Blog FTB analisa a situação de cada um dos cinco brasileiros nessa noite decisiva da Libertadores e crava quais irão se classificar!

Quem acompanha esse blog sabe.

Quem não acompanha vai saber agora.

Sempre nos utilizamos de números e dados para analisar e avaliar tudo o que ocorre no Futebol em Terras Brasilis.

Fazemos isso sabendo que essa é uma análise fria e, por muitas vezes, incompleta. O que não invalida, de forma alguma, essas mesmas análises.

E iremos trabalhar nessa mesma linha para avaliar a grande noite que teremos para os cinco times brasileiros na principal competição do continente.

Isso mesmo.

Nessa noite, que promete ser histórica, teremos cinco gigantes do nosso futebol em campo, disputando para chegar às quartas de final da Libertadores e, com isso, de quebra pontuar em nosso Ranking.

Noite tensa.

Noite longa.

Vamos lá então?

A nossa análise terá como base o resultado do primeiro jogo da chave, avaliando-o historicamente desde a mudança de regras da Libertadores, no ano de 2000, quando passou a ter nas oitavas de final o duelo entre o primeiro colocado de um grupo contra o segundo de outro.

É bom frisar que nas cinco primeiras edições (2000 a 2004) o cruzamento dessa fase era de acordo com os grupos da fase anterior. Ou seja, o primeiro do grupo A pegava o segundo do H, o primeiro do B pegava o segundo do G e assim consecutivamente até o primeiro do H pegar o segundo do A.

Em 2005 a Conmebol alterou essa regra para a que estamos acostumados a ver hoje, com os primeiros colocados sendo classificados de um lado, os segundos de outro e o cruzamento se dar por melhor desempenho versus pior desempenho.

Outra mudança significativa que teve nesse período, e que conta muito para a nossa análise, é o critério de gol marcado fora de casa como fator de desempate.

Essa regra também foi implantada à partir de 2005, o que fez com que muitas equipes que se classificariam entre 2000 e 2004 caso essa regra já estivesse válida, tiveram que passar por uma disputa de pênaltis (podendo ter sido, ou não, eliminada).

Explicadas as “regras” para a análise, começaremos pelo pelo primeiro jogo da noite, entre Cruzeiro e São Paulo, às 19hs30min no Mineirão.

Cruzeiro x São Paulo:

cruxspO placar de 1×0 conseguido pelo Tricolor Paulista, no primeiro jogo da decisão e atuando como mandante, foi o segundo resultado que mais ocorreu no período analisado dessa fase da Libertadores.

De 2000 a 2015 (incluindo os jogos dessa edição) os mandantes do primeiro jogo venceram por 1×0 em 16 oportunidades, ou 12,5% do total de 128 partidas.

Se excluirmos a edição de 2015, são 14 ocorrências desse placar na história.

Nessas 14 oportunidades, em 78,6% das vezes o time que venceu a primeira partida conseguiu se classificar às oitavas, o que mostra que a vantagem conquistada, apesar de “magra”, é muito difícil de ser superada.

Se isolarmos apenas os confrontos ocorridos a partir de 2005, com as regras atuais, a situação fica muito mais complicada para o Cruzeiro e muito mais tranquila para a torcida São Paulina.

De lá pra cá foram 9 ocorrências desse placar no primeiro jogo e apenas uma vez, repito apenas uma vez, o time que jogou em casa no segundo jogo conseguiu se classificar.

Em 3 oportunidades o visitante se classificou nos pênaltis, em uma vez a classificação veio no critério de gol fora e em 4 oportunidades o visitante conseguiu sua classificação empatando ou vencendo novamente o adversário.

O alento para a torcida do Cruzeiro é que, em disputas envolvendo dois times brasileiros e que houve essa vantagem no placar para aquele que havia se classificado como segundo colocado, as estatísticas são mais equilibradas.

Houve quatro confrontos desse tipo, com vitória por um a zero no primeiro jogo, entre brasileiros nesse período analisado (em 2000 confronto entre os Atléticos Mineiro e Paranaense, em 2001 entre São Caetano e Palmeiras, em 2007 entre São Paulo e Grêmio e em 2010 entre Flamengo e Corinthians).

Em duas oportunidades (em 2001 e 2007) o time que fez o segundo jogo em casa conseguiu reverter a vantagem, sendo que em uma delas a disputa foi parar nos pênaltis (2001) e em outra a decisão foi no tempo normal (2007).

Nas outras duas oportunidades os visitantes é que se classificaram. Em uma dessas vezes a classificação veio pelo critério de gol fora (2010) e na outra ela veio na disputa por pênaltis (2000).

Ou seja, quando envolve dois times brasileiros em que um deles vence o primeiro jogo como mandante por 1×0, a disputa na segunda partida é bem equilibrada.

Mas, analisando os dados históricos e a situação atual das duas equipes o Blog crava: quem passa hoje é o São Paulo!

interxgaloInternacional x Atlético Mineiro:

A outra disputa entre brasileiros, que começará às 22 horas em Porto Alegre, Inter e Galo vão a campo com uma igualdade pouco vista nessa fase da Libertadores.

Em apenas 4 oportunidades, nas oitavas de final do período analisado, o primeiro jogo terminou empatado em 2×2.

Em 75% das vezes, ou 3 ocasiões, o classificado foi o time que fez o segundo jogo em casa, sendo que cada classificação ocorreu de uma maneira diferente: uma vez na decisão por pênaltis, uma no critério de gol fora e uma de forma direta.

O visitante, quando se classificou, foi de forma direta vencendo seu adversário na casa do rival.

Três desses quatro confrontos ocorreram após 2005, sendo que o único que não ocorreu nesse período foi quando o mandante do segundo jogo venceu seu adversário nos pênaltis.

Na disputa entre brasileiros nesse placar nunca ocorreu, ficando, então, nossa análise restrita apenas aos confrontos entre times de países diferentes.

Alento para a torcida do Galo é o fato de que, se analisarmos todos os resultados de empate ocorridos nesse período (foram 28 até 2014), a estatística para o visitante no segundo jogo é um pouquinho, veja bem, um pouquinho melhor.

Foram 20 classificações do mandante contra 8 do visitante, o que melhora (bem pouco, como eu escrevi acima) para 28,6% o rendimento de quem empatou primeiro em casa e decidiu fora.

Isolando desse total de empates as decisões envolvendo apenas brasileiros, que ocorreu em duas oportunidades (em 2006, entre Palmeiras e São Paulo – empate em 1×1, e em 2012 quando Internacional e Fluminense empataram em 0x0) , a estatística fica totalmente favorável ao Colorado.

Nas duas vezes o mandante do segundo jogo passou às quartas de final.

O que, na opinião do blog, e para tristeza geral das Minas Gerais, ocorrerá novamente nessa noite.

tite

Tite tem que contar com um milagre na noite de hoje.

Corinthians x Guaraní:

O Timão recebe o time paraguaio, também às 22 horas, com uma missão bem indigesta nessa Libertadores.

Após perder o primeiro jogo por 2×0, na casa do adversário, o Corinthians tem a dura obrigação de fazer o mesmo placar, no mínimo, para mandar a decisão para as cobranças de pênaltis.

No histórico da Liberta, o visitante do segundo jogo chegou lá com essa vantagem por 8 ocasiões, sendo que tivemos, nessas oito situações, times brasileiros envolvidos em três delas.

E a retrospectiva não é muito favorável ao time do Parque São Jorge.

Nas oito vezes que o primeiro jogo terminou 2 a 0 para o time de pior campanha, apenas em três situações, ou 37,5% das vezes, o time que mandou a segunda partida em sua casa conseguiu se classificar. E em duas dessas situações a classificação veio da pior maneira possível: nos pênaltis.

A estatística é bem parecida quando analisamos apenas confrontos em que havia um time brasileiro envolvido.

Nessas oportunidades, que aconteceram por três vezes, o time que chegou com a vantagem para o segundo jogo acabou se classificando em duas delas, e quem chegou para reverter essa vantagem apenas conseguiu uma vez, e por pênaltis.

O que pode aliviar para os Corinthianos é que nessas três oportunidades em duas foram times brasileiros que se classificaram.

Em 2000 o Palmeiras perdeu o primeiro jogo para o River Plate por 2×0, mas conseguiu vencer o segundo por 3×1 (placar que hoje não interessa ao Corinthians) e se classificou nos pênaltis.

Em 2008, no entanto, o Santos era o time que havia vencido o primeiro jogo, e acabou se classificando para a próxima fase com nova vitória, de novo por 2×0, contra o Cúcuta Deportivo.

Para deixar qualquer Corinthiano de cabelo em pé (com exceção a este que vos escreve, que tem pouco cabelo) o outro brasileiro que esteve em uma situação semelhante à do Corinthians foi o Goiás, que em 2006 perdeu o primeiro jogo para o Estudiantes por 2×0 e conseguiu vencer o segundo, só que por 3×1, placar que o eliminou pelo critério de gol fora.

Situação difícil essa a do Timão.

Que, para a minha tristeza, creio que encerrará sua participação na Libertadores na noite de hoje, pois não só os números, como o futebol do time Alvinegro não estão me fazendo acreditar em sua classificação.

O alento que fica, tanto para Corinthianos, quanto para Cruzeirenses, é que em todos os confrontos da história dessa fase da Libertadores, os times que se classificaram como primeiros colocados de seus grupos chegaram às quartas de final em 58% das vezes.

Separando apenas os brasileiros que se classificaram nessa colocação, 59% deles chegaram à próxima fase.

Comentários
  1. Desde que o São Paulo, ou qualquer outro representante sul-americano, saiba como jogar com um Barcelona, creio que em um campeonato como o Mundial de Clubes da FIFA, onde a decisão é em jogo único, tudo possa acontecer.
    Inclusive a vitória do sul-americano.

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