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Campeonato Paulista de 2015 é um dos mais chatos da história do futebol!
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Troféu do Campeonato Paulista: campeonato ruim, chato e totalmente desnecessário.

Todo ano a rotina se repete: os campeonatos estaduais são duros de empolgar e a crítica especializada mete o pau na realização desses falidos torneios.

Mas, por mais que se tente e, acredite leitor, eu tentei não escrever sobre isso, fica impossível de não entrar nesse assunto.

Esses campeonatos são chatos pra caralho!

Não posso dizer por todos os campeonatos, até porque mal consigo acompanhar detalhadamente o Paulista, mas pelo exemplo que eu tenho (do Paulista) dá pra se ter uma ideia de como deve estar o resto dos estaduais por aí.

Para que o amigo de outro estado possa ter uma ideia, aqui em São Paulo o campeonato está tão ruim que os torcedores dos quatro grandes do estado só se preocupam em ver de quanto o seu time venceu algum dos pequenos.

Foi assim nesse final de semana, quando Santos, Corinthians, São Paulo e Palmeiras venceram, sem sustos, Audax, Capivariano, Marília e São Bernardo, respectivamente.

Soma-se a isto o fato de termos um regulamento no mínimo ridículo, onde 20 times (isso mesmo, 20) são separados em 4 grupos de 5 cada e os times jogam contra os times dos outros grupos, não enfrentando quem está no seu próprio grupo.

Com isso, claro, os quatro grandes estão disparados na ponta de seus grupos e os demais 16 clubes ficam lutando pra pegar a segunda vaga em cada grupo.

Pra piorar, porque sempre se pode piorar, três dos seis clássicos que essa fase previa serão disputados no meio de semana (dois já aconteceram e o terceiro, entre Palmeiras e São Paulo, será nessa quarta-feira), em mais uma cagada de quem organiza esse falido campeonato.

Como se não bastasse, passam os dois primeiros de cada grupo que se enfrentam nas quartas de final (o primeiro do grupo A pega o segundo do grupo A, e assim por diante), com o time de melhor campanha fazendo o jogo dessa fase em casa.

Ou seja, a chance de termos os quatro grandes nas semifinais é de 99%.

E não me venha argumentar que no ano passado o campeonato foi com essa mesma fórmula esdrúxula e que o Ituano foi campeão, porque todos sabemos que o raio não cairá duas vezes no mesmo lugar.

Ainda mais que esse ano os times grandes tiveram duas semanas a mais para pré-temporada, o que já eliminou a única vantagem que os pequenos tinham no início do campeonato (até o ano passado eram apenas duas semanas de pré-temporada para os grandes).

Aliás, é bom frisar que essas duas semanas a mais de pré-temporada vão começar a cobrar seu preço já nessa semana para o Corinthians, que terá que se submeter à incrível maratona de 4 jogos em 7 dias (domingo, terça, quinta e domingo), já que teve jogos adiados porque estava disputando a pré-Libertadores.

Como eu disse, não sei como andam os demais estaduais (principalmente aqueles que contém times da Série A do Brasileirão), mas pelo pouco que eu pude ver a coisa é bem similar: no Gaúcho quem lidera é a dupla Gre-Nal, em Minas Cruzeiro e Atlético estão entre os quatro primeiros e no Rio a única exceção é o Fluminense, o que também não quer dizer muita coisa.

A superioridade das equipes grandes é enorme.

Solução?

Até teria.

Mas, convenhamos, todos sabemos que o grande interesse não é solucionar nada.

A diretoria da CBF é eleita pelos presidentes de Federações que, para votarem em quem quer que seja, devem exigir que esse tipo de assunto nem entre em pauta, que dirá ser discutido em prol do nosso futebol.

E aí meu amigo, vira aquele circulo vicioso do qual estamos acostumados em todas as esferas políticas do nosso país.

Blog analisa os programas de sócios-torcedores dos 18 maiores clubes do país e diz: ainda há muito o que se fazer!

Moda entre os principais clubes do Futebol em Terras Brasilis, os programas de sócios-torcedores têm sido visto, nos últimos anos, como uma das principais fontes de renda dos maiores clubes do país.

Atraindo cada vez mais torcedores com o mote de ajudar seu clube do coração, além de acentuar algumas rivalidades locais, temos visto e ouvido falar cada vez mais sobre esses programas, principalmente no que tange à quantidade de associados em cada clube.

De olho em um mercado com potencial enorme de crescimento, algumas das maiores empresas do país (lideradas pela gigante de bebidas Ambev) se uniram há uns dois anos, sob a tutela do ex-jogador Ronaldo (fenômeno), para criar o Movimento por um Futebol Melhor, em que descontos em seus produtos e serviços passariam a fazer parte do rol de benefícios dados aos sócios-torcedores de muitos dos clubes que têm esse programa.

Ou seja, o negócio é realmente atraente.

A história desses programas é mais longa do que imaginamos.

Lembro-me de já na década de 90 ver o São Paulo, vanguardista que era naquela época, lançar o seu programa de sócio-torcedor.

Mesmo estando na vanguarda, não foi o Tricolor do Morumbi quem melhor lidou com esse programa.

Na década passada assistimos ao surgimento daquele que é, hoje, o programa que mais conta com sócios no país: o do Internacional.

Com pouco mais de 130 mil torcedores adimplentes (em dia) com o clube, o Sport Club Internacional é, há algum tempo, o clube brasileiro com maior número de sócios.

Não contente em só ver esse número, esse blogueiro que vos escreve foi pesquisar cada um dos programas dos 18 maiores clubes do país, de acordo com o nosso Ranking, para verificar o que pode ser melhorado e quanto que esses programas estão realmente beneficiando nosso futebol.

A primeira pesquisa, e mais óbvia, foi sobre o tamanho de cada programa. Mas não me contentei apenas em verificar o número de torcedores adimplentes. Fui um pouco mais afundo nessa questão e verifiquei a proporcionalidade de sócios-torcedores no número de torcedores que cada clube tem.

E chegamos ao seguinte quadro:

Sócio-Torcedor - Total

Aqui os clubes aparecem ordenados pela proporção de sócios em relação ao número de torcedores. Ao lado de cada coluna temos a colocação do clube na coluna que se refere.

Antes de analisá-lo, vale informar as fontes: o número de sócios torcedores eu peguei no site do Movimento por um Futebol Melhor. Esses são números de 11/03/2015.

Já o tamanho da torcida eu peguei da pesquisa da agência Pluri Pesquisas Esportivas, de 2013, pesquisa essa com a menor margem de erro já divulgada.

O primeiro fato que chama a atenção, logo de cara, é que nenhum clube brasileiro ainda conseguiu atingir o percentual que o Benfica, de Portugal, tem de sócios. O time lusitano tem 4% de seus torcedores inscritos no seu programa de sócios e é, atualmente, o clube recordista de sócios no mundo.

O segundo ponto que chama a atenção, e esse muito interessante de se ver, é que nenhuma das 4 maiores torcidas do país está entre as primeiras colocadas no número proporcional de sócios. Muito pelo contrário.

Flamengo, Corinthians, São Paulo e Vasco da Gama aparecem, respectivamente, na 14ª, 13ª, 12ª e 15ª colocações quando analisamos proporcionalmente seus programas de sócios-torcedores.

Muito pouco para esses gigantes.

Se analisarmos em números absolutos o Corinthians aparece em 3º lugar no número de sócios, o que alivia um pouco a barra do clube do Parque São Jorge.

Mas Flamengo, 7º no total de sócios, São Paulo, 8º no total, e Vasco, 13º no total estão muito aquém do que se esperava, em se tratando de tamanho de suas torcidas.

Na ponta da tabela vemos os dois grandes do Rio Grande do Sul, com uma diferença bem grande no número total de sócios. Enquanto que o Colorado tem 2,59% de sua torcida cadastrada, o Tricolor Imortal, dono da maior torcida do estado, tem pouco mais de 1,30% de seus torcedores no plano de sócios.

Vale lembrar que os gaúchos aparecem em 8º e 10º colocados na pesquisa de tamanho das torcidas, o que nos leva a crer que a rivalidade local é uma grande incentivadora na disputa pra ver quem tem mais sócios.

Um número que me surpreendeu, positivamente, mas que por si só não fala muita coisa, foi o número de sócios-torcedores do Bahia. O Tricolor da Boa Terra aparece em 4º lugar entre os que mais possuem sócios proporcionalmente à sua torcida.

Outra curiosidade foi não conseguir encontrar o número de sócios-torcedores dos dois times paranaenses. Como ambos não fazem parte do Movimento por um Futebol Melhor, não conseguimos verificar quantos sócios tem cada clube.

Pra finalizar a análise dos números, vale um grande destaque para a torcida do Palmeiras, que até bem pouco tempo atrás nem tinha programa de sócio torcedor, mas que nos últimos meses fez explodir o número de associados em seu programa, sendo o segundo clube do país a ultrapassar a marca dos 100 mil torcedores adimplentes.

Quanto tempo não se perdeu no Palmeiras até começarem a entender que é, e sempre será, a sua torcida que levará o clube para o topo sempre?

Esmiuçando os programas:

Como eu disse, nessa pesquisa eu não me contentei em apenas verificar o número de sócios-torcedores de cada clube.

Não.

Eu acessei cada um dos sites, vi cada um dos planos, comparei seus valores e seus benefícios e me sinto pronto para afirmar: ainda há um longo caminho a percorrer se os clubes querem realmente ganhar dinheiro com seus programas de sócio-torcedor!

A começar por um ponto em comum entre todos os programas: todos, sem exceção, tem como ponto central na captação de sócios o ingresso aos jogos dos times.

Erro primário dos gestores desses programas ao acreditar que todos os torcedores querem ir ao estádio para acompanhar seus times.

Há algumas exceções, como é o caso do programa do Internacional, que prevê um valor menor de mensalidade de acordo com a distância que o torcedor residir do clube (o que indiretamente significa que esse torcedor vá menos ao estádio).

Mas, mesmo nessas exceções, o ponto central da captação é a compra do ingresso (seja preferência na compra, seja compra com desconto).

E aí eu sugiro ao amigo leitor que faça a seguinte conta: imagine se todos os torcedores do Corinthians quisessem ir ao estádio ao menos uma vez e, utopicamente, imagine que o Corinthians queira dar a possibilidade de que todos o façam ao menos uma vez.

São 29.350.776 torcedores para 48.234 lugares na Arena Corinthians, o que significa dizer que teríamos 596 jogos para fazer com que todos os torcedores fossem aos jogos do Timão em sua casa.

Com uma média de 80 jogos por ano, sendo metade em sua casa (40 jogos), levaríamos quase 15 anos para completar a primeira rodada com todos os torcedores assistindo jogos do Timão em seu novo (até quando?) estádio.

Por essa contas vimos que é inviável que todos os torcedores vão ao estádio. Muitos passam a vida sem acompanhar seu time em um estádio de futebol, quanto mais na “casa” do time.

E essa é a principal crítica que o blog tem ao formato dos programas de sócios-torcedores.

Poucas são as vantagens para aqueles torcedores que não querem, ou não podem, ir ao estádio.

Como eu, por exemplo, que não vou a um jogo do meu Timão (por isso do exemplo ter sido exatamente com o Corinthians) desde 2009.

E não faço questão de ir.

E confesso que já entrei no site do programa de sócio-torcedor do Corinthians, o Fiel Torcedor, e fiquei muito a fim de me cadastrar.

Mas não vi muitas vantagens pra mim, mero torcedor de sofá.

E igual a mim, amigo, existem milhões de torcedores que simplesmente não vêem vantagem em se tornar sócio-torcedor de seu clube apenas pelo fato de “ajudar” seu time de coração.

Até porque, sabemos que não se tem garantia de que esse dinheiro vá realmente ajudar o nosso clube, não é?

Talvez ampliar as redes de desconto que muitos clubes fazem, como o Coritiba que tem uma ampla rede de empresas conveniadas que dão descontos aos seus sócios.

Talvez, e aí sim eu acho que seria uma boa vantagem, dar um belo desconto no pay-per-view do time do coração (em ação conjunta com a Globo, lógico).

Talvez dar um belo desconto em produtos nas lojas oficiais dos clubes, distribuir camisetas, criar ações de marketing em localidades distantes das sedes, enfim, pôr essa galera do marketing do clubes para pensar no que se pode criar para o torcedor que não sente interesse, ou até segurança, de ir a um estádio de futebol.

Outra vantagem que eu vi apenas em cinco clubes (Internacional, Grêmio, Bahia, Fluminense e Coritiba) é o direito a voto em todos os planos de sócio-torcedor.

Pô, é uma sacada genial!

Se o clube tem como principal atividade o futebol, sendo ela que mais arrecada, nada mais justo com os torcedores que eles possam escolher o presidente do seu clube.

E não me venha com essa de clube social, que isso é papo! Estamos falando dos 18 maiores times de futebol do país, clube social é coisa de bairro.

Isso atrai o torcedor que não vai a estádio, mas gosta de acompanhar as notícias, vive o seu time de futebol, vê as cagadas que os dirigentes fazem, comemora os títulos, enfim, se envolve com aquela instituição.

Valores:

Na pesquisa de valores podemos ver a mais variada opção, mas para a planilha não ficar muito extensa, coloquei apenas o valor do plano básico e o valor do plano top por clube.

Três clube possuem apenas um plano, por isso o valor comparado é o do básico. São eles: Bahia, Sport e Fluminense.

E cabe aqui uma janela para falar especificamente sobre o Bahia: o Tricolor, como já escrito lá em cima, é o quarto colocado na proporção entre sócios e torcedores, mas tem um plano muito básico, com apenas uma faixa de valor e com poucos atrativos para seus torcedores. Acredito que o grande impulsionador do clube seja a possibilidade de voto nas eleições, o que corrobora com o que escrevi alguns parágrafos acima.

O clube que tem o pacote mais barato é o Palmeiras, onde o torcedor pode, com pouco menos de R$ 120,00 no ano, ter a prioridade na compra de ingressos do clube, além de ganhar um Kit Avanti (não verifiquei o que vem nesse kit) e participar do Movimento por um Futebol Melhor.

Já o plano básico mais caro é o do Coritiba, custando R$ 600,00 por ano e dando, além do direito a voto citado acima, 50% de desconto nos ingressos e o clube de benefícios também já citado.

Veja a tabela com os valores básico e top:

Sócio-Torcedor - Valores

Valores em Reais (R$) consultados na semana entre 09 e 13 de março de 2015.

Novamente é curioso ver que duas das maiores torcidas do país estão entre os quatro clubes com plano básico mais barato.

Corinthians e São Paulo, mesmo tendo planos com anuidades tão baixas, possuem uma pequena proporcionalidade de suas torcidas como sócios-torcedores.

Mais curioso ainda é ver que o chamado Trio de Ferro Paulistano domina os planos mais baratos, justo estando na capitado do estado mais rico da união.

Já no topo da tabela dos planos top estão o Internacional e o Atlético Paranaense, ambos com planos bem arrojados para aqueles torcedores que querem, e podem, se sentir VIPs.

O Palmeiras também soube se aproveitar desse quesito e é o terceiro na lista dos mais caros, tendo um plano que custa pouco mais de R$ 7 mil anuais.

Novamente vemos a situação curiosa em que o Corinthians se encontra.

Dono da maior torcida do estado mais rico do país, o clube ocupa a modesta 14ª colocação quando o assunto é o plano mais caro.

Como os dirigentes Corinthianos pretendem se utilizar de um poder aquisitivo teoricamente maior de sua torcida ainda é um mistério para quem vê esses números.

Concluindo:

Apesar do ótimo crescimento que os programas de sócios-torcedores tiveram nos últimos anos, conseguimos verificar que ainda há um caminho enorme para que nossos clubes possam depender cada vez menos das cotas de televisão e de patrocínios de camisa.

Há um mercado enorme a ser explorado por nossos clubes, onde vai ganhar quem for mais criativo, mais inventivo e conseguir atrair um número cada vez maior de torcedores aos seus quadros de sócios.

Apesar de conseguir muitas informações, não foi possível concluir a análise do faturamento dos clubes com os seus programas, o que é uma pena, pois essa informação nos daria uma ideia exata do quanto cada programa representa financeiramente para os clubes.

Mas é interessante imaginar que se nossos clubes conseguissem o número proporcional de sócios-torcedores que o Benfica tem atualmente, muita coisa iria melhorar para os nossos clubes.

Peguemos o exemplo do Fluminense, que tem apenas 0,65% dos seus torcedores inscritos no seu programa de sócios.

Caso o Tricolor das Laranjeiras conseguisse atingir os 4%, teria hoje 144 mil sócios, com um faturamento acima de R$ 60 milhões só com o programa de sócio-torcedor.

E eu estou falando apenas de 4% da torcida contribuindo com R$ 35 por mês ao clube.

Não é nenhuma utopia.

A quinta edição da seção História de Torcedor é a mais fresca de todas.

Essa história ocorreu ontem mesmo.

Mas, por algum motivo que eu ainda desconheço, tenho a estranha sensação de que ela ficará para sempre marcada na minha cabeça.

E no meu coração.

Porque hoje é meu aniversário e ontem… bem, ontem tivemos aquele que eu considero o maior clássico do país.

Você pode até discordar.

Tem todo o direito.

Principalmente se você torce para qualquer outro time que não seja um dos dois envolvidos. Tenho alguns leitores que acompanham o blog de outros estados, tenho muitos amigos que não torcem para esses times, e por isso tenho certeza de que muitos irão discordar.

Mas pra mim é, e ponto final.

Vamos lá então?

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Eu e meu velhinho, momentos antes do jogo.

Influência:

Hoje, dia 09 de fevereiro, é meu aniversário.

Nesse ano de 2015 estou completando 38 verões.

E ontem, o domingo que antecedeu essa data tão especial pra mim, pedi que minha esposa fizesse um almoço e convidei meu pai para vir almoçar comigo.

Como ele mora no litoral e, por conta da idade, já não dirige mais, combinei com um dos meus irmãos para buscá-lo em um ponto no meio do caminho entre a minha casa e a casa do meu pai.

Não era uma festa.

Era só um almoço, pois fazia tempo que o velhinho não vinha na minha casa.

E, como ontem mesmo haveria o primeiro Palmeiras x Corinthians do ano, combinei com meu irmão que o retorno seria após o apito final do juiz.

Nunca deixaria de ver ao jogo.

Almoçamos o delicioso estrogonofe da esposinha, batemos algum papo, que já não está fluindo tanto como fluiria antigamente, e após o almoço cada um foi se encostando nos cantos possíveis para aquela soneca da tarde.

A primeira a “embarcar” foi a filhota.

Junto dela o vovô também apagou. Ambos no sofá, um de cada lado meu.

Depois de colocar a filha na cama e lavar a louça foi a minha vez. E em seguida a patroa.

Acordei uns 40 minutos antes de começar o jogo e já sintonizei na Band, para ver o finzinho do “Gol, o Grande Momento do Futebol” e pegar o pré jogo desde o começo.

Ali, enquanto passavam gols históricos do clássico, foi que meu pai contou pela milésima vez a mesma história.

“Em 1955 eu estava no Pacaembu pra ver Corinthians 1×1 Palmeiras”.

“Fomos campeões do 4º Centenário”.

Engraçado como mesmo com a recente perda de memória, essa história ele não esquece nunca.

E aí eu perguntei, como se fosse a primeira vez que eu a estava ouvindo, como tinha sido estar lá.

“Ah, fomos campeões. Teve muita festa. O Pacaembu estava lotado. Ainda tinha a concha acústica”.

Sim, pai, eu sei.

Eu sempre soube.

Assistimos ao jogo juntos. A filha ainda dormia, a esposa tomava seu banho.

A certa altura do primeiro tempo o pessimismo de sempre: “Ah, o Corinthians vai perder esse jogo”.

Como assim pai???

“Ah, vai no máximo empatar”.

Ufa, que bom. Já é alguma coisa.

Ele lá, quietinho num canto do sofá, e eu nervoso no outro. Esfregando as mãos, levantando a cada lance perigoso.

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Um brinde ao gol!

Até que, gol!

Gol do Timão!

Eu não podia gritar, a filha ainda dormia. Mas levantei e bati no peito, como quase sempre faço.

Estávamos na frente no primeiro Derby na casa nova dos caras. Era lindo isso.

Porém, antes de me recompor, fui lá e abracei o velho. Gol pai, gol do Timão!

Ele que me ensinou a falar isso.

Catzo, meu pai que me influenciou a ser Corinthiano estava de novo lá comigo, “comemorando” um gol do Timão pra cima do nosso maior rival.

O segundo tempo veio e o meu nervosismo continuava lá.

E a cada lance perdido eu via que a minha reação era idêntica a dele: bater a mão na perna e soltar um belo “Aaaahh…”.

Quando o Cássio foi expulso vi a primeira reação mais efusiva dele: “Puta que pariu”…

Pronto, agora eu estava liberado a falar também os meus palavrões.

E eles foram falados aos montes quando o atacante Mendoza perdeu o gol cara a cara com o Fernando Prass, no lance que poderia acabar com o jogo.

Verdade seja dita, não foi o Mendoza que perdeu o gol. O Fernando Prass que fez uma puta defesa.

Como fez o goleiro reserva do Timão, no momento que mais palavrões vociferaram pela minha boca, quando o lateral Palmeirense teve tudo pra fazer o gol, e o Valter impediu com o pé.

Até que, fim de jogo.

E antes de ir postar algumas provocações para os meus amigos no Face, fui lá e dei um abraço no meu velho.

Foi um abraço de comemoração.

Mas também foi um abraço de gratidão.

Gratidão por ter me influenciado tão bem na escolha do time.

E nesse 9 de fevereiro, um dos presentes que eu mais queria ganhar de novo eu ganhei.

Comemorar a vitória do meu Timão frente ao nosso maior rival, com meu pai do meu lado!

Ps.: Apenas como dado estatístico, essa é a 5ª vez que Corinthians e Palmeiras se enfrentam próximo (ou no dia) do meu aniversário.

Isso, é claro, desde que eu me conheço por gente.

Até ontem tinham sido duas vitórias do Palmeiras (2×1 em 07/02/98 e 3×1 em 09/02/2000, ambos pelo Rio-São Paulo) e duas do Timão (2×1 em 11/02/2001 e 1×0 em 06/02/2011, ambos pelo Paulista).

A vitória de ontem me deixou mais feliz no meu aniversário, além de por o Timão na frente da minha estatística particular.

Clássico paulista do final de semana segue padrão já adotado em Minas Gerais e terá apenas uma torcida.
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Morumbi lotado para um Corinthians e Palmeiras na década de 90. Nunca mais veremos um clássico assim?

Se tem algo que chama a atenção quando analisamos a questão da segurança pública em nosso país, esse algo é o fato de que, sempre que possível, os responsáveis pela segurança fazem de tudo para resolver a falta dela, menos atacar o que de fato é o problema.

Um exemplo disso é a absurda lei que proíbe a utilização de celular dentro de agências bancárias, com o intuito de evitar-se os crimes comumente chamados de “saidinha e banco”.

Ora, é muito mais fácil proibir o cidadão de bem de usar o seu celular para fazer ou receber chamadas, mandar ou ler mensagens, do que protegê-lo na saída da agência bancária.

Como também é muito mais fácil controlar as barbáries que ocorrem nos entornos de estádios de futebol com apenas uma torcida, do quê com duas.

Baseado nessa “facilidade”, a promotoria pública de São Paulo sugeriu, e a Federação Paulista acatou, que o clássico do próximo domingo entre Palmeiras e Corinthians, no Allianz Parque, seja realizado apenas com a torcida do time da casa.

Ridículo.

E uma pena.

Ridículo porque é o tipo de decisão mais fácil, que demonstra toda a incompetência que ainda se tem no país em organizar, e dar segurança, um simples jogo de futebol.

Ridículo, também, porque sabemos da atuação de cada um dos envolvidos: dos clubes que não se empenham em se afastar das torcidas organizadas; da Federação que se isenta como se esse não fosse um problema dela; e da Polícia Militar, que no meio disso tudo prefere (quem não preferiria) correr menos riscos no entorno do estádio.

Atestamos a nossa própria incompetência.

E uma pena porque a beleza de um clássico está sim na atuação das torcidas envolvidas.

Quem viveu a época em que a foto desse post foi tirada, sabe muito bem o que eu estou falando.

Respirar um ar de Morumbi lotado, ouvir os cantos das duas torcidas, sentir a vibração que saía da arquibancada em direção ao campo são coisas que só quem viveu pra saber o que é.

A cada lance, a cada jogada, as torcidas inflamavam.

Se o seu time mandava uma bola na trave era a sua vez de gritar mais alto. Se o adversário fizesse uma boa jogada, os gritos vinham do outro lado do estádio.

Hoje, com os modernos estádios e com cada clube tendo a sua própria casa, o que acaba fazendo com que os visitantes sejam sempre a minoria, essa graça morreu.

Porque a minoria que vai é sempre da torcida organizada, que vai com o intuito de quebrar, brigar e depredar.

E a graça vai morrer ainda mais no próximo domingo.

E nós, torcedores considerado “normais” ficaremos de luto por sua morte.

Crise de abstinência do Futebol em Terras Brasilis, a conferência dos palpites do início do Brasileirão e o Ranking do Futebol Brasileiro.

Com o término do Brasileirão 2014 na tarde de ontem, e sem nenhum brasileiro na disputa da Copa do Mundo de Clubes da FIFA, que começa na próxima quarta-feira, iniciaremos um longo período de jejum até o retorno dos jogos por aqui, em meados de janeiro, por alguns estaduais, ou início de fevereiro para a grande maioria deles.

A não ser que você torça para algum dos 8 clubes envolvidos na disputa da primeira fase do Campeonato Pernambucano, que iniciou exatamente nesse final de semana, você passará por uma grave crise de abstinência do nosso futebol.

O que é bom, por um lado, já que salva alguns casamentos e nos permite dar atenção a outras coisas interessantes na vida, como o futebol europeu ou rever os jogos históricos que marcaram nossos clubes de coração.

Porque futebol brasileiro, ao vivo, mesmo, nós não teremos.

O Brasileirão 2014 acabou e vou aproveitar para fazer um pequeno balanço do que postei logo após a primeira rodada, quando dei meus palpites (leia aqui) sobre como terminaria o campeonato separando os times por faixas.

E, olha, meu nível de acerto até que não foi dos piores não, viu.

No post de 21 de abril, eu classifiquei três times que acreditei que seriam Favoritos ao Título: Cruzeiro, Internacional e São Paulo.

Ainda justifiquei essas escolhas vendo como diferenciais de cada um, pelo lado do Cruzeiro o time, pelo Colorado o elenco e pelo São Paulo o treinador.

Bem, jogando a modéstia na lata do lixo, posso dizer que fui perfeito nessa previsão.

O Cruzeiro foi o campeão, ou melhor, bicampeão que mais pontos conquistou desde 2006, quando o Brasileirão começou a ser disputado no exato formato que é hoje.

Ponto pra mim.

O vice-campeão foi o São Paulo, que além do belo trabalho do técnico Muricy Ramalho, contou também com a montagem de um bom elenco durante a competição.

E o terceiro colocado foi o Internacional, que mesmo com altos e baixos provou que tem um elenco bom o suficiente para que eu o considerasse como favorito no início do campeonato.

100% de acerto.

O segundo grupo que eu “criei” seria o daqueles times que disputariam um Vaga na Liberta. Coloquei nesse grupo Fluminense, Palmeiras, Grêmio, Atlético Mineiro e Atlético Paranaense.

Três acertos e dois erros. Fluminense, Grêmio e Atlético Mineiro (até o primeiro jogo da final da Copa do Brasil) disputaram uma vaga na Libertadores até o final do campeonato, alternando-se entre G4 e a 7ª colocação constantemente.

Errei, de longe, a situação Alviverde e a do Furacão, embora este último tenha terminado o Brasileirão na 8ª colocação.

60% de acerto!

O terceiro grupo era daqueles clubes que eu acreditava que ficariam no Meio da Tabela. Apostei em: Corinthians, Santos, Flamengo, Coritiba, Sport e Goiás.

Aí foram quatro acertos e dois erros.

Santos, Flamengo (apesar de ter frequentado a ZR lá no começo do Brasileirão), Sport e Goiás realmente ficaram no meio da tabela a maior parte do campeonato e acertei em cheio a situação desses clubes.

Errei feio ao palpitar sobre meu Corinthians. Não que o trabalho feito nesse ano, ou que o time seja lá grandes coisas, que não é. Mas o Timão surpreendeu a muitos e chegou na 4ª colocação, beliscando uma vaga na pré-Libertadores, o que esse blogueiro aqui ficou bem feliz.

E errei também com relação ao Coxa, que durante a maior parte do campeonato lutou sim contra o rebaixamento. A 14ª colocação foi conquistada nas rodadas finais, o que não me permite considerar que eu tenha acertado minha previsão.

66% de acerto.

Por fim, o último grupo seria daqueles em que Sobreviver era a Meta, onde coloquei também seis equipes: Chapecoense, Bahia, Vitória, Criciúma, Figueirense e Botafogo.

E, com exceção ao Figueirense, os demais cinco clubes eu acertei em cheio sobre minhas previsões.

O time de Floripa foi o único que teve uma vida mais tranquila, terminou o Brasileirão em 13º, mas não teve em nenhum momento seu nome relacionado à zona de rebaixamento.

Os demais cinco clubes viveram desse fantasma durante todo o campeonato.

E quatro deles, obviamente, caíram.

Pior para a Bahia, pior para o Nordeste, que em 2015 terá apenas um representante na Série A.

Pior também para o Rio de Janeiro, que continuará com apenas 3 clubes na divisão principal do país, sendo agora o terceiro estado em número de participantes para 2015.

83% de acerto.

No total, minhas previsões foram acertadas para 15 as 20 equipes que disputaram o Brasileirão 2014.

Nada mal, não é mesmo?

Ranking:

Com o final do Brasileirão e a definição final das colocações, veja abaixo quem pontuou e quantos pontos cada clube garantiu para o fechamento do Ranking 2014:

brasileirão2014Como é quase uma praxe no Brasileirão, só em quatro oportunidades isso não ocorreu, a lista com os dez primeiros colocados não foi dominada apenas pelos clubes considerados grandes em nosso país.

O “intruso” dessa vez é o Atlético Paranaense, que se manteve na oitava colocação e somou 400 pontos.

Durante essa semana iremos atualizar as páginas de cada um dos dez clubes com a sua colocação no Brasileirão de 2014.

Bem como iremos atualizar e publicar, também, o Ranking desse ano e soltando a edição Final de 2014.

Aguardem!

Conheça os times que mais pontuaram, com maior número de vitórias e gols pró. Veja também aqueles que menos participaram da Série A, os que mais perderam e quem é o verdadeiro Rei dos pontos corridos!

Faltando apenas uma rodada para o término do Brasileirão 2014, o 12º desde que foi instituído o sistema de pontos corridos, e com uma semana morta até a data dos jogos finais, no próximo domingo, o blogueiro aqui resolveu fazer um levantamento que sempre o deixou curioso: quais times, afinal, dominam o Brasileirão nesse período.

Em número de títulos é fácil responder a esta questão: São Paulo e Cruzeiro possuem, cada um, três conquistas desde 2003 pra cá.

Fluminense e Corinthians, com duas conquistas cada, ficam na segunda colocação desse quesito e Flamengo e Santos, com um título pra cada, fecham a lista de campeões brasileiros na era dos pontos corridos.

Até aí nenhuma novidade.

Mas qual time que possui o maior número de pontos conquistados?

Quais participaram de todas as 12 edições do campeonato?

Quais tem o melhor aproveitamento de pontos?

Quais seriam os 20 clubes que formariam a “Série A de todos os tempos”?

Quais são os times com pior desempenho?

Aí, como é de praxe, resolvi colocar tudo em uma planilha e tirar essas e outras dúvidas.

O resultado, que você vê a seguir, até que não é tão surpreendente.

Todos os clubes que participaram, no mínimo, de três edições do Brasileirão por pontos corridos.

Todos os clubes que participaram, no mínimo, de três edições do Brasileirão por pontos corridos.

Apenas 6 clubes disputaram todas as edições do torneio: São Paulo, Cruzeiro, Internacional, Santos, Fluminense e Flamengo.

Na era dos pontos corridos esses são os “incaíveis” do nosso futebol.

Cada um deles disputou, até hoje, 475 partidas em 12 edições do Brasileirão.

O rei dos pontos corridos, como podemos ver, é o São Paulo, que fez 813 pontos em 12 participações (média de 68 pontos por edição). E tem gente que ainda questiona o Blog sobre o São Paulo estar na liderança do nosso Ranking desde 2009, quando ele foi consolidado.

Logo atrás do Tricolor, vem o outro clube com mais títulos nessa fase, o Cruzeiro, que tem 38 pontos a menos que o time do Morumbi.

A curiosidade fica por conta do Internacional, que não ganhou nenhum título na era dos pontos corridos, mas tem o terceiro melhor desempenho. Prêmio à regularidade Colorada, que tem três vice-campeonatos (2005, 06 e 09) e está atualmente na terceira colocação do Brasileirão 2014.

São Paulo, Cruzeiro e Internacional são os que mais venceram, em números absolutos, com 231, 227 e 208 vitórias respectivamente. Proporcionalmente, Tricolor e Raposa teriam 19 vitórias por campeonato (em média), e o Corinthians se juntaria ao Colorado com 17 vitórias (em média) como os 4 que mais venceram de 2003 pra cá.

O rei dos empates, em número absoluto, é o Flamengo, com 146 igualdades, embora na média quem ganhe nesse quesito seja a Portuguesa e o América Mineiro, com 13 empates (a Lusa participou de 3 edições e o Coelho de apenas 1). O Fla, na média, tem 12 empates por edição.

O melhor ataque é do Cruzeiro, com 776 gols marcados, e a melhor defesa é a do Corinthians (analisando apenas times com mais de 10 participações) com 494 gols sofridos.

O time que menos perdeu, entre os que participaram das doze edições, é o São Paulo, com apenas 124 placares adversos.

Com 11 participações temos: Corinthians, Grêmio, Atlético Paranaense, Atlético Mineiro e Botafogo.

Aí, o número de jogos difere por conta da edição que cada um participou. Como até 2005 o número de clubes na Série A foi caindo gradativamente, até chegar a 20 em 2006, o número de jogos disputado fica condicionado à edição que cada clube participou.

Interessante, nesse caso, é ver que o Corinthians tem mais pontos que o Flamengo (675 a 670), mesmo tendo disputado uma edição a menos que os Rubro-Negros.

Vinte melhores, por desempenho, das doze edições do Brasileirão.

Vinte melhores, por desempenho, das doze edições do Brasileirão.

O Timão, aliás, tem um aproveitamento de pontos melhor até do que o Santos, e ficaria em 4º lugar caso esse fosse o primeiro critério de classificação.

Se o percentual de aproveitamento de pontos determinar a classificação, como vemos abaixo, ainda teríamos o Grêmio e o Atlético Paranaense invadindo o pódio daqueles que participaram de todas as edições do Brasileirão, como Palmeiras e Goiás também o fazem passando a frente de Atlético Mineiro e Botafogo, ambos com uma participação a mais que os Alviverdes.

Analisando o percentual de desempenho, podemos ver, ainda, a presença do São Caetano à frente de muitos clubes que participaram de mais edições, de 2003 pra cá, do que ele.

Fecham a lista dos que mais participações possuem na Série A o Goiás, o Vasco da Gama e o Palmeiras, com 10 participações cada.

Muito interessante, também, é ver que o Verdão do Cerrado tem mais pontos, absolutos e em média, do que os dois grandes que possuem o mesmo número de participações.

Os times com menos participações na Série A, de 2003 pra cá.

Os times com menos participações na Série A, de 2003 pra cá.

Do lado de baixo da tabela, com apenas 1 participação na Série A, temos: Santo André, Brasiliense, América Mineiro, Chapecoense, Ipatinga, Santa Cruz e América de Natal.

Cabe ao time potiguar a última colocação entre os times que menos participaram do Brasileirão, tendo feito apenas 17 pontos em 38 jogos, sofrido 80 gols e marcado apenas 24.

O time do Rio Grande do Norte venceu, na edição de 2007, apenas 4 jogos.

A última rodada do Brasileirão 2014 pode mudar uma ou outra situação vista nessa tabela condensada, mas certamente não vai tirar a coroa da cabeça do Tricolor do Morumbi, rei absoluto do Brasileirão na era dos pontos corridos.

Tem clube ameaçando entrar em jogo decisivo com time reserva. Até quando isso vai durar? Como acabar de vez com isso?

Às portas de mais um término de Campeonato Brasileiro vi hoje, nos principais portais da mídia esportiva, o mesmo blá-blá-blá que já vimos e lemos antes.

O de que fatores extra-campo podem influenciar na definição dos quatro times que seriam rebaixados para a Série B do ano que vem.

Dessa vez o fator extra é uma briga judicial envolvendo Atlético Paranaense, adversário do Palmeiras na próxima rodada, e Vitória, que luta contra o rebaixamento tal qual o Alviverde.

Teoricamente Furacão e Rubro-Negro seriam rivais e a queda do segundo interessaria ao primeiro.

Ridículo.

E triste.

Ridículo porque um clube de tradição, que já foi campeão brasileiro e vice da Libertadores, não poderia sequer permitir que uma situação qualquer insinuasse algo nesse sentido.

E o clube paranaense assim o faz ao admitir que irá escalar um time reserva para o confronto do próximo domingo.

E triste porque invariavelmente vemos essa situação se repetindo ano após ano, campeonato após campeonato.

Pior é que não vemos, em quase nenhum momento, os dirigentes da CBF preocupados em impossibilitar essa situação.

Na verdade, a únicas vez que a CBF demonstrou alguma preocupação com esse tema foi nas edições de 2011 e 2012 do Brasileirão, e ainda o fez de forma “meia boca”, trazendo para a última rodada todos os clássicos regionais que fossem possíveis de ser realizados.

Meia boca, sim, porque essa medida em nada resolveria a situação vivida nesse ano caso os confrontos decisivos ocorressem na penúltima rodada, por exemplo.

Apenas como exemplo, lembro que no Brasileirão 2014 o Criciúma foi rebaixado na 36ª rodada e o Botafogo na 37ª.

Situações que os clássicos na última rodada em nada serviriam.

Mas, se é difícil fazer com que todos ajam eticamente, se é inviável estabelecer uma regra que obrigue os clubes a escalarem seus times titulares em todas as partidas e se os clássicos regionais não resolvem, apesar de amenizarem, em nada o problema, qual seria a melhor solução?

Deixar como está certamente não é.

E na opinião desse blogueiro, apenas uma solução radical poria fim nessa palhaçada de final de campeonato de quase todo ano.

Essa solução é estabelecer a média de pontos nos três últimos campeonatos para definir os rebaixados para a divisão inferior.

Simples e complicado assim.

Algo parecido com o que ocorre no campeonato argentino.

Dessa forma, mesmo que pouco influencie, todo jogo será válido. Os três pontos conquistados na próxima rodada serão válidos até 2016, quando quase todo mundo tiver esquecido de 2014.

E quem estiver no comando dos clubes jamais poderá abrir mão de disputar todos os 114 pontos que estão em jogo nas 38 rodadas de cada edição do Brasileirão.

Tal regra poderia beneficiar os grandes clubes em anos que tivessem um má temporada?

Talvez.

Dificultaria, mas não impediria que os tais clubes grandes caiam.

Haja visto o caso do River Plate, que foi rebaixado em 2011 exatamente depois de ter feito um bom Torneio Apertura, o que não salvou os Milionários de seu primeiro rebaixamento.

E olha que lá eles ainda tiveram a possibilidade de disputar uma repescagem contra o terceiro colocado da segunda divisão.

E isso, nem de longe, eu proponho aqui.

Essa mesma regra pode dificultar que um time recém promovido se mantenha na Série A?

Acredito que não. Principalmente se essa regra prever que na soma desses clubes, que disputaram a Série B no ano anterior, 75% da sua pontuação na Série B seja considerada na média da Série A.

Ou 70%, tanto faz.

Dessa forma, e diferente do que acontece no Campeonato Argentino (que aqueles recém chegados à primeira divisão não contam com essa média para serem rebaixados), acredito que isso amenizaria a vida dos recém chegados.

Além do quê, poderia se fazer um teste e caso não fosse caracterizado o sucesso da fórmula voltaria ao sistema simples que temos hoje.

Mas acredito piamente que, se colocássemos uma regra dessa para definir aqueles que cairiam para a nossa Série B, dificilmente iríamos ouvir de novo esse bla-bla-blá.

Com quase tudo definido na parte de cima da tabela, Série A do Brasileirão terá apenas uma decisão na última rodada.

Pronto.

Tudo o que realmente mais importava na parte de cima da tabela já está definido.

Cruzeiro campeão, São Paulo vice, Internacional e Corinthians completando o G4 e definindo, de vez, quais times serão os representantes brasileiros na Libertadores de 2015.

Lá no topo apenas um detalhe falta para ser definido, muito irrisório, que é qual time ocupará a terceira colocação do campeonato e qual, na quarta, que irá disputar a pré-Libertadores.

O que, na prática, realmente pouco importa.

O bicampeão Cruzeiro apenas empatou, no jogo da ressaca total, com o Chapecoense. Esse resultado permitiu ao time de Santa Catarina se manter na Série A para 2015.

Empate com um catarinense também foi o resultado do Tricolor do Morumbi, que assim abriu 4 pontos para Inter e Corinthians e se garantiu como vice-campeão brasileiro.

O São Paulo é o clube que mais vezes ficou entre a primeira e a segunda colocação na história do Brasileirão, com 12 aparições nessas colocações (6 títulos e 6 vices).

Com o vice o Tricolor garante, também, 1.100 pontos em nosso Ranking.

O Corinthians, único que poderia tirar o vice do Tricolor, foi humilhantemente goleado por um Fluminense que já não aspirava mais nada, no Maracanã, por 5×2.

Mesmo assim o Timão se garantiu na Libertadores de 2015, de maneira impressionante, porque o Grêmio, que poderia tirar essa vaga dos Corinthianos, perdeu para o Bahia na Fonte Nova por 1 a 0.

A vitória deixa o Tricolor da Boa Terra com esperanças de se manter na primeira divisão para 2015.

E é exatamente essa a única definição importante que falta para a Série A.

Com a derrota para o Santos, por 2×0, o Botafogo junta-se ao Criciúma e está matematicamente rebaixado para a Série B.

É a segunda vez que o time da Estrela Solitária vai disputar a Série B, consequência da péssima gestão do clube carioca, prevista por esse blogueiro no início do campeonato.

Com os dois clubes rebaixados matematicamente, três equipes lutam pela última vaga na Série A de 2015: Palmeiras, Vitória e Bahia.

O time Alviverde perdeu para o Internacional por 3×1, no Beira Rio, e é o único que depende do seu resultado para se manter na primeira divisão do nacional.

O Palmeiras irá receber o Atlético Paranaense, no Allianz Parque, e precisa da vitória para não ter que depender dos resultados de ninguém.

Atrás do Verdão, que tem 39 pontos, está o Vitória, com 38.

O Rubro-Negro baiano foi goleado pelo Flamengo, e agora recebe o Santos, no Barradão, precisando vencer e torcendo para o Palmeiras não vencer o Furacão.

Ao Bahia, que venceu o Grêmio e manteve sua esperança, a torcida terá que ser maior ainda. O time do técnico Charles Fabian tem que vencer o Coritiba, em Curitiba e torcer para nem Palmeiras, nem Vitória, vencerem seus jogos.

Os três irão pegar times que já não têm mais aspirações no campeonato, mas por fazerem uma campanha tão irregular durante todo campeonato, nada se pode afirmar sobre quem tem mais ou menos chances de permanecer na Série A.

Série B:

Acabou.

E o Joinville foi o campeão da Série B de 2014.

O time perdeu para o Oeste, em Itápolis, mas foi beneficiado com o empate em Ponte Preta e Náutico, por 1×1, e comemorou seu segundo título nacional, o primeiro na Série B.

O JEC já havia conquistado, em 2011, a Série C do Brasileirão.

Também é de Santa Catarina a outra torcida feliz da Série B.

O Avaí garantiu, na última rodada, a sua vaga na Série A do ano que vem, após vencer o Vasco, por 1×0, no Estádio da Ressacada.

Em 2015 o futebol catarinense terá 4 representantes na Série A do Brasileirão, mais do quê três dos quatro grandes centros do nosso futebol (Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro).

Para a Série C de 2015 caíram América-RN, Icasa, Vila Nova e Portuguesa.

Campeões nacionais:

Com o fim da Série B, fechamos também a lista dos campeões do Futebol em Terras Brasilis.

Desde 2001, quando não tivemos mais viradas de mesas e os acessos e descensos passaram a ser respeitados no nosso país, esses foram os campeões das quatro divisões do Campeonato Brasileiro:

campeõesEssa é apenas a terceira vez que nenhum time de São Paulo conquista alguma das divisões. Apesar disso, o estado de São Paulo continua dominando o cenário, com 7 títulos na Série A, 4 na Série B e 5 conquistas na Série C, totalizando 16 conquistas.

Minas Gerais, com 7 títulos, e Rio de Janeiro, com 5, formam o pódio.

O interessante é ver que o Rio Grande do Sul só tem 1 título, da Série B, conquistado pelo Grêmio.

Ontem a Seleção completou seu sexto amistoso após a Copa do Mundo. O sexto sob comando do novo-velho Dunga. A sexta vitória consecutiva.

Se tivesse tido esse desempenho na Copa, a Seleção teria chegado à final.

Embora saibamos que, dos seis adversários enfrentados pela Seleção, apenas um realmente tem peso e tradição no futebol, e chegou ao vice-campeonato no último mundial.

Impressionante é ver como a CBF continua destratando do seu escrete: nenhum, absolutamente nenhum jogo da Seleção no pós-Copa foi em alguma das modernas arenas construídas no país para o evento.

Ontem também tivemos uma rodada completa da Série B.

O Joinville continua na liderança, mesmo tendo perdido seu jogo contra o Boa em Minas, pois a Ponte Preta não conseguiu sair do empate com o América-RN em Campinas.

O Vasco da Gama praticamente assegurou seu retorno à Série A depois de vencer o Vila Nova por 3×1, não sem emoção (é bom que se diga) depois de sair perdendo e só empatar próximo ao fim do primeiro tempo.

Faltando duas rodadas para o fim, seis times ainda sonham com a quarta vaga: Boa Esporte (4º lugar), Atlético Goianiense (5º), Avaí (6º), todos com 56 pontos, América-MG (7º com 55 pts), Ceará (8º com 54 pts) e Sampaio Corrêa (9º com 53 pontos).

Hoje, pela Sul-Americana, o São Paulo vai à Colômbia para enfrentar o Atlético Nacional na primeira partida válida pela semifinal do torneio.

O Tricolor espera trazer o um bom resultado para a decisão da próxima semana, no Morumbi. Entende-se por bom resultado um empate ou até uma derrota, desde que com o Tricolor marcando gol(s) na casa do adversário.

Na outra chave da semifinal estão os arquirrivais argentinos Boca e River, o que dá uma motivação maior para o Tricolor tentar chegar à decisão e disputar mais esse título continental.

Ainda hoje, porque nosso calendário é realmente uma vergonha, teremos sete jogos pela 35ª rodada do Brasileirão 2014. Quase todos decisivos.

Às 19hs30min, a primeira grande decisão na parte de baixo da tabela ocorrerá em São Januário, entre Botafogo e Figueirense.

O Alvinegro carioca desesperado tenta ainda a quase impossível missão de fugir do rebaixamento, enquanto que o catarinense está a 4 pontos de se garantir matematicamente na Série A de 2015.

Já na Arena da Baixada um jogo entre dois Nem-Nem. Atlético Paranaense e Santos nem lutam por uma vaga na Libertadores, nem contra o rebaixamento. Nem vou assistir.

Às 21 horas, no Barradão, outra decisão de quem luta contra o rebaixamento. Vitória e Coritiba se enfrentam sabendo que aquele que perder corre um bom risco de voltar à zona da degola ao final da rodada.

Também às 21 horas, no Heriberto Hülse, um jogo entre o último e o penúltimo colocados do campeonato. Criciúma e Bahia se enfrentam sabendo que a vida dos dois já está praticamente decidida e que só um milagre os salva do rebaixamento.

Às 21 horas, de Brasília, Goiás e Corinthians se enfrentam no Estádio do Mangueirão, em Belém do Pará, num jogo que vale muito mais para o Alvinegro do que para o Esmeraldino. Será um aquecimento para a grande final da Série C, que ocorrerá nesse mesmo estádio no próximo sábado.

Já às 22 horas o grande momento da vida Palmeirense. O Palmeiras inaugurará o mais belo estádio do estado de São Paulo, e um dos mais belos do Brasil, o Allianz Parque, depois de 4 anos jogando lá e cá, sem ter um endereço fixo.

E olha, isso é uma opinião de um Corinthiano roxo: o estádio do Palmeiras ficou bonito pra caralho!

O jogo será contra o Sport e, apesar de toda a festa, é muito bom que o time do Palmeiras tome muito cuidado para que a inauguração não seja tão frustrante quanto a da Arena Corinthians.

O que piora a situação Palmeirense é que uma derrota hoje (seria a terceira seguida) colocaria o time perigosamente perto da zona de rebaixamento. O que estádio nenhum gostaria de ver em sua inauguração.

Também às 22 horas, fechando os jogos de hoje, um clássico nacional. O Atlético Mineiro recebe o Flamengo, no Horto, e precisa da vitória para entrar novamente no G4.

Ao time da maior torcida do país não há nenhuma pretensão a não ser de atrapalhar o caminho do rival que o tirou da final da Copa do Brasil.

 

Luciano comemora o seu gol, que deu a segunda vitória ao Corinthians contra o líder Cruzeiro.

Luciano comemora o seu gol, que deu a segunda vitória ao Corinthians contra o líder Cruzeiro.

Apenas duas equipes no Campeonato Brasileiro de 2014 não perderam nenhum ponto para o líder, e virtual campeão do certame, Cruzeiro.

Foram equipes que venceram o líder no primeiro turno jogando em suas casas e venceram novamente, no segundo turno, jogando em pleno Mineirão.

Primeiro foi o Atlético Mineiro, grande rival do líder Cruzeiro, que venceu o primeiro confronto no Estádio Independência, por 2×1, e no jogo de volta perdeu, novamente, por 3×2 na casa do rival.

Ontem foi a vez de outro Alvinegro, dessa vez paulistano, vencer a segunda partida contra o líder.

E, confesso aos poucos leitores que me acompanham que, como torcedor desse Alvinegro que sou, não esperava nunca essa vitória.

Mesmo apesar dos desfalques do Cruzeiro, temos também que considerar que o Corinthians foi também desfalcado para o Mineirão de três importantes jogadores, e mesmo assim conseguiu bater a Raposa em sua casa por, de novo, 1 a 0.

Como não vi o jogo, pois estava chegando de uma viagem longa, não posso afirmar se a vitória Corinthiana foi, ou não, merecida. O que posso é analisar o resultado em si, que é muito bom para o Alvinegro (terceira vitória consecutiva) e não deve atrapalhar tanto o Cruzeiro.

Detalhe ao impressionante aproveitamento do Corinthians, como já postado aqui, quando enfrenta os times que estão disputando com ele a vaga na Libertadores. Com a vitória de ontem, o Timão chega aos 18 pontos em 9 jogos contra os times que estão entre as 7 primeiras colocações, com um aproveitamento de 66,67%.

E o Cruzeiro, que tem 99,99% do título na mão, não será campeão desse Brasileirão contra os dois Alvinegros que não cederam para o time Celeste nenhum pontinho sequer.

Demais resultados:

Os paulistas que entraram em campo nessa noite de quarta-feira se deram muito bem.

Além do Corinthians, já citado acima, Palmeiras e São Paulo venceram também por 1×0, Botafogo e Atlético Paranaense, consecutivamente.

Agora o Tricolor Paulista está a 7 pontos do líder e assume, temporariamente, a segunda colocação do campeonato.

Já o Alviverde parece dar uma arrancada para fugir da zona de rebaixamento, tendo sua segunda vitória consecutiva, e ocupando a provisória 13ª colocação.

Aqui cabe uma ressalva à situação do Botafogo.

O clube da Estrela Solitária ocupa hoje a lanterna do campeonato e está caminhando firmemente para ocupar o lugar do Vasco na Série B de 2015. O que não é surpresa, visto que lá no começo do campeonato esse blogueiro aqui colocou o Alvinegro carioca como um dos possíveis rebaixados ao final do Brasileirão.

Triste para uma das maiores forças do futebol brasileiro.

O Grêmio se mantém na luta pela vaga na Liberta de 2015 tendo vencido, em casa, o Sport por 2×0 e o Flamengo também conseguiu uma boa vitória, em Floripa, por 2×1 contra o Figueirense, mantendo-se afastado da zona de rebaixamento que tanto assustou o torcedor Flamenguista no começo do ano.

Completaram a rodada de ontem a vitória do Coritiba por 1×0 sobre o Criciúma e o empate entre Vitória e Goiás, por 2×2.

Jogos de hoje:

Três jogos completam hoje a 27ª rodada do Brasileirão.

Às 19hs30min um clássico nacional que influenciará diretamente na disputa pelo G4 no Maracanã, com Fluminense recebendo o Atlético Mineiro.

Também às 19hs30min, na Vila Belmiro, o Santos recebe o Bahia no jogo com menos apelo midiático dessa noite.

E, fechando a rodada, o Chapecoense recebe o Internacional às 20hs30min, em um jogo onde o dono da casa precisa vencer para sair da zona de rebaixamento (está na 17ª colocação) contra o visitante que busca a vitória para se manter na segunda colocação e voltar a encostar no líder do campeonato.