Arquivo de Fevereiro, 2014

Depois de um exaustivo “bate e volta” na capital paraibana, tento me atualizar das informações sobre o Futebol em Terras Brasilis, bem como sobre o resultado dos times brasileiros na principal competição continental.

Resultados que não surpreenderam muito àqueles que acompanham, mesmo que de longe, os times que estão na competição.

A começar pela solapada que deu o atual campeão brasileiro em cima da já não mais tão assustadora Universidad de Chile. 5×1 num Mineirão com pouco menos de 28 mil pagantes, mas que teria bem mais que 50 mil se o jogo não fosse num horário tão filho da puta.

A vitória já colocou o time do meia Ricardo Goulart, autor de 3 dos 5 gols Cruzeirenses, na primeira colocação do grupo, com 3 pontos, empatado com os outros três times, mas com um saldo de gols melhor.

Além disso, manteve um excelente aproveitamento do time no Mineirão, desde que o estádio fora entregue para os jogos da Copa do Mundo no início do ano passado. Desde a reinauguração do estádio o Cruzeiro disputou 58 partidas lá, tendo vencido 47 delas.

É um número impressionante.

Um pouco mais tarde, na Argentina, o Atlético Paranaense do já descontente Imperador Adriano, perdeu por 2×0 para o Vélez Sarsfield.

Adriano, que entrou no final do jogo, pouco ou nada pôde fazer para ajudar o Furacão a reverter o placar e, ao sair de campo, demonstrou um pouco da sua insatisfação por não ter jogado por mais tempo. O técnico Miguel Ángel, por sua vez, pediu paciência para com o Imperador. Não sei, mas essa história já está me parecendo um pouco similar a uma outra história, com o mesmo Adriano.

A campanha do Furacão nesses 4 primeiros jogos do time na Libertadores não é lá tão animadora. A classificação para a fase de grupos veio nos pênaltis contra o Sporting Cristal do Perú, depois de uma derrota fora e uma vitória em casa por 2×1 e o primeiro jogo da fase de grupos, contra o fraco The Strongest, da Bolívia, foi com uma vitória sofrida por 1×0 apenas.

A derrota de ontem é até normal. Mas é bom que o time paranaense comece a apresentar um futebol melhor nas próximas rodadas.

E, para fechar a noite, mais uma vitória brasileira na competição.

Dessa vez com o Grêmio, que recebeu e venceu muito bem o Atlético Nacional da Colômbia, com a presença de um bom público na Arena Grêmio (mais de 33 mil torcedores).

A vitória deixa o Tricolor Imortal na liderança do grupo 6, com 100% de aproveitamento e com relativa tranquilidade para fazer o próximo jogo contra o perigoso Newells Old Boys, lá na Argentina.

Jogos de hoje:

Nessa noite os outros três brasileiros entrarão em campo pela competição.

Às 19hs45min, o Botafogo vai ao Chile para enfrentar o Unión Española e tentar manter-se na liderança do grupo 2. Para isso, um empate já basta e, sim, poderá ser considerado como um bom resultado.

Se o adversário dessa noite não é dos mais complicados, lembremos que ele vem de uma escola não tão desmerecedora da nossa atenção no continente. Se não é um Boca, também não é um Bolivar, por exemplo.

Mais tarde, o Flamengo recebe o bom time do Emelec naquele que pode ser o último jogo do atacante Hernane, o brocador.

O atacante que está se transferindo para o futebol chinês (quem diria hein, estamos perdendo jogadores para a China), ainda pode realizar hoje a sua despedida da camisa Rubro-Negra.

E é bom que, com ou sem Hernane, o Mengão vença o jogo dessa noite.

Qualquer resultado que não seja a vitória pode complicar, e muito, a vida do time na fase de grupos da Libertadores.

Também às 22 horas, no caldeirão do Independência, o Atlético recebe o Independiente Santa Fé, da Colômbia, na disputa pela liderança do grupo 4.

O atual campeão da Libertadores tenta reviver os momentos mágicos que teve no Independência o ano passado, quando time e torcida pareciam ter uma sintonia única nos jogos do Galo em casa.

Para isso, o técnico Paulo Autuori monta o time com o mesmo “quadrado mágico” da conquista da Libertadores, com Ronaldinho Gaúcho, Diego Tardelli, Fernandinho (ano passado era o atacante Bernard) e Jô, empolgado com mais uma convocação para a Seleção Brasileira.

Jogo para conseguir sim a vitória, e continuar 100% na defesa de seu título.

Copa Verde:

Três jogos abrem as quartas-de-final da mais nova competição regional do país.

No Mangueirão, em Belém, o Paysandu recebe o Princesa do Solimões-AM depois de ter esmagado o Náutico-RR na fase anterior e de ter perdido o título do primeiro turno do estadual para o seu arqui-rival Remo. Já o time amazonense, que passou pelo Santos-AP, acredita que o fato do jogo da volta ser em seus domínios pode dificultar a vida do favorito paraense.

E no Distrito Federal dois jogos, sendo que nenhum deles será realizado no “elefante-branco” Mané Garrincha.

O que é uma pena, pois poderia facilmente ser realizada ali uma rodada dupla e, quem sabe, conseguir um bom público para os jogos.

Jogos que serão entre o Brasiliense x Vilhena-RO (em Taguatinga) e o Brasília x Cuiabá (em Gama).

Custo a acreditar que colocar essas duas torcidas (do Brasiliense e do Brasília) possam criar uma situação de risco nesse tipo de confronto.

 

 

 

tambau

A bela orla da praia de Tambaú, onde estou agora.

Porra, tá foda!

Não tenho conseguido muito tempo para escrever no blog. Nos últimos dias pouco tempo tenho tido para blogar, principalmente por conta dos compromissos profissionais.

E, exatamente por conta deles que estou blogando hoje diretamente da quente cidade de João Pessoa. Para ser mais exato, estou nesse momento sentado em um quiosque na Praia de Tambaú, com uma vista muito bela e uma brisa muito agradável.

Inspirado por tal situação, por quê não puxar o note e começar a escrever, né?

E nada melhor do que escrever sobre o próprio futebol paraibano.

Ok, eu sei que tem Libertadores hoje, com times brasileiros na disputa. Mas, sejamos justos, a vista e a cidade merecem um pouco da minha atenção.

E já que eu vou falar sobre o futebol paraibano, vamos começar com uma geral sobre os três principais times do estado.

Na Copa do Nordeste, principal competição para os times do estado nesse início de ano, o desempenho do futebol paraibano nem de longe irá repetir o do ano passado. Se em 2013 o Campinense sagrou-se campeão do regional, nesse ano os dois representantes nem da primeira fase passaram. Pior, ficaram em últimos nos seus grupos.

Tanto Treze, de Campina Grande, quanto o Botafogo, da capital, terminaram nas últimas colocações dos grupos C e D.

O Campinense nem participou dessa edição da Copa.

No estadual, que não conta nessa primeira fase com os eliminados da Copa do Nordeste, estão na disputa pela classificação à fase semifinal o Sousa, o pequenino porém barulhento CSP e o Campinense. Os dois primeiros classificados se classificam às semi, os dois últimos vão para a segunda divisão e os outros seis clubes vão para a segunda fase, onde se juntam à Botafogo e Treze para decidir os outros dois semifinalistas.

Ou seja, o campeonato ainda está no começo.

Já pela Copa do Brasil o estado tem dois participantes, os mesmos que disputaram e foram eliminados na Copa do Nordeste.

O Treze terá uma vida um pouco menos complicada, já que enfrentará na primeira fase o Tombense-MG. Já o Botafogo vai disputar uma vaga na próxima fase contra o Goiás.

Vida dura para os torcedores da Capital.

Dura exatamente como eles estão acostumados, uma vez que o futebol paraibano, infelizmente, tem pouquíssima representatividade no cenário nacional, tanto que o time mais bem colocado em nosso Ranking, o Treze, ocupa apenas a 59a colocação.

Piora a situação do estado se analisarmos que nenhum clube conseguiu, até hoje, pontuar em competições nacionais ou internacionais.

Mas nem tudo é notícia ruim para o futebol da Paraíba.

No ano passado, além da conquista do Nordestão, o Botafogo foi campeão da Série D do Brasileirão no ano passado, e muita gente aposta que o Alvinegro entrará forte na Série C de 2014.

Pode ser.

Pelo pouco que eu conheci do estado e de sua população ao menos minha torcida o Xerifão do Nordeste terá.

Adriano sorri em sua estreia pelo Furacão.

Adriano sorri em sua estreia pelo Furacão.

Esse é, sem dúvida alguma, o assunto do dia no Futebol em Terras Brasilis.

Por 8 minutos, depois de quase 2 anos, Adriano voltou a entrar em campo por uma partida oficial, no jogo válido pela primeira rodada do grupo 1 da Taça Libertadores de 2014.

Um volta discreta, sem nem ao menos tocar na bola, mas que pode representar muito para esse jogador que tanto tem lutado contra si mesmo para se manter dentro das quatro linhas. E o que sempre nos deixa com a pergunta: até quando vai durar?

Essa volta não poderia ser melhor. O Furacão venceu o fraco time do Strongest, mesmo não jogando lá grandes coisas, por 1×0, com gol do volante Paulinho Dias ainda no primeiro tempo, e o resultado colocou o time paranaense na primeira colocação do grupo, ao lado do argentino Vélez Sarsfield.

Resultado importante num grupo que, se não é o mais difícil, também não apresenta muitas facilidades. O próximo jogo do Furacão, por exemplo, será uma pedreira: pega o Vélez na Argentina.

É bom pontuar o máximo possível em casa, com o apoio da fanática torcida, e o que vier de ponto nos jogos fora de casa é lucro.

Tarefa parecida tem o Grêmio, que mesmo não jogando um futebol brilhante, visitou o Nacional-URU ontem e venceu, também por 1×0, com gol de Riveros.

O grupo do Tricolor Imortal, o 6, é considerado pela maioria dos especialistas como o mais difícil da competição, e começar vencendo, fora de casa, foi um puta resultado para o Grêmio.

O Tricolor também está na liderança do seu grupo, na mesma situação do Atlético Paranaense, empatado com o Nacional de Medelín, tendo, porém, pontuado nessa primeira rodada fora de casa.

Duas boas vitórias que colocam os dois times no caminho da classificação para a próxima fase.

Copa Verde:

Um único jogo fechou a primeira rodada da primeira fase da Copa Verde, na noite de ontem.

Num confronto de paraenses, o Remo levou a melhor e venceu o Paragominas, em Paragominas, por 2×1, podendo jogar por um empate no jogo de volta (no Mangueirão) ou até perder por 1×0.

Até agora nenhuma surpresa na competição. Vitórias de Paysandu, Remo e Brasiliense fora de casa, do Princesa do Solimões e do Vilhena em casa, além de três jogos terem terminados empatados.

O meia Tinga, alvo de racismo na noite de ontem.

O meia Tinga, alvo de racismo na noite de ontem.

A noite de ontem, para o Futebol em Terras Brasilis, foi negra, com muito orgulho.

Negra, não em referência às duas derrotas que nossos times sofreram em suas estréias na Libertadores.

Mas negra em referência ao orgulho que todos, ao menos, deveríamos sentir, e nesse todos eu incluo também os peruanos, de sermos tão miscigenados, tão misturados, tão índios, tão brancos, tão negros.

Porquê doce é a ilusão de qualquer sul-americano ao achar que temos o “direito” de sermos racistas. Nós, todos nós, somos a raça que sofre pela discriminação.

É tão tolo, sem sentido e hipócrita consigo mesmo um sul-americano demonstrar racismo a outro sul-americano quanto seria, na época do nazismo, um alemão demonstrar superioridade racial a outro.

E enquanto as autoridades policiais, jurídicas e esportivas não tomarem as devidas providências, nada nesse triste cenário mudará.

Vamos aos jogos:

Não vi nada dos jogos de ontem pela Libertadores. O do Cruzeiro não passou em nenhum canal do meu pacote de TV a cabo, e o do Flamengo, que estava passando na Sportv, eu não pude ver por problemas de sinal.

Mas, além da triste notícia já comentada acima, fiquei sabendo dos resultados negativos das duas equipes.

Nenhuma das derrotas pode ser considerada catastrófica, mas a do Cruzeiro, por estar num grupo um pouco mais forte, pode ser considerada como um resultado pior do que a do Flamengo.

Nada que o atual campeão brasileiro não consiga reverter e, assim como o atual campeão do Brasil, não possa terminar na primeira colocação do seu grupo.

É só o primeiro jogo da fase.

Como terão, também, os primeiros jogos hoje o Atlético Paranaense, pelo grupo 1, recebendo o horrível time boliviano do The Strongest, e o Grêmio, pelo grupo 6, indo visitar o Nacional, no seu vizinho Uruguai.

Chance de goleada na Vila Capanema e possibilidade de ao menos um empate em Montevidéu.

Copa Verde:

Cinco jogos deram continuidade na Copa Verde na noite de ontem.

O atual campeão amazonense, Princesa do Solimões, recebeu e venceu o atual campeão amapaense, o Santos, por 1×0. Agora o time amazonense tem a vantagem do empate no jogo de volta.

0x0 foram os placares de Plácido de Castro-AC x Nacional-AM, Brasília-DF x CENE-MS e Desportiva Ferroviária-ES x Cuiabá-MT. Nacional, CENE e Cuiabá jogam o próximo jogo em casa e qualquer empate com gols classifica os visitantes.

O Brasiliense foi ao Tocantins e venceu o Interporto por 2×0, e agora pode até perder por um gol de diferença, em casa (olha uma boa chance de colocar um bom público no “elefante branco Mané Garrincha”) que se classificará.

Fecha a rodada a goleada imposta pelo Vilhena-RO por 4×1 em cima do Mixto-MT. Agora o time mato-grossense tem que vencer por 3×0 para garantir a classificação.

Sem escrever para o blog há quase uma semana, certamente que estou um tanto quanto atrasado nos assuntos do Futebol em Terras Brasilis.

Mas, como sempre costumo, nessas horas, alegar: o blog não é a minha maior prioridade.

Claro que sempre que dá, eu o atualizo. E nesses últimos 6 dias realmente não deu.

Mas vamos ao que interessa. Vamos ao que de melhor aconteceu no Futebol em Terras Brasilis nesses 6 dias.

Libertadores:

Os dois Alvinegros que entraram em campo ontem, em jogos válidos pela fase de grupos da competição, venceram.

O Botafogo, num Maracanã que se não estava lotado, ao menos recebia um bom público, venceu o time do Papa Francisco por 2×0, com um gol em cada tempo, e, pelo o que eu li, não sofreu muito para fazer esse placar. Ótimo resultado para o Fogão, que começou vencendo a equipe que, teoricamente, é a mais complicada do grupo.

Já o atual campeão continental estreou na Venezuela, contra o Zamora e, em um jogo tecnicamente fraco, conseguiu arrancar a vitória no fim da partida, com um gol de Jô (sempre ele) num escanteio batido por Ronaldinho Gaúcho (também, sempre ele).

Hoje os dois campeões nacionais de 2013 estreiam na competição, ambos às 22 horas, o que não nos permite assistir aos dois confrontos (coisas de Brasil).

O atual campeão Brasileiro vai longe, ao Perú, para enfrentar o Real Garcilaso, enquanto que o atual campeão do Brasil vai mais longe ainda, ao México, enfrentar o León.

O Mengão pega o atual campeão mexicano e time mais rico dessa edição da competição (o bilionário Carlos Slim é o dono do time) num jogo que deve ser duro, como manda a tradição da Libertadores, porém não acredito que possa ser tão impossível para o Rubro-Negro conseguir um bom resultado.

Da mesma forma, acredito que o Cruzeiro tenha condições de voltar com um bom resultado, principalmente se considerarmos o fator altitude, que sempre joga contra os times brasileiros.

Copa do Nordeste:

Os confrontos das quartas de final já estão definidos (notícia atrasada) e irão começar no próximo final de semana.

CRB x América-RN;

Vitória x Ceará;

Sport x CSA;

Santa Cruz x Guarany-CE;

E assim a UEFA Lampions League vai começar a definir seus semi-finalistas.

Copa Verde:

A interessantíssima copa que inclui times das regiões Norte, Centro-Oeste (exceto Goiás) mais do Espírito Santo começou ontem, com uma sonora goleada do Paysandú sobre o Náutico-RR, em Roraima, por 7×2.

Sinal de quê, mesmo regionalmente, há muito o que se fazer para fortalecer o futebol de estados como Roraima, Acre, Tocantins, entre outros.

A Copa, que será disputada em sistema eliminatório, conta com 16 clubes sendo 3 do Pará (do campeão ao terceiro do Paraense de 2013), 2 do Amazonas, do Distrito Federal e do Mato-Grosso (campeão e vice de cada estadual em 2013) e um dos demais estados incluídos na competição (todos campeões estaduais de 2013).

Essa é sim uma forma de fortalecer o futebol nesses estados, que vivem de migalhas daquilo que chamamos de país do futebol.

Os demais confrontos de ida ocorrem entre hoje e amanhã, com os jogos de volta marcados para a próxima semana. Veja na imagem abaixo (extraída da Wikipedia) a ordem dos confrontos da Copa Verde:

Tabela da Copa Verde, que vai movimentar os estados com menor tradição em nosso futebol!

Tabela da Copa Verde, que vai movimentar os estados com menor tradição em nosso futebol!

Adriano:

Ontem o Atlético Paranaense apresentou o seu novo reforço, de peso (literalmente falando). Trata-se do atacante Adriano, conhecido pela alcunha de Imperador.

Difícil analisar se essa contratação é ou não boa para o Furacão.

Apesar das últimas passagens do jogador por Corinthians e Flamengo não terem sido das melhores, talvez em um clube de fora dos grandes centros dos futebol nacional, e com uma pressão menor por resultados, o Imperador possa voltar a sentir prazer em jogar bola e dar alegrias para a torcida Rubro-Negra.

Mas que é uma aposta de risco, isso ninguém duvida.

Torcida Botafoguense compareceu em bom número ao Maracanã.

Torcida Botafoguense compareceu em bom número ao Maracanã.

O dia do Futebol em Terras Brasilis ontem foi agitado.

Pela Libertadores tivemos a confirmação da classificação dos dois brasileiros para a próxima fase.

Classificações que vieram de maneira bem diferente.

Enquanto o Botafogo jogou muito bem e goleou o time equatoriano, o Atlético Paranaense sofreu e só conseguiu fazer o mesmo placar do jogo de ida, levando a decisão da vaga contra os peruanos para os pênaltis.

A Libertadores começou muito emocionante para o meu amigo João Carlos.

Mas o final foi feliz para ambas as torcidas, e para o nosso futebol, por que não?

É o terceiro ano consecutivo que iniciamos a fase de grupos da competição com 6 representantes.

As chances que conquistarmos o principal torneio continental pela 5ª vez consecutiva só aumenta.

Ontem, também, conhecemos 6 dos 8 times que disputarão as quartas de final da Copa do Nordeste.

Pelos grupos A e C o que prevaleceu foi a lógica.

No grupo A tivemos a classificação do América-RN e do Vitória.

Pelo grupo C classificaram-se Ceará e CRB.

Agora, pelo grupo B um grande time nordestino, e por que não brasileiro, acabou sendo eliminado (mesmo tendo vencido o seu jogo).

Jogadores do Bahia comemoram o gol, mas não puderam comemorar a classificação.

Jogadores do Bahia comemoram o gol, mas não puderam comemorar a classificação.

O Bahia terminou na terceira colocação e viu o “azarão” CSA e o Santa Cruz passarem à próxima fase.

Coisas do futebol.

Hoje temos a definição de mais um classificado, uma vez que o Guarany de Sobral-CE acabou garantindo a sua classificação já na rodada anterior.

Sport, Náutico e Botafogo-PB entram em campo atrás dessa última vaga.

Com 5, 5 e 4 pontos respectivamente, todos tem grandes chances, porém só o Sport depende exclusivamente de si.

Pelo critério de desempate o Rubro-Negro recebe o time paraibano e classifica-se com uma vitória simples.

Náutico e Botafogo-PB necessitam da vitória e da combinação dos resultados.

Já pelos estaduais a única coisa digna de nota é o Palmeiras 100%tenário no seu centenário (como diria meu primo Gustavo).

Jogadores Palmeirenses são os únicos 100% do Paulista.

Jogadores Palmeirenses são os únicos 100% do Paulista.

O Verdão venceu 6 dos 6 jogos que disputou e vem agradando os olhos de seus fanáticos torcedores pelo bom futebol apresentado.

E o ano do centenário Alviverde não poderia começar de maneira melhor, né? Time com 100% de aproveitamento, ganhando e bem do rival São Paulo no último domingo e vendo seu arquirrival Corinthians afundado numa crise que há muito não se via…

Parece que o 100%tenário Palmeirense não vai ser um Sem ter nada…

Ah, e por falar em Corinthians, confesso que a diretoria Alvinegra se superou dessa vez.

Além de comprar uma enganação de jogador por R$ 40 milhões, eles não conseguem negociá-lo com nenhum mercado típico para esse tipo de jogador (leste Europeu, Ásia, Oriente), ainda vai lá e faz uma troca com o rival São Paulo por outro jogador que também está em baixa.

E, o pior, ainda vai bancar 50% do milionário salário do cara!

Essa diretoria é uma mãe mesmo!!!

Ainda não consigo ver quem vai ganhar e quem vai perder mais com essa negociação.

Só o tempo dirá.

Presidência da República

Casa Civil

Lei No. 12345 de desde sempre.

A Presidente da República faz saber que o Congresso aprova e eu sanciono a seguinte lei:

Art. 1º: Este Estatuto estabelece normas de proteção e defesa ao Torcedor Vândalo Organizado;

Art. 1ºA: A proteção e defesa do Torcedor Vândalo Organizado é de responsabilidade do poder público, das confederações, federações, ligas, clubes, associações ou entidades esportivas, inclusive de seus respectivos dirigentes,  bem como daqueles que, de qualquer forma, promovem, organizam, coordenam ou participam dos eventos esportivos;

§ 1º: Não se encaixa nos termos desse Estatuto qualquer outro torcedor que não se identifique como Torcedor Vândalo Organizado, aos quais denominamos torcedores comuns;

Art. 2º: Torcedor Vândalo Organizado é todo aquele que tem no esporte uma válvula de escape para as suas frustrações pessoais, problemas profissionais e/ou amorosos e que, vez por outra, utilizam-se da violência para dar vazão aos seus sentimentos;

Parágrafo único: pode ser considerado como Torcedor Vândalo Organizado, também, aquele que não tenha frustrações, problemas profissionais e/ou amorosos, mas que, mesmo assim, utiliza-se da violência para protestar contra qualquer situação do desporto;

Art. 3º: Se faz importante salientar que nem todo Torcedor Organizado se encaixa no perfil de Torcedor Vândalo Organizado, embora saibamos que o contrário não possa ser afirmado como verdadeiro;

Art. 4º: É assegurado ao Torcedor Vândalo Organizado, nos termos dessa lei, o direito de protestar de forma violenta contra resultados negativos, eliminações (mesmo advindas de vitórias), rebaixamentos, ou quaisquer situações que não estejam de acordo com o que o Torcedor Vândalo Organizado supõe ser a ideal para seu clube ou associação/entidade esportiva de preferência;

§ 1º: Como protesto entende-se: pichar muros e fachadas dos clubes; promover quebra-quebra em estádios (e seus arredores), em centros de treinamento, bares, estações de metrô, estações de trem, terminais de ônibus; e em qualquer lugar em que o Vândalo Organizado estiver;

§ 2º: Também são aceitos como protestos: ofensas morais a jogadores, membros de comissões técnicas e dirigentes; arremesso de objetos ao campo da prática esportiva; invasão de quaisquer ambientes destinados apenas aos profissionais do esporte (como vestiários, centros de treinamentos, salas de imprensa, e quaisquer outras áreas que são inicialmente destinadas apenas aos profissionais), agressões físicas a qualquer integrante da comissão técnica, jogador e/ou qualquer profissional que estiver envolvido com clube/esporte motivador do protesto (inclusive, mas não restrito, aos profissionais de imprensa);

Art. 5º: Os atos provenientes de protestos citados no artigo anterior, e em seus parágrafos, não são passíveis de punição alguma por nenhuma autoridade constituída formal ou informalmente;

Art. 6º: Também é direito do Torcedor Vândalo Organizado agendar encontros, emboscadas, ou quaisquer outros tipos de situações em que se possa entrar em confronto com Torcedores Vândalos Organizados de outros clubes e associações/entidades esportivas;

§ 1º: Os encontros, emboscadas e quaisquer outras situações a que se refere o caput desse artigo podem ocorrer dentro dos estádios e praças esportivas, em seus arredores, estações de metrô, trem e terminais de ônibus ou em qualquer região que os Torcedores Vândalos Organizados sentirem disposição para tal fim;

§ 2º: Está incluso no direito garantido pelo caput desse artigo, o direito de transformar o local escolhido em praças de guerra, sem precisar demonstrar a mínima preocupação com os chamado torcedores comuns, ou com qualquer cidadão que porventura esteja no local escolhido no momento do embate;

Art. 7º: Cabe aos clubes, através de seus dirigentes, financiar e assegurar a ida dos Torcedores Vândalos Organizados aos estádios de futebol, ginásios poliesportivos e em qualquer lugar que seu clube ou associação/entidade esportiva esteja disputando qualquer tipo de competição;

Art. 8º: As possíveis mortes causadas em decorrência da violência causada pelos Torcedores Vândalos Organizados, seja na forma de protesto, seja no embate com outros Torcedores Vândalos Organizados, deverão ser tratadas pelo poder público, pelas confederações, federações, ligas, clubes, associações e entidades esportivas, inclusive por seus dirigentes, como algo normal e corriqueiro, sem que nenhuma ação deva ser tomada para evitá-las ou coibi-las;

§ 1º: As mortes referidas no caput desse artigo podem ser de Torcedores Vândalos Organizados ou de qualquer outro cidadão (seja profissional do desporto, profissional da imprensa, policial militar ou civil, ou até mesmo do torcedor denominado comum);

§ 2º: É direito das autoridades públicas e dirigentes das confederações, federações, ligas, clubes, associações e entidades esportivas vir a público sempre que houver comoção social em decorrência da violência utilizada pelos Vândalos Organizados (em caso de morte ou não) para darem explicações sem sentido, repetirem discursos vazios e/ou dizerem que irão tomar as “providências” que é sabido que nunca virão;

Art. 9º: É dever dos jogadores e atletas (profissionais ou amadores), bem como dos técnicos e membros de comissão técnica, dirigentes ou qualquer outro profissional dos clubes e associações/entidades esportivas aceitar de bom grado os protestos, xingamentos e atos de violência causados pelos Torcedores Vândalos Organizados, entendendo que esta é a forma mais efetiva que o dirigente de seu clube, ou entidade esportiva, tem para pressionar a equipe por melhores resultados;

§ 1º: Mesmo que os Torcedores Vândalos Organizados não pratiquem seus protestos sob demanda da direção do clube ou associação/entidade esportiva, os jogadores e atletas (profissionais ou amadores), técnicos e membros de comissão técnica, dirigentes ou qualquer outro profissional dos clubes e associações/entidades esportivas não terão o direito de reclamar do modus operandi dos Torcedores Vândalos Organizados (mesmo que aceitá-los possa lhes custar a vida, conforme previsto no Artigo 8º e seus parágrafos desse Estatuto);

§ 2º: Até mesmo aqueles que, na função de policiais (militares ou civis), estiverem ao alcance dos Torcedores Vândalos Organizados, e sofrerem suas agressões (morais ou físicas), deverão igualmente aceita-las;

§ 3º: Árbitros esportivos e membros das comissões de arbitragem estão igualmente obrigados a aceitar os atos de violência (moral ou física) praticados pelos Torcedores Vândalos Organizados;

Art. 10º: Os Torcedores Vândalos Organizados tem o direito de se sentirem donos dos estádios e praças esportivas, podendo dentro deles criar regras de conduta que atingirão os demais torcedores (denominados comuns), definir quais espaços eles ocuparão nos estádios e praças esportivas e determinar até quem pode ou não acessar o espetáculo (independente do torcedor comum portar ou não ingresso para tal);

§ 1º: Os Torcedores Vândalos Organizados têm garantidos por este Estatuto: espaço exclusivo nos estádios/praças esportivas; escolta e proteção policial antes, durante e depois dos jogos; direito a furtar os produtos que são vendidos por comerciantes próximos ao estádio/praça esportiva, bem como daqueles que trabalham dentro dos estádios/praças esportivas; poder de depredar o bem público ou particular independente do resultado conseguido por sua equipe;

§ 2º: É também assegurado o direito ao Torcedor Vândalo Organizado de: reunir-se com atletas, membros da comissão técnica ou qualquer outro integrante do seu clube de coração sempre que um resultado adverso ocorrer; pressionar esse atleta, membro da comissão técnica ou qualquer integrante do clube por meio da violência física ou moral; ameaçar, agredir ou depredar veículos e demais bens dos atletas, membros de comissões técnicas ou qualquer outro integrante do seu clube de coração, sem sofrer o prejuízo de qualquer espécie, previsto em qualquer outra lei;

Art. 11º: Essa lei entra em vigor a partir da data de publicação, apesar de estar sendo respeitada desde que surgiu o Torcedor Vândalo Organizado no Futebol em Terras Brasilis.

Brasil, Fevereiro de 2014.

A marca de uma instituição, seja ela de qual ramo for, é como o nome de uma pessoa: nada é mais importante.

Porém, uma marca, quando bem consolidada e divulgada, diz muito mais sobre aquela instituição do que apenas o seu nome.

Ela diz como a instituição quer ser reconhecida, qual posicionamento ela quer ocupar no mercado em que atua, quais são os seus clientes, enfim, ela diz praticamente tudo sobre a determinada instituição.

No mundo corporativo vemos constantemente essa preocupação das empresas com a sua marca. Nike, Coca-Cola, IBM, Microsoft são algumas das gigantes globais que mais prezam pela boa imagem da sua marca.

Algumas empresas, como o Mc Donald’s, por exemplo, enfrentam resistência de uma parte da sociedade e têm que fazer um trabalho constante para manter o nome de sua marca como algo positivo na mente do mercado consumidor.

É uma luta diária.

Como é, também, a luta de um clube de futebol por angariar cada vez mais torcedores e, principalmente, transformá-los em consumidores.

De nada adianta para o Grêmio, por exemplo, ter a maior torcida do Rio Grande do Sul se o seu rival é que tem o maior mercado consumidor (mais torcedores pagantes do programa de sócio-torcedor, mais vendas de camisas, de produtos licenciados, mais audiência nos jogos transmitidos e maior venda no pay-per-view).

Certamente, no exemplo acima, o Inter terá mais receita do que o Grêmio, mesmo que o último tenha mais torcedores.

Por isso a preocupação com a marca do clube deve ser uma constante na cabeça dos dirigentes dos nossos clubes.

O Cruzeiro já proibiu suas torcidas de usarem a marca do clube. Não está na hora de outros times seguirem esse exemplo?

O Cruzeiro já proibiu suas torcidas de usarem a marca do clube. Não está na hora de outros times seguirem esse exemplo?

E, talvez por terem essa preocupação, os dirigentes do Cruzeiro tenham tomado a decisão de proibir as torcidas organizadas do clube (Máfia Azul e Pavilhão Independente) de utilizarem a marca do Cruzeiro. Essa decisão, tomada no final do ano passado, teve como principal pano de fundo as confusões criadas por membros dessas torcidas em jogos do Brasileirão 2013 (um contra o rival Atlético Mineiro e outro no jogo da festa do título, em pleno Mineirão).

Imaginem o quanto deve ter sido difícil para esses dirigentes a tomada dessa decisão. No mundo do futebol, ao contrário do mundo corporativo, existe o quesito paixão, que pode ser transformado em violência na cabeça dos mais ignorantes, e que pode fazer com que uma medida tão impopular seja impedida de ser tomada.

Ontem, outro presidente de um grande clube foi questionado sobre essa possibilidade. Mário Gobbi, presidente do Corinthians, em sua entrevista coletiva disse não ter poder para decidir isso sozinho, que o Corinthians tem seu Conselho Deliberativo e que este deve ser consultado com relação a essa decisão.

Ok.

Mas ele se ele não tem poder para decidir isso sozinho, certamente tem poder para influenciar a decisão do Conselho do clube. Certamente, também, ele tem poder para ao menos colocar esse assunto em pauta, dado a sua importância e gravidade.

O Corinthians vem trabalhando nos últimos anos não só para conquistar títulos, mas também para construir uma imagem de time vencedor e de clube organizado (sei). Porém, para conseguir construir essa imagem uma decisão muito séria e drástica deve ser tomada pela diretoria do clube com relação às torcidas organizadas.

Vejam o exemplo do Vasco, que perdeu o seu contrato de patrocínio com a Nissan depois da guerra campal que a torcida do clube se envolveu na última rodada do Brasileirão 2013, no jogo contra o Atlético Paranaense.

A matriz da montadora que influenciou nessa decisão, uma vez que a briga campal vai totalmente contra os valores da empresa e arranha, sim, a sua imagem.

Prejuízo de R$ 7 milhões por ano, por 4 anos.

O Vasco pode até arranjar outro patrocinador no lugar da Nissan. Certamente arranjará. Mas a imagem do clube já foi arranhada perante aquela empresa, e perante a todos aqueles que podem ser influenciados pelos gestores da empresa.

E você pode dizer até que proibir o uso da marca pelas torcidas organizadas não vai desviculá-las totalmente dos clubes.

Pode ser.

Mas o que é certo é que é tudo questão de imagem.

E enquanto os clubes brasileiros continuarem suas relações promíscuas com essas torcidas organizadas, quem vai mais sofrendo é a imagem do Futebol em Terras Brasilis.

Como prometido no primeiro post de 2014, vou inaugurar hoje a seção Histórias de Torcedor, onde eu vou relatar algumas das histórias mais interessantes vividas não só por mim, mas por quem também quiser participar enviando as suas histórias e experiências.

Se você quiser mandar também a sua história de torcedor, veja no perfil do autor do blog o e-mail para contato. Não serão publicadas histórias com qualquer tipo de conteúdo agressivo ou que, obviamente, não tenham nada a ver com futebol.

Então vamos lá, vamos à primeira História de Torcedor do Blog FTB:

2008 começou como um ano muito estranho pra nós, torcedores Corinthianos.

Não era pra menos, o nosso Timão havia sido rebaixado no Brasileirão de 2007, naquela que fora a pior derrota que nós sofremos dentro de campo.

Acredito que nem a perda do título do Paulista de 1974 para o nosso arquirrival Palmeiras, quando o Timão estava há 20 anos sem conquistas, não fora tão dolorida para o Alvinegro. Não sei.

Mesmo assim, nosso orgulho de sermos Fiéis foi novamente demonstrado, quando o marketing do Timão lançou a camiseta “Eu Nunca vou te Abandonar” e a torcida Corinthiana fez dela um manto no apoio ao time naquele ano de 2008.

Nesse sentimento eu e meu primo combinamos de irmos ao estádio acompanhar o Timão na maioria dos jogos que pudéssemos ir.

E fomos.

Estivemos, por exemplo, no primeiro jogo do Timão daquele ano, contra o Guarani pelo Paulista, quando ganhamos por 3×0.

Mas essa História de Torcedor não se refere a este jogo.

Naquele ano, o primeiro da reconstrução do Timão, o campeonato mais importante que o Corinthians disputaria seria a Copa do Brasil. Passamos por Barras-PI, Fortaleza, Goiás (no memorável jogo da uva-verde) e São Caetano, até chegarmos nas semifinais.

O primeiro jogo, contra o Botafogo no Rio de Janeiro, uma derrota. 2×1 para os cariocas deixou o jogo de volta com um quê de drama Corinthiano.

Lógico que eu e o Daniel quisemos estar nesse jogo. Fomos, mas não só nos dois. Meu irmão Leonardo e um ex-colega de empresa foram também conosco.

Eu, o primo e o irmão, na entrada do Morumbi para o confronto contra o Botafogo.

Eu, o primo e o irmão, na entrada do Morumbi para o confronto contra o Botafogo.

Morumbi lotado, estávamos lá mais de 60 mil vozes empurrando o Timão para cima do Fogão. Jogo de Alvinegros, pra não dizer jogo de desesperados.

Depois de um 0x0 no primeiro tempo que nos deixava mais tensos, saímos na frente com um gol de Acosta (lula-molusco) antes dos 10 primeiros minutos do segundo tempo.

Festa no Morumbi.

Esse era o gol da classificação, que daria a redenção para qualquer Corinthiano.

Precisávamos ver nosso Timão dando uma resposta desse tipo ao cruel deus dos estádios, responsável máximo por nossa queda para a Série B.

Mas não foi tão fácil.

Dois minutos depois o bom time Botafoguense empatou, com um gol do zagueiro Renato Silva. Foi o primeiro momento que ouvimos a torcida do Botafogo, obviamente em menor número, cantar mais alto do que a nossa.

Mais sofrimento a vista.

Até que, aos 20 minutos do segundo tempo, o zagueiro Chicão, recém-chegado ao Parque São Jorge, bateu uma falta com perfeição levando a disputa para os pênaltis.

Dali em diante o sofrimento foi mútuo, até o apito final do árbitro.

Pronto. Tudo seria decidido nas malditas cobranças de pênalti.

E decisão por pênalti você sabe como é, né? Tudo quanto é mandinga, amuleto, reza brava, vale nessa hora.

O Timão começou a disputa e bateu suas cinco cobranças com precisão, não tendo errado nenhuma penalidade.

O Glorioso também não deixava por menos, e convertia cada uma das cobranças que tinha por fazer.

Até que chegou a última cobrança do Fogão.

Se o meia Zé Carlos convertesse, teríamos a continuidade da disputa com cobranças alternadas de uma em uma.

Se perdesse, o Timão estaria na quarta final de Copa do Brasil de sua vida.

No momento em que o meia tomou distância para cobrar eu não aguentei e me ajoelhei na arquibancada, dando as costas para o gramado, e colocando as mãos na frente da minha face, numa típica posição de oração.

Mas não, eu não estava orando.

Principalmente porque eu acho que Deus tem coisa muito melhor para cuidar, do que uma simples penalidade.

Eu estava torcendo e, principalmente, sofrendo.

A torcida Corinthiana fazia um barulho ensurdecedor, assoviando e gritando com o intuito de atrapalhar a cobrança do meia carioca.

O famoso “Sai Zica!” era ouvido em todas as vozes, todos os tons, todos os sotaques.

Mas, eis que de repente um silêncio sepulcral se fez no Morumbi.

Certamente quem estava com os olhos voltados para o gramado, para a cobrança, não deve ter percebido.

Mas eu percebi.

Do momento que o meia Botafoguense bateu o seu pé na bola, até ela resvalar na mão do goleiro Felipe (que havia falhado no gol que deu o empate aos cariocas) e depois se espatifar na trave, acredito que não se passaram nada além de 2 segundos.

E foi nesse tempo que eu, ali ajoelhado, ouvi os assovios e gritos se calarem.

Por um mísero instante eu percebi o Morumbi em Silêncio Absoluto, mesmo tendo mais que 60 mil pessoas lá dentro.

Até a explosão de alegria.

Que veio acompanhada de vários abraços, gritos e, por que não, lágrimas de emoção.

Não amigos, eu não vi o goleiro Corinthiano defendendo o pênalti.

Mas eu ouvi o que mais ninguém naquele estádio ouviu.

O presidente Mário Gobbi terá que apelar para todos os santos para tirar o Timão da crise. (Foto Danilo Verpa/Folhapress)

O presidente Mário Gobbi terá que apelar para todos os santos para tirar o Timão da crise. (Foto Danilo Verpa/Folhapress)

Se tem dois times no país que gostam de viver um crisezinha de vez em quando, esses times são, sem dúvida alguma, Corinthians e Palmeiras.

Ao menos no estado de São Paulo, onde eu vivo e acompanho 99% das notícias do futebol, esses são os times preferidos pela imprensa esportiva num momento de baixa.

Primeiro porque vende. Os dois times são, certamente, os que mais atraem olhares para o noticiário esportivo.

O segundo motivo, em que o primeiro é até uma conseqüência deste, é pela paixão de suas torcidas.

Corinthianos e Palmeirenses, em tese, são os mais apaixonados torcedores de São Paulo. São aqueles caras que deixam de comprar o pão no domingo de manhã para poder gastar esse dinheiro indo ao estádio, ver sua paixão.

Por serem mais passionais, são também mais desmedidos, o que acaba, vez por outra, em violência.

A crise instalada no Parque São Jorge, principalmente após à goleada sofrida em um clássico contra o Santos, é mais uma vez alimentada pela paixão e pela imprensa esportiva.

Sim, tem o péssimo futebol que o Timão vem jogando desde meados do ano passado, que obviamente conta e muito nessas horas.

Mas que, por si só, não seria capaz de eclodir numa invasão de CT em outros clubes, como o São Paulo por exemplo.

Afinal o Tricolor comeu o pão que o diabo amassou no ano passado, e em nenhum momento se viu situações quiçá parecidas com a do último sábado, no CT Joaquim Grava.

Invasão essa que, convenhamos, não serviu de porra nenhuma, hein? Um bando de torcedores profissionais (os famosos vândalos) foram lá para cobrar satisfação por uma derrota e como reflexo ganharam outra no domingo.

Pra mim essa crise tem como pano de fundo a contratação do multimilionário Alexandre Pato e a péssima gestão que o presidente Mário Gobbi vem fazendo, desde que assumiu o comando do Timão.

Mário Gobbi que, por sinal, tentou viver seu mandato à sombra de Andrés Sanchez (e de toda revolução que ele fez no futebol Corinthiano), mas que fez cada cagada que só poderia resultar no que está resultando.

A contratação do atacante foi, sem dúvida alguma, a pior cagada que o presidente poderia ter feito. Afinal, em um elenco que não haviam estrelas, reconhecido pela força do seu conjunto e que tinha acabado de conquistar os dois títulos mais importantes da história do Timão, nunca que iria cair bem um cara chegando com status de estrela, possivelmente com um salário beeeem maior do que dos demais atletas, e etc e tal.

A outra grande cagada foi demitir Tite.

E agora que a crise está instalada, que os jogadores estão inseguros, que toda merda foi jogada no ventilador, o melhor a se fazer é esperar a poeira baixar e continuar trabalhando.

Logo a vitória vem, ela sempre vem, e a crise vai passando até chegar a fase final do Paulistinha, da qual eu duvido que o Timão não vá participar, e o foco da torcida mudar novamente.

Isso se o Gobbi não fizer outra cagada monstro até lá.