Arquivo de Julho, 2014

O jogo de hoje tem tudo para colocar o sorriso de volta no rosto do Muricy.

O jogo de hoje tem tudo para colocar o sorriso de volta no rosto do Muricy.

Imagine o seguinte:

Seu time perdeu os dois últimos jogos que disputou.

Alguns jogadores não tem demonstrado o futebol que deles se esperava.

O Departamento Médico do clube está mais recheado do que de costume.

O time ocupa apenas a 8ª colocação no campeonato nacional, muito abaixo do que se esperava de um elenco tão recheado de bons nomes.

Nos últimos anos os títulos não vieram com a freqüência que a torcida havia se acostumado.

No Brasileirão do ano passado seu time passou boa parte do campeonato falando sobre sair da zona de rebaixamento, apesar de ter terminado a competição bem longe dela.

Em qualquer equipe do nosso país esses já seriam alguns pré-requisitos básicos para uma crise, ou ao menos para se entrar nela.

Mas como os deuses do futebol não são assim tão malignos, o seu próximo jogo é aquilo que podemos chamar de jogo ideal.

É contra um adversário extremamente mais fraco do que o seu time, que hoje ocupa a penúltima colocação da segunda divisão nacional.

Apesar do jogo não ser na casa do seu time, o adversário também não fez a mínima questão de jogar em seus domínios e acabou levando o jogo para uma grande cidade do interior do estado, em busca do faturamento que a torcida do seu time pode dar a ele.

E, mesmo que uma desgraça aconteça, ainda haverá o segundo jogo onde seu time pode se recuperar e garantir a classificação.

É exatamente essa a situação vivida hoje pelo São Paulo, que vai à campo contra o Bragantino no primeiro jogo da terceira fase da Copa do Brasil.

Jogo para o Tricolor vencer bem, para o atacante Alexandre Pato finalmente fazer algo de útil pelo time do Morumbi e para espantar de vez a desconfiança que se abateu depois das duas derrotas seguidas no Brasileirão.

O jogo, que será em Ribeirão Preto, é um dos principais destaques dessa noite pela Copa que ainda contará com a participação de outros dois grandes do nosso futebol.

No Rio de Janeiro o Vasco da Gama recebe a Ponte Preta, no terceiro jogo seguido contra a Macaca (quarta passada pela Copa, no final de semana pela Série B) e pode até perder por um gol de diferença que já estará classificado.

No Sul o Internacional recebe o Ceará naquele que promete ser o melhor jogo da noite.

O Colorado vai à campo comemorando os 6 anos de contrato com o argentino D’Alessandro, o maestro do time gaúcho nesse período, e vai enfrentar o time que vem sendo a sensação da Série B do Brasileirão e que lidera essa divisão com relativa folga.

Fecha a rodada da noite o Novo Hamburgo recebe o ABC no segundo jogo da disputa. No primeiro duelo vitória do time potiguar por 1×0.

O ABC entra em campo jogando pelo empate, enquanto o time gaúcho tem que vencer por dois gols de diferença para se classificar às oitavas.

 

Jogadores do Botafogo entram no clássico com uma faixa reivindicando seus direitos.

Jogadores do Botafogo entram no clássico com uma faixa reivindicando seus direitos.

Dois jogos que ocorreram nesse último final de semana, pela Série A do Brasileirão, servem como exemplos muito bons para entendermos o que levou ao nosso futebol a levar uma surra tão impiedosa dentro de sua própria casa.

São exemplos que nos ajudam a entender que uma Seleção é apenas a ponta de um iceberg e que muitos são os fatores que nos levaram a tomar aquela maldita surra dos alemães.

E são exemplos, também, que nos ajudam a ver que a discussão sobre o nome do novo técnico da Seleção, que causou furor nos últimos dez dias, também é equivocada.

Um técnico pode sim mudar um placar de um jogo, construir um time vencedor ou implantar uma filosofia de trabalho (expressão de lugar comum) vitoriosa.

Mas só ele não é suficiente.

Mesmo se a CBF tivesse contratado o tal Pepe Guardiola, se continuássemos vendo esse tipo de situação ocorrendo no dia a dia do Futebol em Terras Brasilis (como certamente vamos continuar), na minha opinião, não significaria uma renovação no nosso futebol.

E, para nossa tristeza, esses exemplos estão muito mais enraizados do que o efeito positivo da força do trabalho de um técnico, seja ele quem for.

Mas, que exemplos são estes?

São os dois assuntos que mais chamaram a atenção da mídia esportiva, exatamente por envolverem os dois clássicos da rodada.

No primeiro caso, e mais absurdo deles, o Botafogo é o exemplo escolhido.

O clube que, na semana anterior ao clássico, ameaçou deixar de participar da continuidade do Brasileirão 2014, viu seus jogadores entrarem em campo contra o Flamengo portando uma faixa onde diziam estar com 5 meses de direitos de imagem atrasados, além de 3 meses de salários e FGTS.

Ou seja, faz 3 meses que os jogadores do Fogão não veem a cor do dinheiro.

O seu presidente, Sr. Maurício Assumpção, diz que não é possível continuar a disputa, uma vez que as receitas do clube estão bloqueadas pela Justiça para saldar a já imensa dívida do clube com a Receita Federal, além de outros órgãos públicos.

Ou seja, em resumo o Botafogo faliu.

O caso do Fogão é apenas um exemplo, pois todos os grandes clubes brasileiros, em maior ou menor escala, estão atolados em dívidas trabalhistas e fiscais.

E todos, sem exceção, continuam a serem geridos de forma irresponsável, onde mesmo com dívidas astronômicas continuam gastando rios de dinheiro com jogadores que não valem um décimo do que recebem.

Veja, dando um exemplo dentro do exemplo, que o Flamengo, time com a maior dívida do país, está oferecendo R$ 900 mil mensais ao Robinho (???), que mesmo que fosse o Robinho de 2003, não justificaria tamanha irresponsabilidade.

Reflexo claro da impunidade que cerca esses “gestores”, uma vez que o presidente que assume um clube hoje não se responsabiliza pela sua dívida do passado (faz um mea culpa), sai contratando jogadores como louco, aumenta a dívida do clube e, depois de 3 anos (no melhor dos casos) sai ileso para voltar num futuro distante.

E quando esse presidente tenta fazer uma gestão mais séria, enxugando os gastos do clube sem fazer contratações loucas, acaba não conseguindo tempo e credibilidade suficiente para completar o seu trabalho, pois torcida e mídia (grande parte) entendem que futebol é só bola na rede e taça levantada.

Torcida Mancha Verde quebra cadeiras do estádio Corinthiano e se identifica. Por quê é o Palmeiras que tem que pagar a conta?

Torcida Mancha Verde quebra cadeiras do estádio Corinthiano e se identifica. Por quê a conta é do Palmeiras?

O outro exemplo, vindo do clássico paulista entre Corinthians e Palmeiras, demonstra também que, quando se faz necessário punir quem se deve, doa a quem doer, os próprios clubes se isentam dessa tarefa, tornando-se paternalistas ao extremo e acobertando atos de suas torcidas que não são de responsabilidade dos clubes.

Foi o que aconteceu com o Palmeiras, que teve que pagar o prejuízo causado por sua torcida organizada ao estádio Corinthiano.

Se a torcida organizada é uma entidade reconhecida, possivelmente com Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica ativo, a conta pela depredação do estádio rival, ou até mesmo de seu próprio estádio, não deve ficar com o clube, mas sim com essa entidade, que deve ser responsabilizada pelos atos de seus integrantes.

Nessas situações, o Palmeiras, ou qualquer clube que seja, é responsável pelos atos de seus profissionais.

Como não foi um caso de violência, mas sim de mau uso e irresponsabilidade daqueles que ocupavam aquele espaço, sou totalmente contra o repasse desse custo para a entidade esportiva.

Se não doer no bolso de quem fez, esse tipo de situação nunca vai acabar.

E se os clubes continuarem a passar a mão na cabeça de seus Vândalos Organizados, os estádios brasileiros, padrão FIFA ou padrão CBF, irão contar cada vez menos com a presença de quem realmente deveria ocupa-los: as famílias.

Depois de escrever sobre o título do Atlético Mineiro na Recopa Sul-Americana (leia aqui) e de atualizar o Ranking FTB com essa conquista mais a leva final de campeonatos estaduais que terminaram no primeiro semestre, chegou a hora de fazer um breve apanhado do que está rolando no Futebol em Terras Brasilis.

A começar pela principal divisão do nosso campeonato nacional e passando um pouco sobre cada uma das três demais divisões, além da Copa do Brasil.

Bora então?

Série A:

A situação da principal divisão do Campeonato Brasileiro está se assemelhando, e muito, com aquela vivida na Formula 1 quando o alemão Michael Schummacher estava em sua fase áurea: um “cara” disparou na ponta e os outros lutam apenas para ver quem será vice.

Tamanha é a superioridade do Cruzeiro, que conseguiu abrir 5 pontos de diferença para o vice-líder Corinthians já na 11ª rodada do Brasileirão.

Garantia de título? Não dá para dizer isso por enquanto, mas a Raposa já tem uma gordura boa o suficiente para, ao menos, tentar o título simbólico do primeiro turno.

Corinthians, Fluminense, Internacional e São Paulo aparecem como fortes candidatos à Libertadores 2015 e, como ainda é muito cedo, a também beliscar o título caso o Cruzeiro tenha alguma queda de rendimento (que seria bastante normal).

No caso do Tricolor Paulista, apesar das duas derrotas nos dois últimos jogos e da atual 8ª colocação na tabela, devemos considerar que o time está sendo montado e recebeu excelentes reforços para a continuação do campeonato.

Entre os dez primeiros colocados até esse momento aparecem também os grandes Santos e Grêmio e os medianos Sport, Goiás e Atlético Paranaense.

Já na parte de baixo da tabela existem três grandes clubes que devem estar com as luzes amarelas acesas: Flamengo, que hoje ocupa uma das vagas na Zona de Rebaixamento; Botafogo; e Palmeiras.

São times que se vacilarem vão para a segundona.

Série B:

Falando nela, dei uma passeada pela tábua de classificação e continuo abismado com a péssima campanha do Vasco da Gama.

O Gigante da Colina ocupa a 10ª colocação depois de 12 jogos realizados (Vasco e Náutico têm um jogo a menos da 5ª rodada).

Nunca nenhum grande que caiu (na história recente do nosso futebol) chegou com um desempenho tão ruim numa rodada tão avançada da competição.

O time Cruzmaltino venceu só 4 jogos e empatou outros 7.

Não acredito que o Vasco não vá subir, mas é bom que o pessoal de São Januário fique de olho bem aberto. As rodadas vão passando e, se o time não vencer, vai ficar cada vez mais difícil.

Na ponta de cima da tabela o Ceará deu uma boa disparada na liderança, tendo aberto 4 pontos sobre o segundo colocado América-MG (que está na segunda colocação pelo critério de desempate).

Os catarinenses Joinville e Avaí completam o G4.

Já na parte de baixo temos a ilustre presença da Portuguesa, antigo clube “grande” da capital paulista, que vem sofrendo tudo o que deve e não deve por conta de suas burradas do ano passado.

Além da Lusa, Paraná Clube, Bragantino e Vila Nova-GO estão na zona da degola da Série B.

Série C:

A terceira divisão do nosso futebol já está chegando à metade da primeira fase, quando os clubes são divididos em dois grupos de dez regionalmente e algumas situações chamaram a atenção desse blogueiro.

No grupo A o Fortaleza está liderando o certame com certa folga (já abriu 4 pontos sobre o segundo colocado) e dois times paraibanos estão brigando para ficar entre os 4 melhores que irão à próxima fase: Treze e Botafogo.

No grupo B existe mais equilíbrio na ponta de cima da tabela, com três times empatados com o mesmo número de pontos na liderança: Caxias, Mogi Mirim e Macaé.

Nesse mesmo grupo temos um time que já foi vice campeão da Libertadores na zona de descenso para a quarta divisão: o São Caetano, que hoje já não deve mais receber subsídios da prefeitura local, está minguando para o tamanho que nunca deveria ter deixado de ter.

O famoso Azulão só conseguiu uma vitória em 8 jogos e, caso um milagre não aconteça, já está virtualmente rebaixado.

Série D:

A mais completa das divisões do Brasileirão iniciou recentemente sua disputa com 41 equipes distribuídas em 8 grupos (1 grupo com 6 equipes e 7 com 5).

Essa situação se deve ao fato da Série C do ano passado ter rebaixado 5 equipes para a D desse ano.

Como os times rebaixados da terceira obrigatoriamente disputam a quarta divisão (não precisam do estadual para entrar nela), a solução da CBF foi aumentar em 1 o número de participantes desse ano, voltando à 40 equipes em 2015.

Como a disputa ainda está em seu estágio inicial, pouco podemos dizer a respeito dos times e seus desempenhos.

O bicho começa a pegar na Série D mesmo lá para setembro, quando os jogos começam a ficar mais decisivos e, na seqüência, vem a disputa dos mata-matas.

Copa do Brasil:

Na semana passada começou a disputa da terceira fase do torneio mais democrático do nosso país.

20 times disputam 10 vagas na próxima fase para se juntarem à Cruzeiro, Flamengo, Botafogo, Atlético Paranaense, Atlético Mineiro e Grêmio, que disputaram a Libertadores no primeiro semestre.

Dos jogos já realizados destaque para as vitórias de Corinthians sobre o Bahia (3×0), Palmeiras sobre o Avaí (2×0) e Vasco da Gama sobre a Ponte Preta (também 2×0).

Nessa semana São Paulo (contra o Bragantino), Internacional (contra o Ceará) e Santos (contra o Londrina) entrarão em campo para fazerem sua primeira partida nessa fase.

 

Léo Silva levanta a taça da Recopa Sul-Americana (Foto: AP - globoesporte.com)

Léo Silva levanta a taça da Recopa Sul-Americana (Foto: AP – globoesporte.com)

Nada melhor do que voltar a escrever no blog, depois de alguns dias de férias, do que voltar logo com um título brasileiro num torneio continental.

Ainda mais que esse título veio no abalado estádio do Mineirão, que foi o palco escolhido pelos deuses do futebol para que a nossa Seleção sofresse a pior derrota da sua história.

E, como sofrimento tem se tornado uma especialidade daquelas bandas, ao menos do lado Alvinegro, o título de ontem não poderia ser de outra forma senão sofrido.

A conquista da Recopa Sul pelo Atlético Mineiro, na noite de ontem no Mineirão, teve uma dose carregada de sofrimento e um jogo que acabou com 7 gols.

Depois de abrir o placar com um gol de Diego Tardelli cobrando pênalti, logo no início do jogo, o Galo viu o argentino Lanús virar o marcador ainda na primeira etapa para conseguir ir para o intervalo com a igualdade no placar, dessa vez com gol de Maicossuel, aos 37 minutos do primeiro tempo.

Um primeiro tempo pra lá de agitado!

Na volta do intervalo o Galo conseguiu segurar bem os ímpetos do time argentino até o último minuto do jogo, quando em um cruzamento pela esquerda o atacante Acosta colocou novamente os argentinos na frente, levando a decisão para a prorrogação.

Quando o grito de campeão parecia que ia ecoar no Mineirão, não é que o sofrimento veio para tomar o lugar dele?

Sofrimento que acabou ainda no primeiro tempo da prorrogação, com um gol de Luan aos 12 minutos e que deu lugar à festa total quando o volante Ayala fez um ridículo gol contra de cabeça, dando de vez a vitória ao Galo.

É o primeiro título da Recopa que o Galo conquista, seu quarto título continental e manteve a escrita dos últimos quatro brasileiros campeões da Libertadores conquistarem também a Recopa.

Com o título o Galo conquista também mais 1.000 pontos em nosso Ranking e retoma a 9ª colocação na classificação geral de 2014.

Outros títulos:

Em meio à disputa da Copa do Mundo, quando esse blogueiro que vos escreve deu total atenção ao maior torneio de futebol do mundo, alguns campeonatos estaduais conheceram seus campeões.

Pra falar a verdade, como eu havia escrito aqui, foram 5 campeonatos que terminaram nesse período, não restando mais nenhum campeonato estadual para ser finalizado.

No Acre o Rio Branco (quase sempre ele) conquistou seu 44º título do estadual, o 23º válido para o nosso Ranking, e chegou aos 367 pontos, estando agora na 40ª colocação do Ranking.

Vem do Espírito Santo mais um estreante no nosso Ranking: é o Estrela do Norte, de Cachoeiro do Itapemirim, que conquistou o seu primeiro título estadual e somou, com ele, 50 pontos em nosso Ranking. O Alvinegro de Cachoeiro divide a 119ª colocação com o outro estreante do ano, o Luziânia do Distrito Federal.

No Pará o título ficou com o Clube do Remo, depois de 5 anos sem conquista do estadual. O time Azulino venceu seu rival Paysandu na decisão do estadual e conquistou seu 43º título, o 24º válido para o nosso Ranking e, de quebra, ultrapassou seu arqui-rival na classificação do Ranking, ficando agora com a 33ª posição, enquanto que seu rival só aparece na 46ª.

Na Paraíba também tivemos a definição do título, tendo este ficado com o Botafogo. É o 27º título estadual do Xerifão do Nordeste, o 15º contabilizado pelo nosso Ranking, que também colocou o Botafogo como melhor time paraibano no Ranking do FTB na 56ª posição.

Por fim, no Tocantins, o Interporto conquistou seu terceiro campeonato e está agora com 105,5 pontos na 89ª posição.

Para ver como está o Ranking com essas atualizações clique aqui.

Parabenizamos a todos os campeões, seus torcedores, jogadores e comissões técnicas.

Iremos comentar, em outro post, a escolha da comissão técnica da Seleção e o andamento dos campeonatos nacionais nesse pós Copa do Mundo.

Lições tão certas quanto 1+1=2.

Lições tão certas quanto 1+1=2.

Como dizem os melhores filósofos, e se eles não dizem deveriam dizer, toda experiência em nossa vida deve ser vista como uma lição a se aprender.

Desde a mais simples até a mais complexa delas.

E se teve uma experiência rica em lições para o Futebol em Terras Brasilis, essa foi a Copa do Mundo.

Evento riquíssimo em lições para o nosso futebol, não só no que tange a Seleção Brasileira, mas no todo.

Eis algumas delas que aprendemos, ou que ao menos deveríamos ter aprendido:

  • Aprendemos que somos sim capazes de organizar grandes eventos, que nosso país não é essa calamidade toda que achávamos e que era;
  • Como aprendemos, também, que não importa o quanto fiscalizemos, e olha que as obras da Copa ficaram sob os olhares atentos da imprensa, as nossas obras vão sim atrasar e vão sim custar o dobro, ou o triplo, do orçamento original;
  • Nesse ponto deveríamos, mas talvez não conseguimos, aprender a planejar melhor nossas obras para que custem o que foi orçado e sejam entregues no prazo acertado;
  • Aprendemos que é possível fazer com que um jogo comece no horário previsto;
  • Melhor que isso, aprendemos que é possível fazer com que dois jogos, em duas cidades distantes, comecem no mesmo horário e tenham o retorno do intervalo inacreditavelmente também no mesmo horário;
  •  Aprendemos, ou deveríamos ter aprendido, a tratar o cara que paga ingresso, que toma chuva ou sol para assistir a este esporte, o famoso torcedor, como parte tão essencial para o espetáculo quanto os 22 jogadores que vão ao campo;
  • Aprendemos que torcer para o time diferente do seu não significa necessariamente que torne o outro seu inimigo e que é bem possível sentar-se ao lado dele num estádio de futebol;
  • Por falar em sentar, aprendemos que é possível respeitar-se o assento que está marcado no ingresso e que ninguém precisa se mudar de lugar apenas porque não está vestindo a camisa da torcida organizada que “ocupa” determinado espaço do estádio;
  • Também aprendemos, ou deveríamos ter aprendido, que a segurança do espetáculo é responsabilidade de seus organizadores, cabendo à Polícia Militar cuidar apenas do entorno;
  • Como aprendemos que a venda de bebidas alcoólicas dentro dos estádios não é, de maneira alguma, a maior responsável pelas violência em nossos estádios;
  • Foi possível aprender também que os novos estádios, que agora servirão basicamente para atender o nosso futebol, exigem de autoridades, organizadores e torcedores um novo comportamento, uma nova visão sobre o futebol, aquela em que se entende que uma partida de futebol profissional é um evento, um espetáculo e uma forma de lazer apenas;
  • Aprendemos, ou deveríamos ter aprendido, que a Seleção nacional é o resultado de um trabalho mais extenso, e não o trabalho em si. Talvez seja utópico querer fazer aqui o que a agora tetracampeã Alemanha fez por lá nos últimos 15 anos, mas devemos ter a mentalidade que não basta apenas convocar os melhores jogadores e colocá-los no campo.

Se aprendermos essas poucas (entre tantas outras) lições, certamente teremos não só uma Seleção Brasileira melhor para 2018, mas também futebol melhor todos os dias para nossos torcedores.

E, depois do êxtase que foi essa Copa, o blog Futebol em Terras Brasilis vai dar uma parada por uns dias, mesmo sabendo que depois de amanhã já volta o Campeonato Brasileiro e começa a disputa da Recopa Sul-America, com o Galo enfrentando o Lanús.

Um pouco de descanso se faz necessário pros próximos dias.

Eu sou e continuo sendo o único Pentacampeão do Mundo!

Eu sou e continuo sendo o único Pentacampeão do Mundo!

Apesar de não termos conquistado o título.

Apesar de não termos realizado nosso sonho que perdurava desde o dia seguinte à final de 1950.

Apesar de termos sido massacrados pela Alemanha na semifinal.

Apesar de termos sofrido a maior goleada de nossa história.

Apesar de termos perdido novamente da Holanda.

Apesar dos 10 gols sofridos nos dois últimos jogos da Copa.

Apesar de termos o pior desempenho entre os campeões que já organizaram um Mundial.

Apesar de sabermos que a Seleção é apenas a ponta do iceberg dos problemas do Futebol em Terras Brasilis.

Apesar de não termos esperança de mudança, visto que os que mandam no nosso futebol são os que sempre estivera, e sempre estarão, aí.

Apesar de tudo isso.

Eu continuo sendo torcedor da nossa Seleção.

Continuo ostentando o orgulho de vestir a camisa Canarinho (sim, com C maiúsculo) e de ser pentacampeão.

Continuo tendo esperança de ver, novamente, o meu Brasil campeão do mundo.

Continuo beijando o escudo, mesmo sabendo que aqueles que comandam o nosso futebol não mereciam um centésimo desse beijo.

E continuo sendo Brasileiro, com muito orgulho e muito amor.

Apesar de achar piegas demais essa música.

A Copa de 2014 foi um sonho que se transformou em pesadelo em pouco mais de 25 minutos daquela semifinal contra os implacáveis alemães.

E que terminou com a pá de cal na tarde desse sábado, com a vitória (roubada) da Laranja Mecânica sobre nossa Seleção.

Outras Copas virão, elas sempre vêem, e poderemos novamente torcer pelo Brasil, soltar nossos fogos, reunir nossos familiares, e curtir tudo novamente.

Não será em casa, como foi dessa vez e como foi em 1950, mas, cá pra nós, somos muito mais especialistas em fazer a festa na casa alheia do que na nossa própria residência, não é?

A nós, meros mortais, resta torcer para que em 2018 outros craques tenham surgido, uma nova mentalidade no comando técnico da Seleção surja e que possamos, na fria Rússia, demonstrar todo o nosso calor.

Aos que compartilham desse sentimento, nosso muito obrigado.

Aos que torcem contra, pelo motivo que for, sinceramente? Quero mais que você se foda!

E, sobre a final, acho que apesar de todo o favoritismo alemão, a festa ficará mesmo na América do Sul.

Apesar.

alemanhaA seleção da Alemanha já ganhou um título na Copa do Mundo de 2014.

E não estou falando do número de gols marcados na semifinal contra o Brasil, que foi realmente muito grande, mas que ficou atrás ainda dos 10 gols feitos pela Hungria sobre a fragilíssima El Salvador.

Também não estou escrevendo que eles foram os que mais se prepararam, onde temos lido muito sobre como foi a preparação alemã para esse mundial, pois para afirmar isso eu teria que saber como as demais 31 seleções também se prepararam, coisa que nem de longe eu sei.

Como também não estou falando da conquista antecipada do seu quarto título mundial, que seria uma heresia de qualquer blogueiro ao afirmar isso, mesmo sabendo da superioridade técnica do time alemão frente ao argentino.

A seleção já garantiu, antecipadamente, o título de melhor marketing do Mundial.

Absurdo ver como todos da delegação alemã estão muito bem preparados nesse sentido.

A começar pela escolha do segundo uniforme, fazendo uma referência clara ao uniforme do Flamengo, time com maior torcida do país.

De começo a Alemanha já ganhou a simpatia dos Flamenguistas.

Ao ponto de muitos deles torcerem sim, ou ao menos dizerem que torceram, pela Alemanha contra o Brasil.

Logo depois foi ao fazer o investimento que fizeram para a construção do seu CT na antes desconhecida Santa Cruz Cabrália, Bahia, que possivelmente deverá ficar para a população local.

Ao escolher um recanto tão simples do nosso país e investir nesse local, a seleção alemã deu outro grande passo na conquista do coração dos brasileiros.

O jeito simpático e brincalhão de seus jogadores com a população local ajudou a conquistar ainda mais o coração dos habitantes de Santa Cruz Cabrália e, por quê não, da Bahia inteira.

Aí veio o confronto com o Brasil, donos da casa, e aquele massacre que vimos na última terça-feira no Mineirão.

E o que poderia colocar tudo por água abaixo foi, na verdade, mais um belo exemplo de como os alemães vieram ao nosso país dispostos a nos conquistar.

Com declarações demonstrando a mais pura humildade, alguns dos principais jogadores foram às redes sociais, imediatamente após a goleada, para mostrarem o respeito que têm pelo Brasil e tentar, de alguma forma, tirar rapidamente deles a imagem de vilões dessa Copa.

Ação essa que se seguiu nas entrevistas coletivas da equipe, até hoje, três dias após o jogo, onde todos, invariavelmente todos, demonstram um grande respeito, humildade mesmo após aquele baile e até um certo constrangimento ao falar sobre o jogo.

Tudo meticulosamente pensado para não afastar os brasileiros da seleção alemã.

Um show!

Não digo que eles não estejam sendo verdadeiros em suas declarações, não é isso.

Mas que poderiam passar por cima desse assunto sem se alongarem muito, isso eles podiam.

Mas os alemães fizeram ao contrário e, ao invés de parecerem arrogantes ao tratarem sobre como chegaram à final, foram de uma humildade quase que cristã para tentar não levarem a fama de algozes do Brasil.

Se isso vai garantir o título da Copa do Mundo não dá para afirmar.

Mas já dá para dizer que, com exceção daqueles que estarão de azul e branco no Maracanã, todos os demais irão torcer pela Flalemanha.

Os artilheiros germânicos responsáveis pela Blitzkrieg do Mineirão.

Os artilheiros germânicos responsáveis pela Blitzkrieg do Mineirão.

Na nossa cultura futebolística geralmente utilizamos alguns termos relacionados à guerra, ou às forças armadas, para descrever algo.

É assim com aquele cara que marca mais gols em um jogo, ou campeonato, que fica conhecido como Artilheiro.

O chute forte é uma bomba.

O técnico pode ser chamado de Comandante, apesar de ser mais usual ultimamente o “professor”.

E por aí vai.

E, na vã tentativa de entender e escrever o que aconteceu na tarde/noite dessa terça-feira no Mineirão, apenas um termo vem à minha cabeça.

O que intitula esse post.

Blitzkrieg.

Foi exatamente isso que aconteceu em Belo Horizonte.

Apesar de não ter sido surpresa, afinal quando o juiz apitou o início do jogo todos sabíamos que a Alemanha também atacaria, o ataque alemão foi avassalador.

Não tivemos forças para organizar nossa defesa, principalmente após o gol de Klose, o segundo da artilharia germânica, quando o pior dos pesadelos se abateu sobre os onze jogadores brasileiros em campo.

2, 3, 4, 5.

O pesadelo parecia não ter fim.

Atônito assisti aos trinta primeiros minutos de jogo com uma estranha sensação, algo pueril de minha consciência, onde eu pensava: “bom, agora podemos começar o jogo de verdade e torcer pela Seleção”.

Não, o jogo já havia começado e, para nossa tristeza, terminado.

E o sonho de ver o Brasil conquistar um título mundial em sua casa acabou-se.

Ao menos para mim.

Ao menos para minha geração.

Talvez, quem sabe, daqui uns 64 anos a FIFA resolva nos presentear novamente com o seu evento (e que desta vez sua organização não seja tão questionável) e aí minha filha, já velhinha, e meus netos possam realizar esse meu sonho.

Confesso que, apesar de saber levar na esportiva, fiquei chateado.

E vou dormir, ou tentar, assim.

Os alemães ressuscitaram a sua Blitzkrieg, dessa vez bem menos trágica (é claro), e pra cima de nós.

Que possamos aprender algo com isso.

Ps.: para aqueles que não conhecem o termo, Blitzkrieg foi um método, uma tática ou uma estratégia de guerra que consistia em ataques rápidos e de surpresa ao inimigo, que o exército do III Reich aplicou no início da II Guerra Mundial. Para saber mais, clique aqui

Chegou o grande dia!

Hoje a Seleção Brasileira entra em campo, em Belo Horizonte, para tentar garantir-se na final da Copa do Mundo de 2014.

E o adversário será duríssimo.

Pegaremos nada menos do que a poderosa Alemanha, num jogo que promete ser tudo, menos chato.

Embora valha frisar que, para eles, o confronto também será contra um poderoso.

Particularmente não gosto dessa “síndrome do vira-lata” que faz parte do nosso sentimento com relação à nossa Seleção sempre que vamos enfrentar o time A ou o time B.

Se será duro para nós, será duríssimo para eles!

No desempenho histórico em Copas levamos vantagem.

Mas não estamos falando de alguém que não tenha história, muito pelo contrário.

O confronto de hoje reúne nada menos do que as duas seleções que participaram de mais edições da Copa, que fizeram mais jogos na Copa e que participaram de mais finais do torneio.

E em todos esses quesitos a Seleção Brasileira só não leva vantagem em um, no número de jogos disputados, onde os Alemães estão 2 jogos à nossa frente.

São 5 títulos do Brasil, 3 da Alemanha, 20 participações do Brasil no Mundial, 18 da Alemanha, e 7 finais disputadas por cada um (a última delas entre ambas, em 2002).

Se deixarmos o desempenho histórico de lado e avaliarmos apenas essa edição a equivalência continua a mesma.

Tanto Brasil, quanto Alemanha, chegam às semifinais sem terem brilhado tanto quanto se esperava.

Ambos se classificaram em primeiro nos seus grupos, que contavam com seleções médias, sem muita tradição no torneio.

Nas oitavas ambos sofreram demasiadamente para eliminar seleções do terceiro (e talvez quarto) escalão mundial, com a única diferença de que o Brasil precisou dos pênaltis para eliminar o Chile e a Alemanha venceu a Argélia na prorrogação.

Já nas quartas de final ambos passaram por seleções que, apesar de não serem consideradas favoritas, estavam jogando um futebol melhor e conquistando a confiança do público e da crítica. Tanto Colômbia, quanto França (sendo essa uma seleção que já tem um título e um vice nas Copas) sucumbiram diante do gigantismo de Brasil e Alemanha.

E chegamos à semifinal.

Da parte da Alemanha não há nenhum problema, o time está completo e o técnico Joachim Löw tem à sua disposição um elenco mais, digamos, qualificado do que o brasileiro.

Mas existe o nosso lado.

Zúñiga, quebrando a costela do atacante Neymar e se transformando no principal candidato a Barbosa de 2014.

Zúñiga, quebrando a costela do atacante Neymar e se transformando no principal candidato a Barbosa de 2014.

E se não contaremos mais com o craque Neymar, que fará falta sim ao ataque da Seleção, podemos dizer que o time Canarinho ganhou um reforço de peso para a disputa dessa semifinal.

Trata-se do “nosso Barbosa”!

E não estou fazendo referência ao personagem de Ney Latorraca em TV Pirata.

O Barbosa, nesse caso, refere-se ao goleiro da Seleção na Copa de 1950.

Ele que carrega, injustamente diga-se, sozinho o título de responsável pela derrota frente ao Uruguai no último jogo daquela Copa, em pleno Maracanã.

Título esse que transformou-se num monstro que nós mesmo criamos. Todas as gerações, de 1950 pra cá, sempre ao ouvirem falar dessa Copa, ouvem o nome de Barbosa.

E nunca imaginávamos que isso poderia entrar em campo quando organizássemos novamente o Mundial.

O que ficou evidente após o jogo com o Chile, e à choradeira que tomou conta dos jogadores da Seleção naquela disputa de pênaltis, quando debatemos pelos dias que se seguiram como estaria o psicológico de nossos jogadores.

Desse debate muitos, inclusive eu, entenderam que aquela reação nada mais era do que o medo que cada um sentiu naquele momento em se transformar no Barbosa de 2014, ficando para sempre marcado por uma possível eliminação.

Já contra a Alemanha, hoje, o país inteiro já elegeu de antemão o nosso Barbosa: trata-se do lateral colombiano Juan Zúñiga, o responsável pela joelhada nas costas de Neymar que acabou com o corte do atacante da Copa.

Sim, ele já está eleito.

Caso o Brasil não vença hoje a Alemanha não há dúvidas que todos, tanto na imprensa quanto na torcida, o responsabilizarão (de maneira indireta, ao menos).

E isso pode fazer um bem danado aos jogadores que entrarão em campo.

Sem essa terrível pressão, que criamos ao longo dos anos, os jogadores podem jogar apenas com a pressão normal que esse confronto requer (que não é pequena) e, com isso, mostrar quem é quem no cenário do futebol mundial.

robbenDepois de uma primeira fase completamente excepcional, não apenas pelo número de gols, mas muito mais pela qualidade e intensidade dos jogos que vimos, as oitavas de final terminaram e, curiosamente, prestaram um excelente serviço à Copa do Mundo de 2014.

De uma maneira muito mais, digamos, realista, as oitavas de final foram disputadas entre sábado e terça passados e serviram para classificar as oito seleções que haviam terminado a primeira fase na liderança de seus grupos.

Os oito times que entrarão em campo à partir da próxima sexta-feira são, exatamente, os oito que terminaram em primeiro lugar na primeira fase.

E é a primeira vez que isso acontece na história das Copas.

Desde a edição de 1986, no México, quando a Copa do Mundo passou a ser disputada em sistema eliminatório à partir da sua segunda fase, é a primeira vez que todos os líderes de grupos se classificam para a disputa das quartas de final.

A Copa que havia chegado mais próximo disso foi exatamente a última, na África do Sul, quando apenas Gana, que havia se classificado em segundo lugar no seu grupo, chegou entre os oito primeiros.

neymarJá a que ficou mais longe dessa marca foi a primeira Copa disputada nesse modelo, a do México em 1986, quando nada menos que 5 seleções, entre as oito classificadas, haviam ficado em segundo ou em terceiro lugares no seus grupos. Ainda bem que, ao menos, a campeã daquela Copa foi uma seleção que terminou a primeira fase na liderança do grupo, a Argentina de Maradona.

Aqui vale a ressalva de explicar que até 1994 a Copa era disputada por 24 seleções, divididas em 6 grupos, onde os primeiros e segundos colocados dos grupos se classificavam para as oitavas, junto com os 4 melhores terceiros colocados, para totalizar 16 equipes na segunda fase.

Então, como se percebe que é óbvio, de 1986 até 1994 não poderíamos ter uma fase de quartas de final formada apenas por seleções que houvessem se classificado em primeiro no grupo da primeira fase, como tivemos nessa edição do Mundial.

Mas, voltando à edição desse ano, outra característica também chama bastante a atenção entre esses oito classificados para as quartas: com a exceção de Brasil (que não disputou) e de França, que se classificou na repescagem europeia, porque esteve no grupo da até então favorita Espanha, todas as demais 6 seleções tiveram ótimo desempenho nas eliminatórias também.

Argentina e Colômbia foram, respectivamente, primeira e segunda colocadas nas eliminatórias da América do Sul.

Alemanha, Holanda e Bélgica terminaram na liderança de seus grupos na eliminatória da Europa, classificando-se diretamente para a Copa sem precisar da repescagem (como a França).

E a Costa Rica terminou a eliminatória da América do Norte e Central na segunda colocação, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, que foram eliminados nas oitavas de final apenas na prorrogação.

messiDos oito apenas quatro vão passar para disputar, esses sim, a Copa do Mundo completa (7 jogos).

Vamos, então, já que o tempo é curto, a uma breve análise dos oito classificados.

Breve mesmo.

A ordem está de acordo com a ordem dos jogos.

Alemanha x França:

Alemanha: chegou como uma das grandes favoritas e logo no seu primeiro jogo fez por merecer esse rótulo. De lá pra cá, vem mostrando um futebol instável e sofrendo demais para vencer jogos que, teoricamente, seriam fáceis (vide Argélia nas oitavas). Se quiser passar vai ter que enfrentar a França como fez com Portugal e tem time para isso.

França: surpreendeu a muitos, inclusive a mim. Principalmente depois que o principal nome da equipe, Ribéry, foi cortado por uma lesão nas costas. Apesar de não estar com 100% de aproveitamento, tem um dos melhores ataques da competição. Pode surpreender, mas se parar por aqui muitos franceses ficarão orgulhosos dos L’Blues.

james hernandezBrasil x Colômbia:

Brasil: precisa apagar a Síndrome de Barbosa dos seus jogadores, principalmente do capitão Thiago Silva. O peso que o goleiro da Seleção de 50 carrega até hoje está assustando os meninos da família Scolari, e isso tem que ser trabalhado mais do que os planos táticos do treinador. Continua favorito, mas apenas porque terá a maioria da torcida no estádio. Em casa quase ninguém ganha do Brasil.

Colômbia: técnica e taticamente é favorita no confronto. É dona do segundo melhor ataque da competição e tem o artilheiro isolado, autor do mais belo gol da Copa até aqui. Da mesma forma que a França, vem surpreendendo principalmente por não contar com o seu principal astro, Falcão Garcia, cortado por lesão. Se não sentir o peso de disputar pela primeira vez as quartas, pode sim transformar o Castelão de 2014 no Maracanã de 1950.

Argentina x Bélgica:

Argentina: quem tem Messi, aparentemente, tem tudo. A seleção argentina não vem fazendo uma Copa brilhante, não impôs goleadas aos adversários mais fracos (como Bósnia ou Irã) e sofreu uma barbaridade para eliminar a Suíça (o equivalente ao Chile da Europa) sem ir para os pênaltis. Mas o melhor jogador do mundo vem resolvendo em lances isolados, coisa que o craque realmente faz, e pode resolver novamente.

Bélgica: apesar de ter chegado ao que era considerado por muitos especialistas, o seu objetivo, a seleção belga não empolgou ninguém até agora. Mas tem condições, ao menos teoricamente, de jogar água no chope argentino e transformar toda a festa hermana até aqui em mais um triste e doloroso tango. Mas, cá pra nós, entre Hazard+10 e Messi+10, com quem você ficaria?

Costa Rica x Holanda:

Costa Rica: quem, em sã consciência, falaria exatamente depois de tudo o que essa seleção já fez, que agora podemos considera-la uma zebra? Eu não arrisco isso, embora também não aposte um centavo sequer em sua classificação. Mas, lembremos que do tal grupo da morte, onde tínhamos 7 títulos mundiais em jogo, essa zebra foi a que chegou mais longe até aqui. Que eles já entraram para a história dos mundiais isso ninguém duvida. Devemos, então, duvidar de mais alguma coisa?

Holanda: a melhor seleção da Copa até agora é, certamente, a dona do melhor ataque da competição. Manteve os 100% de aproveitamento depois de uma virada incrível sobre o empolgado time do México, nos últimos minutos de jogo, mesmo tendo jogado pior do que os norte americanos na primeira etapa. Vem forte, como grande favorita, contra a modesta Costa Rica, e nela sim eu apostaria meu rico dinheirinho (não só pela classificação, mas como também pela quebra do estigma de vice).

Como o amigo leitor que acompanha o blog pôde perceber, quando eu tentei prever o que teríamos de confronto nessa fase de quartas de final (leia aqui), não fiz nenhuma previsão que tenha realmente acontecido.

Então, faça um favor a você mesmo, se for apostar em algum bolão não tome como parâmetro essas minhas análises.