Pontos corridos ou mata-mata? – Parte 2

Posted: 16/09/2011 in Uncategorized

Qual fórmula mais funcionaria para o futebol brasileiro? Como abordado no post “Pontos corridos ou mata-mata? – Parte 1”, vimos os prós e contras de dois sistemas bem conhecidos pelo torcedor brasileiro: o sistema de pontos corridos e aquela fórmula de uma primeira fase com todos jogando contra todos e os oito primeiros se classificando para um sistema mata-mata, uma fase final.

Qualquer uma dessas formas, com algumas exceções, inclui apenas 20 times na primeira divisão (ou algum número aproximado a isso) que fica, geralmente, dominada pelos 12 times do primeiro escalão do futebol nacional (Grêmio, Internacional, São Paulo, Corinthians, Palmeiras, Santos, Flamengo, Fluminense, Vasco da Gama, Botafogo, Cruzeiro e Atlético-MG).

É certo que até hoje esses times foram os que mais fizeram por merecerem, seja administrativamente ou esportivamente, essa dominação do Campeonato Brasileiro. Das 44 edições do campeonato até hoje apenas em 4 oportunidades tivemos um campeão que não fosse um dos doze times citados acima. Mas aí entra a pergunta: Tostines vende mais por quê é fresquinho, ou é fresquinho por quê vende mais? Ou seja, esses times são os maiores por quê dominam o campeonato brasileiro, ou dominam o campeonato brasileiro por que são os maiores?

De qualquer forma, e sem entrar em outros méritos do assunto como situação economico/financeira, política, marketing, propaganda e muitas outras que devem sim serem analisadas ao se propor uma mudança dessas, vou descrever como seria o Campeonato Brasileiro mais justo e democrático, com maior retorno financeiro pros clubes, que eu imagino.

Eu organizaria um campeonato que atendesse a todas as regiões do país e que, tanto um Paysandú, quanto um São Paulo, tivessem as mesmas chances de serem campeões. Um campeonato dividido em duas partes: a primeira, e mais longa, regional, com os times disputando em suas regiões demográficas; a segunda, e mais curta, uma fase que definisse o campeão nacional utilizando apenas os melhores colocados regionalmente.

O campeonato seria dividido, então, em cinco campeonatos regionais: Sul; Sudeste; Centro-oeste; Nordeste; e Norte. Cada uma das regiões teriam 16 clubes na sua primeira divisão, totalizando 80 clubes disputando o nacional.

O sistema de disputa dessa primeira fase ficaria a critério de cada organização regional, que poderíamos chamar de liga, porém com um número limite de datas e todas começando e terminando no mesmo dia. Cada liga teria o seu campeão, seu vice-campeão e seus times rebaixados para a segunda divisão (o número ficaria a critério de cada liga).

A fase final, e nacional do campeonato, seria disputada pelos 16 melhores clubes dessa primeira fase. Os cinco campeões, vices, terceiros e uma última vaga para o campeão nacional do ano anterior (ou o melhor 4o. colocado entre as cinco ligas).

Aí viria a parte mais interessante e importante do campeonato, com esses dezesseis clubes, no mínimo três de cada região do país, disputando em sistema mata-mata, em três jogos e sem vantagem de empate pra ninguém, até a grande final, disputada em jogo único e em estádio pré-estabelecido.

Não sei, pode ser uma viagem da minha parte, mas acredito que uma fórmula dessa, sendo jogada com o mesmo regulamento por vários anos seguidos, poderia sim fortalecer times do Norte, Nordeste e Centro-oeste, regiões que têm torcidas fanáticas por futebol, clubes de massa, e carência de representatividade no esporte nacional.

Com essa fórmula eu excluiria a Copa do Brasil do calendário e relegava aos campeonatos estaduais a função de segunda divisão das ligas regionais.

Novamente, digo que para se implantar um sistema desse, óbviamente teriam que ser analisadas muitas outras situações, políticas, de mercado, de interesses. Sei disso, e sei que é um tanto utópico achar que isso um dia seria feito. Mas é só uma sugestão, para debate.

As grandes mudanças da sociedade ocorrem através de pequenos debates.

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