartilham desse sentimento, nosso muito obrigado.

Aos que torcem contra, pelo motivo que for, sinceramente? Quero mais que você se foda!

E, sobre a final, acho que apesar de todo o favoritismo alemão, a festa ficará mesmo na América do Sul.

Apesar.

Os artilheiros germânicos responsáveis pela Blitzkrieg do Mineirão.

Os artilheiros germânicos responsáveis pela Blitzkrieg do Mineirão.

Na nossa cultura futebolística geralmente utilizamos alguns termos relacionados à guerra, ou às forças armadas, para descrever algo.

É assim com aquele cara que marca mais gols em um jogo, ou campeonato, que fica conhecido como Artilheiro.

O chute forte é uma bomba.

O técnico pode ser chamado de Comandante, apesar de ser mais usual ultimamente o “professor”.

E por aí vai.

E, na vã tentativa de entender e escrever o que aconteceu na tarde/noite dessa terça-feira no Mineirão, apenas um termo vem à minha cabeça.

O que intitula esse post.

Blitzkrieg.

Foi exatamente isso que aconteceu em Belo Horizonte.

Apesar de não ter sido surpresa, afinal quando o juiz apitou o início do jogo todos sabíamos que a Alemanha também atacaria, o ataque alemão foi avassalador.

Não tivemos forças para organizar nossa defesa, principalmente após o gol de Klose, o segundo da artilharia germânica, quando o pior dos pesadelos se abateu sobre os onze jogadores brasileiros em campo.

2, 3, 4, 5.

O pesadelo parecia não ter fim.

Atônito assisti aos trinta primeiros minutos de jogo com uma estranha sensação, algo pueril de minha consciência, onde eu pensava: “bom, agora podemos começar o jogo de verdade e torcer pela Seleção”.

Não, o jogo já havia começado e, para nossa tristeza, terminado.

E o sonho de ver o Brasil conquistar um título mundial em sua casa acabou-se.

Ao menos para mim.

Ao menos para minha geração.

Talvez, quem sabe, daqui uns 64 anos a FIFA resolva nos presentear novamente com o seu evento (e que desta vez sua organização não seja tão questionável) e aí minha filha, já velhinha, e meus netos possam realizar esse meu sonho.

Confesso que, apesar de saber levar na esportiva, fiquei chateado.

E vou dormir, ou tentar, assim.

Os alemães ressuscitaram a sua Blitzkrieg, dessa vez bem menos trágica (é claro), e pra cima de nós.

Que possamos aprender algo com isso.

Ps.: para aqueles que não conhecem o termo, Blitzkrieg foi um método, uma tática ou uma estratégia de guerra que consistia em ataques rápidos e de surpresa ao inimigo, que o exército do III Reich aplicou no início da II Guerra Mundial. Para saber mais, clique aqui

Chegou o grande dia!

Hoje a Seleção Brasileira entra em campo, em Belo Horizonte, para tentar garantir-se na final da Copa do Mundo de 2014.

E o adversário será duríssimo.

Pegaremos nada menos do que a poderosa Alemanha, num jogo que promete ser tudo, menos chato.

Embora valha frisar que, para eles, o confronto também será contra um poderoso.

Particularmente não gosto dessa “síndrome do vira-lata” que faz parte do nosso sentimento com relação à nossa Seleção sempre que vamos enfrentar o time A ou o time B.

Se será duro para nós, será duríssimo para eles!

No desempenho histórico em Copas levamos vantagem.

Mas não estamos falando de alguém que não tenha história, muito pelo contrário.

O confronto de hoje reúne nada menos do que as duas seleções que participaram de mais edições da Copa, que fizeram mais jogos na Copa e que participaram de mais finais do torneio.

E em todos esses quesitos a Seleção Brasileira só não leva vantagem em um, no número de jogos disputados, onde os Alemães estão 2 jogos à nossa frente.

São 5 títulos do Brasil, 3 da Alemanha, 20 participações do Brasil no Mundial, 18 da Alemanha, e 7 finais disputadas por cada um (a última delas entre ambas, em 2002).

Se deixarmos o desempenho histórico de lado e avaliarmos apenas essa edição a equivalência continua a mesma.

Tanto Brasil, quanto Alemanha, chegam às semifinais sem terem brilhado tanto quanto se esperava.

Ambos se classificaram em primeiro nos seus grupos, que contavam com seleções médias, sem muita tradição no torneio.

Nas oitavas ambos sofreram demasiadamente para eliminar seleções do terceiro (e talvez quarto) escalão mundial, com a única diferença de que o Brasil precisou dos pênaltis para eliminar o Chile e a Alemanha venceu a Argélia na prorrogação.

Já nas quartas de final ambos passaram por seleções que, apesar de não serem consideradas favoritas, estavam jogando um futebol melhor e conquistando a confiança do público e da crítica. Tanto Colômbia, quanto França (sendo essa uma seleção que já tem um título e um vice nas Copas) sucumbiram diante do gigantismo de Brasil e Alemanha.

E chegamos à semifinal.

Da parte da Alemanha não há nenhum problema, o time está completo e o técnico Joachim Löw tem à sua disposição um elenco mais, digamos, qualificado do que o brasileiro.

Mas existe o nosso lado.

Zúñiga, quebrando a costela do atacante Neymar e se transformando no principal candidato a Barbosa de 2014.

Zúñiga, quebrando a costela do atacante Neymar e se transformando no principal candidato a Barbosa de 2014.

E se não contaremos mais com o craque Neymar, que fará falta sim ao ataque da Seleção, podemos dizer que o time Canarinho ganhou um reforço de peso para a disputa dessa semifinal.

Trata-se do “nosso Barbosa”!

E não estou fazendo referência ao personagem de Ney Latorraca em TV Pirata.

O Barbosa, nesse caso, refere-se ao goleiro da Seleção na Copa de 1950.

Ele que carrega, injustamente diga-se, sozinho o título de responsável pela derrota frente ao Uruguai no último jogo daquela Copa, em pleno Maracanã.

Título esse que transformou-se num monstro que nós mesmo criamos. Todas as gerações, de 1950 pra cá, sempre ao ouvirem falar dessa Copa, ouvem o nome de Barbosa.

E nunca imaginávamos que isso poderia entrar em campo quando organizássemos novamente o Mundial.

O que ficou evidente após o jogo com o Chile, e à choradeira que tomou conta dos jogadores da Seleção naquela disputa de pênaltis, quando debatemos pelos dias que se seguiram como estaria o psicológico de nossos jogadores.

Desse debate muitos, inclusive eu, entenderam que aquela reação nada mais era do que o medo que cada um sentiu naquele momento em se transformar no Barbosa de 2014, ficando para sempre marcado por uma possível eliminação.

Já contra a Alemanha, hoje, o país inteiro já elegeu de antemão o nosso Barbosa: trata-se do lateral colombiano Juan Zúñiga, o responsável pela joelhada nas costas de Neymar que acabou com o corte do atacante da Copa.

Sim, ele já está eleito.

Caso o Brasil não vença hoje a Alemanha não há dúvidas que todos, tanto na imprensa quanto na torcida, o responsabilizarão (de maneira indireta, ao menos).

E isso pode fazer um bem danado aos jogadores que entrarão em campo.

Sem essa terrível pressão, que criamos ao longo dos anos, os jogadores podem jogar apenas com a pressão normal que esse confronto requer (que não é pequena) e, com isso, mostrar quem é quem no cenário do futebol mundial.

robbenDepois de uma primeira fase completamente excepcional, não apenas pelo número de gols, mas muito mais pela qualidade e intensidade dos jogos que vimos, as oitavas de final terminaram e, curiosamente, prestaram um excelente serviço à Copa do Mundo de 2014.

De uma maneira muito mais, digamos, realista, as oitavas de final foram disputadas entre sábado e terça passados e serviram para classificar as oito seleções que haviam terminado a primeira fase na liderança de seus grupos.

Os oito times que entrarão em campo à partir da próxima sexta-feira são, exatamente, os oito que terminaram em primeiro lugar na primeira fase.

E é a primeira vez que isso acontece na história das Copas.

Desde a edição de 1986, no México, quando a Copa do Mundo passou a ser disputada em sistema eliminatório à partir da sua segunda fase, é a primeira vez que todos os líderes de grupos se classificam para a disputa das quartas de final.

A Copa que havia chegado mais próximo disso foi exatamente a última, na África do Sul, quando apenas Gana, que havia se classificado em segundo lugar no seu grupo, chegou entre os oito primeiros.

neymarJá a que ficou mais longe dessa marca foi a primeira Copa disputada nesse modelo, a do México em 1986, quando nada menos que 5 seleções, entre as oito classificadas, haviam ficado em segundo ou em terceiro lugares no seus grupos. Ainda bem que, ao menos, a campeã daquela Copa foi uma seleção que terminou a primeira fase na liderança do grupo, a Argentina de Maradona.

Aqui vale a ressalva de explicar que até 1994 a Copa era disputada por 24 seleções, divididas em 6 grupos, onde os primeiros e segundos colocados dos grupos se classificavam para as oitavas, junto com os 4 melhores terceiros colocados, para totalizar 16 equipes na segunda fase.

Então, como se percebe que é óbvio, de 1986 até 1994 não poderíamos ter uma fase de quartas de final formada apenas por seleções que houvessem se classificado em primeiro no grupo da primeira fase, como tivemos nessa edição do Mundial.

Mas, voltando à edição desse ano, outra característica também chama bastante a atenção entre esses oito classificados para as quartas: com a exceção de Brasil (que não disputou) e de França, que se classificou na repescagem europeia, porque esteve no grupo da até então favorita Espanha, todas as demais 6 seleções tiveram ótimo desempenho nas eliminatórias também.

Argentina e Colômbia foram, respectivamente, primeira e segunda colocadas nas eliminatórias da América do Sul.

Alemanha, Holanda e Bélgica terminaram na liderança de seus grupos na eliminatória da Europa, classificando-se diretamente para a Copa sem precisar da repescagem (como a França).

E a Costa Rica terminou a eliminatória da América do Norte e Central na segunda colocação, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, que foram eliminados nas oitavas de final apenas na prorrogação.

messiDos oito apenas quatro vão passar para disputar, esses sim, a Copa do Mundo completa (7 jogos).

Vamos, então, já que o tempo é curto, a uma breve análise dos oito classificados.

Breve mesmo.

A ordem está de acordo com a ordem dos jogos.

Alemanha x França:

Alemanha: chegou como uma das grandes favoritas e logo no seu primeiro jogo fez por merecer esse rótulo. De lá pra cá, vem mostrando um futebol instável e sofrendo demais para vencer jogos que, teoricamente, seriam fáceis (vide Argélia nas oitavas). Se quiser passar vai ter que enfrentar a França como fez com Portugal e tem time para isso.

França: surpreendeu a muitos, inclusive a mim. Principalmente depois que o principal nome da equipe, Ribéry, foi cortado por uma lesão nas costas. Apesar de não estar com 100% de aproveitamento, tem um dos melhores ataques da competição. Pode surpreender, mas se parar por aqui muitos franceses ficarão orgulhosos dos L’Blues.

james hernandezBrasil x Colômbia:

Brasil: precisa apagar a Síndrome de Barbosa dos seus jogadores, principalmente do capitão Thiago Silva. O peso que o goleiro da Seleção de 50 carrega até hoje está assustando os meninos da família Scolari, e isso tem que ser trabalhado mais do que os planos táticos do treinador. Continua favorito, mas apenas porque terá a maioria da torcida no estádio. Em casa quase ninguém ganha do Brasil.

Colômbia: técnica e taticamente é favorita no confronto. É dona do segundo melhor ataque da competição e tem o artilheiro isolado, autor do mais belo gol da Copa até aqui. Da mesma forma que a França, vem surpreendendo principalmente por não contar com o seu principal astro, Falcão Garcia, cortado por lesão. Se não sentir o peso de disputar pela primeira vez as quartas, pode sim transformar o Castelão de 2014 no Maracanã de 1950.

Argentina x Bélgica:

Argentina: quem tem Messi, aparentemente, tem tudo. A seleção argentina não vem fazendo uma Copa brilhante, não impôs goleadas aos adversários mais fracos (como Bósnia ou Irã) e sofreu uma barbaridade para eliminar a Suíça (o equivalente ao Chile da Europa) sem ir para os pênaltis. Mas o melhor jogador do mundo vem resolvendo em lances isolados, coisa que o craque realmente faz, e pode resolver novamente.

Bélgica: apesar de ter chegado ao que era considerado por muitos especialistas, o seu objetivo, a seleção belga não empolgou ninguém até agora. Mas tem condições, ao menos teoricamente, de jogar água no chope argentino e transformar toda a festa hermana até aqui em mais um triste e doloroso tango. Mas, cá pra nós, entre Hazard+10 e Messi+10, com quem você ficaria?

Costa Rica x Holanda:

Costa Rica: quem, em sã consciência, falaria exatamente depois de tudo o que essa seleção já fez, que agora podemos considera-la uma zebra? Eu não arrisco isso, embora também não aposte um centavo sequer em sua classificação. Mas, lembremos que do tal grupo da morte, onde tínhamos 7 títulos mundiais em jogo, essa zebra foi a que chegou mais longe até aqui. Que eles já entraram para a história dos mundiais isso ninguém duvida. Devemos, então, duvidar de mais alguma coisa?

Holanda: a melhor seleção da Copa até agora é, certamente, a dona do melhor ataque da competição. Manteve os 100% de aproveitamento depois de uma virada incrível sobre o empolgado time do México, nos últimos minutos de jogo, mesmo tendo jogado pior do que os norte americanos na primeira etapa. Vem forte, como grande favorita, contra a modesta Costa Rica, e nela sim eu apostaria meu rico dinheirinho (não só pela classificação, mas como também pela quebra do estigma de vice).

Como o amigo leitor que acompanha o blog pôde perceber, quando eu tentei prever o que teríamos de confronto nessa fase de quartas de final (leia aqui), não fiz nenhuma previsão que tenha realmente acontecido.

Então, faça um favor a você mesmo, se for apostar em algum bolão não tome como parâmetro essas minhas análises.

O meia Fernandinho que entrou e deu outra cara para o meio-campo da Seleção.

O meia Fernandinho que entrou e deu outra cara para o meio-campo da Seleção.

O Brasil se garantiu nas oitavas de final ao vencer, e bem, o fraco time de Camarões.

Os 4×1, no entanto, não significam que o Brasil tenha jogado um futebol dos sonhos, principalmente no primeiro tempo, quando encontramos mais dificuldades do que deveríamos contra o já eliminado e em crise time camaronês.

Mas no segundo tempo, principalmente com a entrada do meia Fernandinho, o Brasil dominou o jogo porque passou a dominar o meio de campo, tendo melhorado a marcação e a roubada de bola nesse setor.

Com o apagado, e meu ídolo, Paulinho as coisas não estavam funcionando bem assim.

Neymar foi outra vez Neymar e se aproveitou da fragilidade do adversário para demonstrar um pouco de sua habilidade, dando dribles desconcertantes e fazendo algumas firulas para levantar a galera.

Vale lembrar que nenhum outro craque da Copa teve uma atuação tão bela quanto a do Neymar, nem mesmo enfrentando o mesmo nível de adversários.

A vitória deu ao Brasil o primeiro lugar do grupo e jogará as oitavas contra o surpreendente time do Chile, no próximo sábado, às 13 horas.

Demais jogos:

No começo da tarde a Holanda venceu o Chile, se confirmando como primeira do grupo B e mantendo 100% de aproveitamento.

Não vi o jogo e começo a crer que temos que ficar de olhos bem abertos para esse time da Holanda.

Os caras chegaram para a Copa como segunda força de seu grupo, fecharam a primeira fase com esse belo aproveitamento e estão com a moral lá em cima por conta da campanha, até aqui, perfeita.

Time que ganha moral e autoconfiança, nesse tipo de campeonato, se torna difícil de ser batido hein.

Ainda pelo grupo B, Espanha e Austrália fizeram um jogo melancólico de despedida, com a Espanha vencendo por 3 a 0 e evitando um vexame ainda maior.

No mesmo horário do jogo do Brasil o México, que ninguém está colocando como uma surpresa, mas é, venceu bem a seleção da Croácia, por 3×1 e fará o outro jogo das oitavas contra a Holanda.

Digo que o México é uma surpresa porque o time de Chichiarito Hernandéz se classificou na repescagem mundial, tendo ficado atrás até de Honduras nas eliminatórias da CONCACAF e trocou, se eu não me engano, duas vezes de técnico no último ano.

Chegar aqui e ter o mesmo desempenho que os donos da casa, sob essas condições, é sim ser uma surpresa.

Amanhã:

Um clássico do futebol mundial decide uma vaga nas oitavas de final pelo grupo D, considerado como “da morte” antes do início da Copa.

Um jogo simplesmente entre os dois primeiros campeões mundiais.

Um puta jogo, que eu não vou poder assistir.

Uruguai e Itália entram em campo, às 13 horas, com a vantagem do empate para a Esquadra Azzurra, mas com uma ampla vantagem de torcida para a Celeste Olímpica.

Jogo duro de palpitar.

Mas como os sul-americanos, e por quê não os americanos (do continente, não do país), estão levando vantagem sobre os europeus eu acho que vai dar Celeste.

Sem moleza, é claro.

Ao mesmo tempo a candidata ao título Costa Rica pega a já eliminada Inglaterra, com os costarriquenhos jogando por um empate para se classificarem em primeiro lugar no grupo.

A tarde a decisão será pelo grupo C.

A Colômbia pega o Japão jogando por um empate para ser líder do grupo.

Os japoneses precisam vencer por dois gols de diferença e torcer para que a Costa do Marfim e Grécia empatem.

Mafineses e gregos jogam pela vitória para garantir a vaga como segundo do grupo.

Um dado curioso desse grupo é que um de seus classificados pode ser conhecido através de sorteio da FIFA.

Para que isso ocorra, uma improvável combinação de resultados tem que acontecer. O Japão tem que vencer a Colômbia por 3 a 2 e a Grécia tem que bater a Costa do Marfim por 4 a 1.

Mas, do jeito que essa Copa anda, é melhor os homens da FIFA começarem a preparar o sorteio.

Que delícia é a Copa do Mundo!

Todo dia tem jogo, ao menos na primeira fase, e a grande maioria dos jogos são decisivos.

E isso é o que todo amante desse esporte mais gosta.

Os três jogos de ontem fecharam a segunda rodada da competição, que teve uma ligeira queda na média de gols marcados, estando agora com 2,94 por jogo, mas que ainda se mantém como a melhor média das últimas quatro Copas, que tiveram o mesmo formato e número de participantes.

Se formos pegar historicamente a Copa de 2014 tem a melhor média desde 1970, essa sim conhecida como a Copa das Copas. Coincidentemente, ao final da 2ª rodada, temos o mesmo número de jogos realizados do total de jogos da Copa de 70, sendo que naquela foram marcados 95 gols e nessa, até ontem, foram contabilizados 94 gols.

A diferença é mínima.

Os principais grupos responsáveis por essa festa de gols são o Grupo B, com destaque à Holanda, o Grupo E, da França (Holanda e França com os melhores ataques da competição até aqui) e o Grupo G, da Alemanha, o terceiro melhor ataque. Todos esses com média de gols igual ou superior a 3,75 gols por jogo.

O grupo onde menos vimos gols é exatamente aquele que esse blogueiro mais esperava gols, o Grupo F, da Argentina. Até agora foram marcados apenas 5 gols nesse grupo, o que dá uma média de 1,25 por jogo.

Muito pouco.

Fonte Nova, em Salvador, e Beira Rio, em Porto Alegre, são os estádios que mais viram gols até agora. O primeiro testemunhou 17 gols e o segundo 14.

As goleadas da Holanda sobre a Espanha e da Alemanha sobre Portugal contaram, e muito, para deixar a Fonte Nova nessa posição privilegiada.

Já o estádio que menos viu gols até esse momento foi a Arena da Baixada, em Curitiba, que nos dois jogos que recebeu viu apenas 3 gols.

Prévia das oitavas retirada do portal UOL.

Prévia das oitavas retirada do portal UOL.

Nova simulação das oitavas:

Pouca coisa mudou na simulação das oitavas.

Os confrontos que estão diferentes entre essa e a simulação da primeira rodada são os da França, que antes poderia pegar ou Irã ou Nigéria, e que agora está com a Nigéria, a Alemanha que antes poderia pegar ou Coreia do Sul ou Rússia, mas que agora está pegando a surpresa Argélia e a Argentina que antes pegaria a Suíça e que agora estaria enfrentando o Equador.

De resto está como estava na primeira rodada: Brasil x Chile, Colômbia x Itália, Holanda x México, Costa Rica x Costa do Marfim e Bélgica x Estados Unidos.

De um lado da chave de quartas de final estão os campeões mundiais Brasil, Itália, França e Alemanha e do outro apenas a Argentina.

Promessa de que iremos sofrer, e muito, se quisermos chegar até a final.

Palpites:

Como hoje começa a terceira rodada da fase de grupos, que vai formar as oitavas de final, vamos dar os palpites finais dessa fase.

Embora que como palpiteiro eu tenho sido um ótimo blogueiro, apenas.

No grupo A eu acredito que passará o Brasil em primeiro e a Croácia em segundo. Acho que haverá uma grande frustração da enorme torcida mexicana que está tomando conta de Recife.

No grupo B as coisas ficam como estão: Holanda em primeiro e Chile em segundo. Só espero que a Austrália não termine em terceiro desse grupo.

No grupo C passam Colômbia em primeiro e Costa do Marfim em segundo. Não acredito que o burocrático time grego vá surpreender na decisão contra os marfineses.

No grupo D mora a grande questão. Acho que a Costa Rica irá sim ficar com o primeiro lugar do grupo (os caras já chegaram até aqui, não vão desapontar agora). Mas entre Itália e Uruguai tudo pode acontecer. Se for para escolher um, pelo o que eu vi na última rodada, eu escolho o Uruguai.

No grupo E a França termina em primeiro e nos resta saber como a seleção da Suíça vai se recuperar do massacre sofrido na última rodada. Mas, mesmo sabendo que os suíços estão abalados com a derrota, aposto minhas fichas neles. Acho difícil que o Equador arranque uma vitória contra a França.

No grupo F, o pior da Copa até aqui, acho que Argentina e Nigéria farão um jogo no estilo “bom pra todo mundo” e se garantirão em primeiro e segundo colocados com um simples empate.

No grupo G outra decisão. Grupo complicadíssimo mas que pode haver também um jogo no estilo “bom para todo mundo” entre Alemanha e Estados Unidos, que com um empate se classificam para a próxima fase. Mas é duro de prever. Pelo saldo de gols acho que Portugal já está eliminado (teria que reverter um saldo negativo de 4 gols). Já Gana poderia se beneficiar de uma vitória alemã, caso vença também os portugueses, mas teria que tirar dois gols de saldo. Mesmo achando que a Alemanha vá vencer os americanos, vou ficar com a classificação dos dois para a próxima fase.

Como também acredito que nada vá mudar no grupo H, mesmo sabendo que haverá o confronto direto entre Argélia e Rússia pela segunda vaga desse grupo. Os argelinos demonstraram muita garra e disciplina tática no jogo de ontem contra a Coreia, essa sim já eliminada, e podem ser mais uma surpresa dessas oitavas de final.

Agora, como sempre escrevo, é só esperar para ver. E torcer!

História de Torcedor de hoje não poderia deixar de ter a ver com o principal campeonato de futebol do planeta, a Copa do Mundo.

Afinal, estamos no meio da 20ª edição do torneio, que pra felicidade do Futebol em Terras Brasilis está sendo disputada em nosso solo.

Mas, muito mais do que uma mera história sobre o que eu vivi numa Copa do Mundo, o relato de hoje pode ser mais compreendido se for lido como uma homenagem.

Pequena, mas uma homenagem.

Homenagem a alguém que, se não tivesse vivido, eu também certamente não estaria aqui.

Homenagem à minha mãe, que se estivesse encarnada estaria completando, hoje, 69 anos de idade.

Dona Luiza Estela Silveira Lopes, Lú para os mais próximos e mãe para apenas três.

Parabéns mãe!

Que Deus possa continuar te abençoando em seu caminho e que possamos, eu, meus irmãos, meu pai e seus netos sentir as boas vibrações que sempre recebemos vindas de você.

E que a festa seja animada de verdade dessa vez!

Minha mãe, em foto com meu irmão Leonardo, que nem havia nascido ainda em 86. Saudades imensas de você, mãe.

Minha mãe, em foto com meu irmão Leonardo, que nem havia nascido ainda em 86. Saudades imensas de você, mãe.

Festa (?) de aniversário:

Tenho poucas lembranças da Copa do Mundo de 1982.

A principal delas, certamente, foi da tristeza que tomou conta da sala lá de casa na derrota da Seleção Canarinho para a Itália de Paolo Rossi.

E só.

A primeira Copa que acompanhei mais foi, sem dúvida alguma, a de 1986, quando eu já tinha 9 anos completos e já era um mini-apaixonado por futebol.

Nessa Copa vivemos uma espécie de ressaca de 1982, com a Seleção sendo ainda comandada por Telê Santana e com alguns craques vindos daquela Copa inesquecível (como Zico e Sócrates, por exemplo).

Em 86 o caminho da nossa Seleção foi sendo percorrido de maneira até bastante simples.

Na fase de grupos pegamos, e vencemos, a Espanha (1 a 0), a Argélia (de novo 1 a 0) e a Irlanda do Norte (3 a 0).

Nas oitavas atropelamos a Polônia por 4 a 0 e chegamos entre os oito melhores do Mundial com quatro jogos, quatro vitórias, 9 gols marcados e nenhum sofrido.

Já era motivo para todos declararem o Brasil como um dos favoritos ao título, mesmo tendo naquele ano a Argentina de Maradona.

Enquanto tudo isso acontecia, o aniversário da minha mãe se aproximava e ela, que sempre gostava de ver a casa cheia, se animava para fazer uma festinha.

Afinal, não é todo ano que seu aniversário cai num sábado, né?

E naquele 1986, quando completava seus 41 anos, o dia 21 de junho, que marca também o início do inverno no nosso hemisfério, cairia num sábado.

Coincidentemente, aquele dia 21 de junho marcava também o início da disputa das quartas de final da Copa do Mundo.

E o primeiro jogo era o do Brasil.

Lógico que muitos detalhes eu não vou me lembrar, mas me lembro perfeitamente que minha mãe marcou sua festa para aquela tarde, que seria uma comemoração com comidas típicas de festa junina, afinal era junho, e que o jogo seria apenas mais um motivo para comemorarmos.

A ideia pareceu excelente.

No dia 21 de junho de 1986 a casa estava arrumada para a festa. Naquela época ainda não tínhamos tantas bandeiras pra lá e pra cá, mas alguma coisa sempre se fazia para marcar a experiência de mais uma Copa.

Lembro que morávamos em um apartamento bem grande na Lins de Vasconcelos, aquelas construções antigas onde o apartamento era sim espaçoso, e por isso daria para fazer a festa lá mesmo, preparando para lá, também, a comemoração com a vitória da Seleção Brasileira.

Praticamente ninguém contava com mais uma eliminação brasileira.

Se não tínhamos o timaço de 1982, ao menos estávamos com uma Seleção competitiva e que iria pegar a tal da França, atual (para aquela época) campeã europeia, mas com pouquíssima tradição em Copas do Mundo.

A França de 86 era algo parecido com o Portugal desse ano.

Estava a baba do quiabo.

Doce inocência.

Certamente também não me lembro de todos os detalhes do jogo, afinal eu era apenas uma criança ainda.

Mas me lembro daquelas malditas cobranças de pênalti.

Lembro que naquela cobrança francesa que bateu na trave e nas costas do goleiro brasileiro, Carlos, meu pai gritava com a televisão pedindo que anulassem a cobrança, dizendo que não poderia valer aquele gol.

Meu pai não era o único que gritava.

Me lembro também da aflição, e depois do alívio, de todos quando viram que o Galinho pegara a bola para a cobrança de pênalti. Afinal, ele havia perdido um pênalti durante o jogo, mas acabou convertendo a sua cobrança na decisão.

Alegria.

Que foi maior quando o ídolo deles, Michel Platini, isolou sua cobrança, fazendo com que o Brasil empatasse a série na quarta cobrança.

Que rapidamente se transformou em tristeza, quando o zagueiro, sim um zagueiro cobrou o último pênalti do Brasil, mandou a bola na trave.

E que se tornou em depressão quando o último francês, um tal de Fernández, cobrou e converteu seu pênalti.

Pronto, o fantasma do Sarriá estava novamente sob nossas cabeças.

O Brasil estava eliminado.

E a festa acabada.

E não importava o que eu fizesse, e eu juro que lembro que tentei convencer a todos (do jeito que uma criança faz, claro) de que era a festa de aniversário da minha mãe, e que não devíamos ficar tristes na festa.

De nada adiantava.

Pra falar a verdade, acho que nem minha mãe queria mais continuar aquela festa.

O clima parecia mais com o de um velório.

A Copa havia acabado para o Brasil.

E havia acabado com a festa da minha mãe.