Arquivo de Outubro, 2013

patoCaro Alexandre,

Inicio essa pequena carta explicando que o “Caro” acima escrito não é o sinônimo de estimado, de prezado, mas sim uma clara referência ao seu custo benefício para o clube do meu coração, e para a tranqüilidade da torcida que suporta esse clube.

Deixei passar mais de 24 horas para lhe escrever essa carta, pois entendo que no calor da emoção o teor dela poderia ser muito ofensivo ao senhor, e prejudicial à minha humilde pessoa, um simples torcedor que, por conta da enorme paixão pelo futebol, às vezes escreve algumas linhas com pouco valor sobre esse tema.

É certo, caro Alexandre, que essa carta está sendo escrita por conta da forma irresponsável, infantil e até amadora com a qual o senhor desperdiçou o último pênalti no confronto do nosso, quero dizer, do meu Corinthians contra o Grêmio na última quarta-feira, culminando com a eliminação do Timão nas quartas de final da Copa do Brasil.

Pode ficar tranqüilo, ou melhor, mais tranqüilo, pois não vou responsabilizá-lo totalmente pela desclassificação do Corinthians. Não, eu não seria irresponsável a este ponto, afinal o senhor não tem culpa do time ter jogado de maneira covarde durante os noventa minutos (de novo), não tem culpa do técnico Tite ter escalado três volantes e do time só ter melhorado de fato quando ele tirou um desses volantes para a entrada do atacante Émerson, o qual o senhor também não tem culpa de ter sido expulso infantilmente, por ter caído na provocação de um jogador Gremista, como também não tem culpa o senhor de quê os meias Danilo e Edenílson terem perdido as suas penalidades, com o grande Dida defendendo-as de maneira exemplar.

Não caro Alexandre, você não tem culpa disso tudo.

E tudo isso também fez com que o Timão fosse eliminado, eu sei.

Mas o que eu não me conformo, caro Alexandre, é como um atacante que é tido por grande parte da mídia um dos melhores do país, por vezes convocado para defender a Seleção Brasileira, pôde ser tão inocente ao achar que bater aquele pênalti daquela forma fosse realmente dar resultado.

O mais impressionante dessa história é saber que o senhor jogou por anos a fio com o goleiro Dida, lá no Milan, onde obviamente vocês treinavam juntos e, certamente, já se conheciam o suficiente para saber o estilo de cada um, você saber o dele e ele saber o seu. O que te deu na cabeça então, caro Alexandre?

Achar que um goleiro com a envergadura, experiência e especialidade do Dida em pegar pênaltis iria sofrer aquele gol foi, no mínimo, falta de bom senso. Mas podemos também elencar falta de profissionalismo, de maturidade, de auto-crítica e de uma série de outras características que nem valem a pena escrever.

Pior, caro Alexandre, foi ter saído de campo falando que havia treinado daquela forma e não iria mudar no momento da batida. Ora, estou eu na sua pele, certamente mudaria minha cobrança, não importando a forma como eu havia treinado. Vejamos: você foi a mais cara (e para muitos burra) contratação do futebol brasileiro, seu time está com um fraco desempenho se comparado ao ano anterior, em que o senhor não estava, a torcida pressionando por resultados, era apenas o último pênalti, ninguém mais bateria, e o seu time precisava daquele gol para seguir na disputa.

Sua atitude, de “bater do jeito que treinou” foi de um extremo egoísmo, não tendo considerado, por exemplo, que talvez aquela fosse a noite do novato goleiro Valter, que não deve ter em sua conta bancária nem 1% do que o senhor tem na sua, e que precisava sim de uma noite tão consagradora que quase conseguiu. 

Mas, confesso caro Alexandre, que isso não me surpreendeu. Ao vê-lo indo bater aquele pênalti eu senti que você o perderia, só não poderia supor que seria de maneira tão bisonha.

Nunca fui à favor da sua contratação, e não apenas pela questão financeira. Confesso que nunca fui fã do seu futebol. Sempre me admirei como podia um garoto que tinha jogado apenas dois ou três jogos bons, sendo talvez o melhor deles aquele contra o Palmeiras, no Parque Antártica, lá no início da sua carreira, ter sido negociado com o poderoso Milan.

Sei que lá na terra dos Berlusconi, onde você se deu muito bem como galã, sua vida como jogador não foi das melhores, e juro que não esperava que você voltasse para o Brasil, quanto menos para o meu Corinthians, tão cedo.

Na minha concepção de futebol, o caminho mais viável para você seria o leste Europeu, ou a Ásia e seus petrodólares, ou até mesmo o Brasil, mas lá para o Inter, time que o revelou, como voltam muitos ex-jogadores em atividade para o Futebol em Terras Brasilis.

Nunca, confesso que nunca, achei que seria diferente disso.

Mas, agora que foi, e que o senhor acabou por jogar aos ares toda a esperança que eu tinha, gostaria de lhe fazer apenas um pedido.

Vá embora do meu Corinthians! Por favor.

Vá desfilar, ser ator de novela global, ser investidor na bolsa, sei lá, você é bonitinho, é querido pelas marcas famosas, pelas mulheres, faça o que quiser da sua vida, mas saia do Corinthians.

Você nunca teve, nem nunca terá, a característica que jogadores com muito menos badalação, como Biro-Biro, Wilson Mano, Célio Silva, Tobias, Christian, Zé Elias, sempre tiveram: raça!

Quanto menos terá a característica que Sócrates, Luizinho, Marcelinho Carioca, Neto, Casão, Ronaldo Giovanelli, Basílio, tiveram: a de ter como segunda pele o manto Corinthiano.

E, mesmo que você não tenha essas características, caro Alexandre, também nunca chegará aos pés de um Ronaldo Nazário, que chegou ao Parque São Jorge como o maior artilheiro das Copas do Mundo (sabe o que isso significa?) e teve a humildade de nos receber de braços abertos em seu coração.

Portanto, finalizo essa pequena carta reforçando o meu pedido: vá embora do meu Corinthians, nós não lhe queremos mais!

At.,

Um Corinthiano

… está praticamente certo o título do Cruzeiro, que já esteve mais garantido, e que com 3 derrotas nos últimos 4 jogos, começa a dar sinais de que a coisa não será assim tão fácil. Nessas últimas quatro rodadas a Raposa conseguiu fazer, por exemplo, menos pontos que o contestado Corinthians e do que a penúltima colocada, Ponte Preta. Apesar disso, e até era esperado que isso acontecesse, o Cruzeiro tem ainda uma vantagem descomunal para o segundo colocado.

… o Grêmio parece mesmo que ficará com o vice-campeonato, apesar de não ter conseguido vencer seu arqui-rival na tarde de hoje, mas que também vem contando com incompetência de seus principais rivais na luta por essa colocação (Atlético Paranaense e Botafogo).

… o G4 já não está assim mais tão definido como estava há algumas rodadas. O Goiás, por incrível que pareça, engatou quatro vitórias seguidas e, em um campeonato tão equilibrado como esse Brasileirão, essa seqüência faz realmente muita diferença. Apesar disso, o Botafogo (4o colocado) ainda tem 4 pontos de vantagem sobre o Esmeraldino.

… Galo, Vitória e Santos parecem que vão figurar entre os 10 primeiros até o final da competição, conseguindo com isso pontuar em nosso Ranking. O Inter ainda é uma incógnita.

… o São Paulo não vai cair para a Série B. Nem o Flamengo. Nem o Corinthians. E arrisco a dizer, pelo bom futebol que vem apresentando, que nem a Portuguesa vai cair. Esses times vão formar aquele bloco de meio de tabela,

… a ZR começa a ficar bem definida, com Vasco da Gama, Criciúma, Ponte Preta e Náutico. Os três pontos que já separam o Vasco, 16o colocado, do Bahia, 15o, começam a ficar bem complicados de se tirarem com tão poucos jogos daqui pela frente.

… Bahia, Fluminense e Coritiba vão sim lutar contra o rebaixamento até o fim do campeonato. O que eu escrevi acima não quer dizer que um deles não possa, a qualquer momento, entrar na ZR.

… os dirigentes brasileiros nunca aprendem mesmo. O horário de verão chegou e isso fez com que Bahia e São Paulo jogassem hoje, em Salvador, sob o sol das 15 horas, para que o jogo fosse transmitido às 16hs do horário paulista. Absurdo, porém recorrente. Basta ler aqui para ver que até esse blog já escreveu sobre isso.

Jogadores do Santos-AP comemoram o título!

Jogadores do Santos-AP comemoram o título!

Campeonato Amapaense:

No último dia 12 o último campeonato estadual que estava em disputa conheceu o seu campeão.

E campeão com nome de campeão.

O Santos Futebol Clube, do Amapá, conquistou seu segundo título estadual, ganhando o primeiro jogo da final contra o Macapá por 2×0 e empatando o jogo final em 2×2.

O Ranking será atualizado em breve com a conquista do Peixe da Amazônia, finalizando as atualizações dos estaduais de 2013.

Parabéns ao Santos do Amapá pela conquista.

Com os principais objetivos da Série A praticamente definidos, entre eles o título do Brasileirão e as demais três vagas para a Libertadores da América do ano que vem, e com a briga para fugir do rebaixamento envolvendo no mínimo uns 10 times, sendo que dois praticamente já caíram, resolvi hoje dar uma olhada em como andam as demais divisões, ou Séries se você preferir, do principal campeonato do Futebol em Terras Brasilis.

Na Série B, como já escrito aqui há algumas semanas, o Palmeiras já garantiu seu acesso para a Série A do ano que vem, podendo se dar ao luxo de perder alguns dos últimos jogos para escolher a data e o local para a festa do retorno. Estando com ele praticamente garantido também o Chapecoense, que tem dez pontos de distância para o quinto colocado faltando oito rodadas para o término da competição.

Para as outras duas vagas a briga está bem intensa e conta com, no mínimo, 7 times postulantes.

Dentro do G4, nesse momento, estão Sport e Paraná Clube, ambos com 49 pontos. Logo em seguida vem três equipes com 47 pontos: Icasa, Avaí e América-MG. Depois deles temos ainda Ceará com 46 pontos e Figueirense com 45 (sendo que o Figueira tem um jogo a menos, contra o Chapecoense). Um pouco mais distante, e que acredito que nesse momento já esteja fora da briga, está o Joinville com 43 pontos.

Briga muito boa, que promete emoção até o final da competição.

Já na parte de baixo da tabela, a Série B praticamente já definiu os quatro times que cairão para a C do ano que vem.

Atlético Goianiense (30 pontos), Paysandu (29 pontos), São Caetano (27 pontos) e ASA (23 pontos) estão muito distantes do 16º colocado, o ABC que soma 35 pontos. Nessa parte da tabela, destaque à bela recuperação do time potiguar, que vem de seis vitórias seguidas, inclusive sobre os dois líderes.

A Série C já definiu, no último final de semana, os oito times que disputarão os play-offs finais (chique isso, hein), e o fato que mais chamou a atenção desse blogueiro não foi basicamente a classificação de nenhuma dessas oito equipes, mas sim a reação espontânea de um torcedor apaixonado.

No jogo entre Treze-PB e Santa Cruz-PE, o time paraibano precisa da vitória para ficar entre os quatro classificados de seu grupo, mas o 0x0 insistia em não sair do placar. O gol salvador veio aos 44 minutos do segundo tempo, o que causou enorme furor e comemoração dos torcedores paraibanos que lotaram o estádio Presidente Vargas, em Campina Grande.

O detalhe foi que, na comemoração da classificação, o atacante Giancarlo (autor do gol salvador) foi até o alambrado para comemorar com sua torcida, quando um torcedor puxou um bolo de notas de cem reais e entregou ao relutante jogador.

Impressionante, mas o torcedor premiou o autor do gol da classificação com nada menos que quinhentos reais!

O caridoso torcedor, doando nada menos que R$ 500,00 ao atacante Giancarlo, autor do gol que deu a classificação ao Treze-PB

O caridoso torcedor, doando nada menos que R$ 500,00 ao atacante Giancarlo, autor do gol que deu a classificação ao Treze-PB

Coisas como essa que fazem com que esse blogueiro sinta cada vez mais vontade de acompanhar o Futebol em Terras Brasilis, seja ele jogado onde for, como for.

Além do Treze-PB, garantiram classificação para as quartas de final o próprio Santa Cruz, o Luverdense e o Sampaio Corrêa pelo grupo A, e Macaé, Vila Nova, Mogi Mirim e Caxias pelo grupo B.

As quartas serão disputadas nos dois próximos finais de semana, e os confrontos são os seguintes:

Sampaio Corrêa x Macaé;

Treze-PB x Vila Nova;

Mogi Mirim x Santa Cruz;

Caxias x Luverdense;

Os quatro times que se classificarem nessa fase garantem o acesso à Série B.

Na Série D, que já tem definido os quatro que subirão à Série C, o Botafogo-PB já está na final da competição, tendo eliminado o Salgueiro-CE na semi-final com duas vitórias, 2×1 fora de casa e 2×0 em casa.

O segundo finalista praticamente já está garantido, depois que o Juventude-RS goleou o Tupi-MG por 4×0 no jogo de ida, e pode até perder por 3 gols de diferença em Minas Gerais que garante sua classificação.

As finais serão disputadas nos dias 27/10 e 03/11.

É a temporada 2013 do Futebol em Terras Brasilis chegando ao fim.

Tite é responsável pela atual fase do Timão?

Tite é responsável pela atual fase do Timão?

Sempre que vemos um time grande em crise, ou seriamente ameaçado por um rebaixamento, ou com uma série de derrotas muito longa, ou até com uma eliminação inesperada, a primeira coisa que os teóricos da bola citam é um erro de planejamento.

A bola da vez, para a delícia de muitos comentaristas por aí, é o Corinthians. Tudo está errado no planejamento do time do Parque São Jorge.

Até outro dia quem ocupava esse “cargo” na imprensa esportiva era o São Paulo. E o Vasco da Gama também tem sempre sido eleito no Rio de Janeiro como o “vilão do planejamento”.

Pois bem. Mas, o que seria realmente um erro de planejamento para um clube de futebol?

Porque, no futebol, todas as opiniões são movidas pela paixão. Paixão de quem dirige o clube, paixão de quem joga no time, paixão de quem é colunista (ou tem um mero blog como eu) e, principalmente, paixão do torcedor.

E, num ambiente tão apaixonante e apaixonado como este, como se define o que é ou não é um bom planejamento?

Quando um time mantém um técnico, por exemplo, e ganha títulos todos afirmam categoricamente que esse clube teve um bom planejamento. Se os títulos não vem e o técnico é mantido, os dirigentes são acusados de teimosia e burrice.

E o caso do Corinthians é extremamente simbólico nesse sentido. Há questão de seis meses atrás ninguém, nenhum torcedor, dirigente ou jornalista, poderia afirmar que o Timão havia errado em seu planejamento ao manter o técnico Tite para este ano.

Agora já se ouve muito, mas põe muito nisso, falarem que é necessário renovar, que é preciso mudar.

Também há seis meses a diretoria do Corinthians era ovacionada por muitos como uma das mais profissionais do Futebol em Terras Brasilis, e a que melhor sabia contratar.

Hoje, Pato, Íbson, Maldonado e Renato Augusto são contratações extremamente questionadas pela torcida e pela imprensa.

Particularmente esse blogueiro aqui acredita que a contratação do atacante Alexandre Pato foi sim um erro de estratégia, não de planejamento, da diretoria do Timão. E ouso a crer que grande parcela dessa crise vivida pelo Corinthians, principalmente no segundo semestre, se deve à chegada do caríssimo, porém pouco eficiente, atacante.

E isso eu não escrevo só hoje não. Tenho meu amigo Hélio de testemunha quando ele postou sobre a chegada do atacante ainda em janeiro em seu FB, onde eu fiz coro ao seu descontentamento pela contratação.

Porém, quem poderia acreditar que, mesmo que o jogador não desse certo com a camisa Alvinegra, a crise chegaria ao ponto do Timão passar de candidato ao título do Brasileirão a candidato ao rebaixamento? Ninguém, nenhum teórico da bola ou do planejamento.

E esse caso Corinthiano é muito curioso. Não me lembro de algum time que tenha oscilado tanto de uma temporada para outra, quando em um ano foi campeão da Libertadores e Mundial e no ano seguinte tenha, apesar da conquista de dois títulos de menor expressão, vivido uma crise tão intensa.

E quando eu falo de crise, não é apenas essa crise que a imprensa fica cultivando. É uma crise de qualidade, de criatividade, de personalidade e de vontade. É impressionante assistir aos jogos do Corinthians e ver como falta tudo isso a um elenco que praticamente teve tudo isso de sobra no ano passado.

E é nesse ponto que o planejamento, por melhor que seja, não consegue atuar.

Grande parte do fracasso, isso no mundo corporativo como um todo, do planejamento estratégico está em sua execução, ou seja, na operacionalização daquilo que foi planejado.

E, por melhor que seja esse planejamento, se a tática (e não me refiro à tática do time em campo) e a operação falharem, o planejamento também falha. Certamente eu não sou um especialista em planejamento de clubes de futebol, se fosse não estaria aqui digitando essas linhas para esse blog, e por isso não sei exatamente como funciona a operacionalização da estratégia nesse “ramo de atividade”.

Mas, na opinião desse blogueiro, se está havendo algum erro muito grande no Corinthians, esse erro certamente não é de planejamento, mas sim de execução.

Tenho visto muitos comentaristas por aí tentarem explicar a maluquice que se tornou o Brasileirão 2013, que tem apenas um sério candidato ao título, e ao menos uns doze bons candidatos ao rebaixamento.

Lógico que a maioria deles, se não todos, vinculam este fato ao nivelamento “por baixo” do futebol brasileiro, à falta de qualidade de nossos times e aos problemas de calendário.

Pode ser.

Só que este blogueiro aqui foi analisar a coisa de um modo diferente, tentando se basear em números e não em achismos, até porquê não tenho nem metade da competência desses cronistas esportivos para poder fazer os mesmos tipos de análises que eles fazem.

Os números levantados por mim são referentes até a 27ª rodada do campeonato, que se encerrou na última quinta-feira, não considerando os três jogos desse sábado (empate entre Fluminense e Grêmio, em 1×1, e vitórias de Santos e Vitória sobre Ponte Preta e Coritiba, ambas por 2×1).

Números são frios, eu sei. Mas, ao mesmo tempo, são exatos. As análises através dos números, uma praxe desse blog, podem desconsiderar fatores humanos, mas não desconsidera os resultados, parte fundamental do futebol.

E, como aqueles que nos acompanham sabem, as análises são comparativas desde 2006, ano em que o Brasileirão tomou o formato que tem hoje.

Bem, vamos lá então.

Primeiro ponto que eu analisei, para tentar entender o porquê dessa característica nessa edição do Brasileirão, foi o número de empates ocorridos nas 270 partidas disputadas até agora, e o número de gols marcados.

A edição 2013 do Campeonato Brasileiro é a segunda colocada no quesito número de empates até a 27ª rodada, com 78 placares igualados. Maior que ela apenas a edição de 2010, com 84 empates.

No quesito número de gols, a edição 2013 realmente deixa um pouco a desejar. ficando em 6º lugar entre as 8 edições comparadas, com 675 gols. A campeã, até então, é a edição de 2009, com 777 gols anotados pelos 20 clubes.

Ok, até aí ficou pouco conclusiva a análise.

Passei a analisar então outros quatro quesitos: número de times com mais de 40 pontos (sempre lembrando, até a 27ª rodada); diferença de pontos do 1º colocado para o 2º; diferença de pontos do 1º colocado para o último; e diferença de pontos do 5º colocado para o 16º.

No primeiro quesito esta edição do Brasileirão é a que menos times ultrapassaram a barreira dos 40 pontos, apenas 4. As edições que mais próximo chegaram desse número foram as de 2006 e 2010 com apenas 6 clubes com mais de 40 pontos. A que teve o maior número de equipes acima dessa marca foi a de 2008, com 10 times.

O outro quesito, na diferença de pontos entre o 1º e o 2º colocado, o Brasileiro 2013 é o campeão, com 11 pontos de diferença. A edição que detinha esse recorde até então era a de 2007, com 9 pontos separando os dois primeiros. Em 2008 o que separava o primeiro do segundo colocado era o critério de desempate.

A maior diferença de pontos entre o primeiro e o último colocados ainda é, e por muito tempo será, a de 2007, quando o São Paulo abriu 48 pontos do América-RN. Nesse quesito, a atual edição está na segunda colocação, com 42 pontos de diferença entre o Cruzeiro e o Náutico.

No último quesito analisado, a diferença de pontos entre o 5º e o 16º, a atual edição é realmente aquela com a menor diferença: 6 pontos. De novo, o recorde anterior pertencia à edição de 2007, quando apenas 9 pontos separavam o 5º colocado do 16º. Mesmo assim, considerar que esse recorde foi batido em 3 pontos é muita coisa, hein?!?

Com esses números em mãos pude avaliar que a edição de 2007 foi muito parecida com essa atual edição do Brasileirão. Um time disparou na ponta, outro ficou bem abaixo na ZR e pouca diferença de pontos entre os times de meio da tabela. Apesar disso, a edição de 2007 teve muitos mais gols marcados (47 a mais) e muito menos empates (14 a menos). Então o que as iguala em resultados que as fazem tão parecidas.

Cansado, mas não desanimado (como eu espero que você também esteja ao chegar até aqui), fui pesquisar como as vitórias aconteceram. Separei os times em três grupos: cinco primeiros colocados; cinco últimos colocados; meio da tabela. Com essa separação, fui verificar quantas vitórias tinha cada grupo (não cada time), para ver se havia alguma semelhança nesses quesitos também.

E há.

Essas são as duas edições em que o grupo dos cinco últimos colocados mais somaram vitórias. Na edição de 2007 foram 35 vitórias dos times lá de baixo. Nesse ano foram 36. A edição de 2007 é a que tem o maior número de vitórias dos times de meio de tabela, 101, o que não coincide com a edição desse ano (é apenas a penúltima nesse quesito). Porém, talvez o grande número de empates justifique o equilíbrio nos times de meio de tabela.

Já com relação ao pelotão da frente, há pouca diferença no número de vitórias entre todas essas edições analisadas. O número que mais se repete é de 67 vitórias para os cinco primeiros colocados, ocorridos em 4 das 8 edições avaliadas. A líder, nesse quesito, é a edição de 2012, com 73 vitórias dos cinco primeiros colocados.

Os números, como eu escrevi acima, podem não analisar toda a situação que envolve cada time, mas serviu para este blogueiro avaliar que o que ocorre com o Brasileirão 2013 não é algo inédito, como lemos muito por aí, e se deve a um grande equilíbrio dos times, o que se destaca aos nossos olhos quando verificamos que, apesar dessa edição contar com o segundo pior último colocado da série, é também a edição em que os cinco últimos mais venceram.

Se isso significa que o nível baixou eu não sei.

Sei que significa quem ninguém que tá lá embaixo está contente com essa situação! Isso sim…

Vivendo alguns dias muito atribulados, com muita correria profissional e pessoal, sei que os poucos amigos que estão acostumados a lerem minhas postagens, geralmente após cada rodada do Futebol em Terras Brasilis, estão sentindo falta das minhas costumeiras postagens.

Espero que os amigos compreendam que os últimos dias tem sido muito corridos para este que vos escreve, e que tenham certeza que o blog não foi abandonado, muito pelo contrário.

Ele, apenas, continua não sendo minha maior prioridade.

230px-Corinthians_simboloHá alguns dias, mais precisamente uns 10 dias, esse blogueiro que até tem bastante coisa para fazer na sua vida, resolveu que poderia agregar mais uma pequena atividade, e decidiu fazer uma pesquisa.

O intuito dessa pesquisa era bem claro: visualizar as maiores rivalidades do futebol brasileiro.

Você pode até julgar saber quais são essas rivalidades, como eu também julgo saber e acho que todos que acompanham nosso futebol assim o fazem. Mas, já que eu tenho um blog, já que as redes sociais nos permitem uma abrangência que antes dela não tínhamos, por quê não tentar, né?

Ai fui eu, todo pimpão, iniciar essa pesquisa. Através do Facebook, mais precisamente nos maiores grupos de torcidas de cada um dos doze grandes clubes brasileiros (os quais eu faço parte), onde eu pedia que os seus integrantes citassem quais eram os três maiores rivais dos seus times, ou quais os três times que ele mais odiava ver ganhar do seu.

Fiz isso nos grupos das torcidas de Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Flamengo, Fluminense, Botafogo, Vasco da Gama, Cruzeiro, Atlético Mineiro, Internacional e Grêmio, e estabeleci apenas três regras: seria válido apenas o primeiro voto de cada participante, só seriam computados votos em times brasileiros e não poderia citar um mesmo time mais de uma vez.

Até que eu consegui um bom número de respostas, quase duzentas pessoas participaram (191 pra ser mais exato), porém infelizmente a pesquisa não conseguiu atingir o seu objetivo principal.

Não consegui pois não tive nenhuma participação de torcedores do São Paulo, do Flamengo e do Internacional. Também foi muito decepcionante a participação de Palmeirenses, Botafoguenses e Gremistas. Pra falar bem a verdade, a única torcida que participou com bastante entusiasmo foi a do Cruzeiro, acho que é porque eles estão sorrindo a toa ultimamente.

Porém a pesquisa não foi de tudo ruim. Se eu não consegui realmente avaliar as principais rivalidades do futebol brasileiro, consegui ver, por exemplo, qual o time mais odiado entre os respondentes. Vi também quais são aqueles times que os torcedores pouco ligam se o seu perde ou não. E também consegui, apesar do pequeno quórum, ver qual time brasileiro considerado médio mais incomoda aos grandes.

Bem, vamos lá, ao resultado do I Mapa da Rivalidade do Futebol em Terras Brasilis:

Os Mais Participativos:

  1. Cruzeirenses: 119 respostas (62,3% do total);
  2. Santistas: 22 respostas (11,5% do total);
  3. Fluminenses: 12 respostas (6,3% do total);
  4. Corinthianos: 12 respostas (6,3% do total);

 

Os Mais Odiados:

  1. Corinthians: 147 votos (76,96% dos pesquisados);
  2. Atlético Mineiro: 117 votos (61,26% dos pesquisados);
  3. Flamengo: 93 votos (48,69% dos pesquisados);
  4. São Paulo: 80 votos (41,88% dos pesquisados);

 

Os Menos Lembrados:

  1. Internacional: 8 votos (4,19% dos pesquisados);
  2. Botafogo: 9 votos (4,71% dos pesquisados);
  3. Santos: 10 votos (5,24% dos pesquisados);
  4. Cruzeiro: 12 votos (6,28% dos pesquisados);

 

Outros citados:

  1. Atlético Paranaense: 3 votos;
  2. Coritiba: 1 voto;
  3. América Mineiro: 1 voto;
  4. Paulista de Jundiaí: 1 voto;

 

Algumas curiosidades/constatações:

  • Todas as torcidas que participaram da pesquisa votaram no Corinthians, o que nos leva a crer que ele é o time mais odiado do Futebol em Terras Brasilis;
  • Apesar da enorme pontuação do Atlético Mineiro (segundo mais votado) temos que considerar que o Galo só recebeu votos dos torcedores do Cruzeiro (98,3% dos Cruzeirenses votaram no Galo), o que não dá exatamente para dizer que ele é também odiado pelas demais torcidas;
  • Já todos os Atleticanos votaram no Cruzeiro, apesar do número de participantes ter sido bem menor (apenas 9);
  • Todos os votos recebidos pelo Atlético Paranaense vieram da torcida do Fluminense, curiosamente;
  • Também foi um torcedor do Fluminense que votou no Paulista de Junidaí;
  • Os votos dados à Coritiba e América Mineiro vieram da torcida do Cruzeiro.
Serginho Mallandro: perto dele, até os críticos acham que o Brasileirão 2013 tá legal bagarai...

Serginho Mallandro: perto dele, até os críticos acham que o Brasileirão 2013 tá legal bagarai…

Campeonato por pontos corridos é assim: quando há disputa de dois ou mais times pelo título até as últimas rodadas, todo mundo elogia e fala que é a melhor forma de campeonato possível.

Mas quando acontece como nessa edição, de um time disparar na ponta com muitas rodadas de antecedência, lá vem os críticos para chamar o campeonato de chato, de sem graça e etc.

Pergunta pra torcida do Cruzeiro se o campeonato está chato!

Pra piorar, na edição desse ano parece que até as vagas para a Libertadores de 2014 já estão definidas. Aí que os críticos do sistema aproveitam para cair matando na fórmula de disputa.

E eu te falo novamente, pergunta para as torcidas de Grêmio, Botafogo e Atlético Paranaense se esse Brasileirão tá assim tão chato, como muitos pensam…

Não, não tá.

E nem Cruzeirenses, nem Gremistas, Botafoguenses ou Atleticanos tem culpa que os demais times estão todos nivelados lá em baixo da tabela.

A distância do líder Cruzeiro para o quinto colocado Atlético Mineiro é de impressionantes 18 pontos. Culpa exclusiva de times tidos (inclusive por este blogueiro) como favoritos e que não passam de meras decepções nesse campeonato, caso de Corinthians, Inter, São Paulo e até do próprio Atlético Mineiro, que demorou demais para perceber que poderia sim disputar esse título também.

E hoje tem mais rodada. Na verdade, a rodada começou semana passada, com o jogo entre Criciúma e Atlético Mineiro, teve a disputa entre os dois piores times do campeonato na noite de ontem, quando o Náutico venceu a Ponte Preta por 2×1 em Campinas, e continua hoje.

Talvez o melhor jogo seja entre Grêmio e Atlético Paranaense, com uma disputa direta pela vice-liderança do Brasileirão. O jogo é na casa do Tricolor Imortal, o que dá leve favoritismo ao time do técnico Renato Gaúcho (ou Guadalupe, se vocês preferirem).

O líder recebe a embalada Portuguesa no Maracanã e tem tudo para somar mais três pontos no caminho do título.

Temos de destaque também, dois clássicos regionais, sendo que o carioca com a participação do único time daquele estado no G4, o Botafogo, que enfrentará o Fluminense no Maracanã.

Dependendo dos resultados nesses três jogos, o Cruzeiro pode até abrir 13 pontos de vantagem sobre o vice-líder.

O outro clássico regional é entre Santos e São Paulo, na Vila Belmiro, num jogo que apenas o fato de ser clássico é que realmente atrai.

Vitória x Goiás, Corinthians x Bahia e Coritiba x Flamengo fecham os jogos de hoje. Amanhã teremos um clássico nacional, mas que também pouco pode mexer com a disputa pelo título, entre Vasco e Internacional.

Série B:

Não vi ninguém até agora, na imprensa, perceber uma grande coincidência que está para ocorrer.

No ano em que o Palmeiras foi campeão da Série B pela primeira vez, o Cruzeiro foi campeão da Série A também pela primeira vez (se você considera o Cruzeiro campeão brasileiro de 1966, leia aqui e aqui para entender o ponto de vista do blog).

E o Palmeiras nada de braçada na Série B desse ano, assim como o Cruzeiro nada na Série A.

Chapecoense, Paraná e Sport continuam no G4, assim como Joinville e Avaí continuam na disputa por uma vaga na Série A do ano que vem.

Série C:

Faltando duas rodadas para o término da primeira fase, ainda não temos nenhum time garantido nas oitavas de final da competição.

Quem está mais perto é o Macaé, líder do Grupo B, e o Caxias, vice-líder, com 28 pontos cada (contra 23 do quinto colocado Guarani).

No Grupo A está tudo embolado, tendo 9 dos 11 times chances matemáticas de classificação.

Definição só no dia 13/10.

Série D:

A Série D já definiu três dos quatro times que irão à Série C de 2014.

São eles: Salgueiro-CE, Botafogo-PB e Juventude-RS.

A quarta vaga será decidida entre Mixto-MS e Tupi-MG, tendo os dois jogos marcados para hoje e o próximo domingo.

Parabéns aos classificados!

Mapa da Rivalidade:

Se você aguentou chegar até aqui, saiba que o Blog Futebol em Terras Brasilis está fazendo uma pesquisa sobre as principais rivalidades do futebol brasileiro.

Em breve terei consolidado todas as respostas recebidas até agora, e postarei as análises aqui.

Valeu!