Porque somos diferentes?

Posted: 24/05/2012 in Uncategorized

Por Daniel Oliveira.

No final de 2011, logo após a conquista do 5º título Brasileiro, o Corinthians retirou as estrelas do escudo do uniforme. Apoiado pela máxima “Não vivemos de títulos. Vivemos de Corinthians”, o clube sintetizou o que há de mais verdadeiro e passional na sua relação com os torcedores. E não havia hora melhor, pois o clube acabara de ganhar um título, o que descaracteriza da campanha uma eventual justificativa para algum fracasso esportivo.
 
Ontem, num jogo inesquecível, o Corinthians mostrou mais uma vez porque essa afirmação não é nada mais, senão a completa tradução do que é ser Corinthiano.
Jogo tenso, como uma Libertadores pede. Milagre operado pelo goleiro. Bola na trave de ambos. E quem disse que o Corinthians sabe jogar com a vatagem? Nunca soube. Precisando vencer então?! Pior. Mas venceu. E convenceu não só a crítica, a imprensa, os adversários, mas mais de 30 milhões de loucos espalhados pelo mundo.
 
E venceu com a cara do Corinthians. Venceu como nunca antes algum clube venceu um jogo de Libertadores. Explico:
 
Tite expulso por reclamação. Nada mais Corinthiano. Se indignar e ir à loucura com uma falta não assinalada. Eu mesmo, na frente da TV, tive a mesma reação. Talvez fosse expulso da mesma forma se fosse técnico. E ao invés de ir para as tribunas, prática comum nessas situações, ele resolveu ir para onde melhor se expressa a alma Corinthiana. Foi para a arquibancada.
E passou a comandar o time de lá. Outra vez, nada mais marcante para um torcedor Corinthiano do que dar instruções e orientações ao time, do alambrado. Tite foi torcedor. Tite foi técnico. Tite foi Corinthiano.
 
43 do segundo tempo: gol de Paulinho.
 
Paulinho, que este que vos escreve já o definiu como o jogador mais mediano do mundo, pois não se destacava em nenhuma característica. Sabia chutar, passar, correr, marcar e apoiar quando preciso, tudo de forma mediana. E existe coisa mais Corinthiana do que jogador assim? Que compensa limitações técnicas com raça, vontade e dedicação? E não contente, foi comemorar ali.. no alambrado. Com a torcida. Recebeu o abraço de um louco, no meio de um bando, como outros 32 mil ali presentes. Emocionante. Épico. Alvi-negro. Paulinho foi o jogador. Paulinho foi o nome do gol. Paulinho foi Corinthiano.
Vitórias são bem-vindas. Títulos são fundamentais. Mas nós vivemos de Corinthians. Vê-lo entrar em campo toda quarta e domingo, nos basta.
 
Na vitória e na derrota eu grito forte: Corinthiano eu serei até a morte.

Daniel Oliveira é publicitário, primo do blogueiro e diferente dos demais.

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