Independente do resultado

Posted: 16/12/2012 in Uncategorized

Aos que estão lendo este post, já aviso: não vou escrever aqui que sou e serei Corinthiano independente do resultado de amanhã.

Não. Isso não precisa ser escrito.

Mas o que quero escrever essa noite, há menos de doze horas para a decisão da Copa do Mundo de Clubes da FIFA, é que o resultado do jogo de amanhã, para a instituição Corinthians, é o que menos importa.

Para os torcedores Corinthianos não. O resultado importa, e muito! Afinal, seria imbecil da minha parte dizer que o resultado não teria importância depois de tudo o que a Fiel fez e está fazendo nessa participação do Timão no Mundial.

Mas, para a instituição Corinthians, ter chegado onde chegou já representa algo impensável há alguns anos.

Depois de sofrer por muitos anos com dirigentes que visavam apenas o seu interesse, ou com pessoas extremamente incapazes de assumirem os cargos que assumiam, o Timão chega ao seu período mais brilhante!

Lembro-me bem do ano de 1990, quando o Timão completou 80 anos de história, o então jornal A Gazeta Esportiva fez um encarte que por muito tempo eu guardei, contando a história do time do povo, onde sua maior conquista até aquela edição tinha sido o campeonato Paulista de 1977.

E apenas dois anos após isso um dos seus maiores rivais já estava vivendo tudo isso que o Timão está vivendo hoje.

Durante todo esse tempo pouca coisa mudou no Corinthians até o fatídico ano de 2007, quando o Timão amargou seu pior momento com o descenso para a Série B do Brasileirão.

Lógico que muitos títulos vieram, inclusive o da primeira edição da Copa do Mundo de Clubes da FIFA, em 2000, mas estes sempre tinham muito mais o fator campo do que o fator gestão como principal componente do título.

Sem contar as parcerias, que eu particularmente abomino, que injetavam dinheiro para comprar craques e nada se investia no clube.

Mas, pouco antes da queda do time no Brasileirão de 2007, uma outra queda foi fundamental para a recuperação Corinthiana: a do seu ex-ditador Dualib.

E, desde então, com uma gestão com pouco a se criticar por parte do Andrés Sanchez, o Corinthians traçou uma rota de recuperação que culminou no jogo de amanhã.

Poucos clubes se modernizaram tanto em tão pouco tempo quanto o Corinthians.

Sua gestão foi marcada pela seriedade impressionante no departamento de futebol. Desde que Sanchez assumiu o Timão, e depois com a eleição do seu pupilo Mário Gobbi, o Timão teve apenas 4 técnicos. E já se passaram mais de cinco anos.

Além disso o Corinthians finalmente construiu um CT digno para seu atletas (dizem que é o mais moderno do Brasil, não sei) e depois de milhares de promessas também iniciou a construção do seu estádio, que em uma manobra política sediará a abertura da próxima Copa do Mundo.

Isso sem contar que a atual gestão soube o que fazer e como fazer quando o assunto é marketing. Uma vez li no blog de um conselheiro do Timão, onde ele criticava a atual gestão (como se ele tivesse feito grandes coisas quando foi diretor de futebol) dizendo que essa gestão não havia inventado o marketing do Corinthians. Realmente não foram eles que inventaram, mas foram eles que souberam o que fazer com aquilo.

Primeiro com a camiseta “Eu nunca vou te abandonar” que, lançada logo após a queda para a Série B, foi um sucesso estrondoso de vendas. Depois com as diversas campanhas durante a disputa da Série B em 2008.

Mas o grande golpe foi a contratação do atacante Ronaldo no final daquele ano. Lembro que a contratação foi anunciada dois dias após o São Paulo conquistar o inédito (e único) tri-campeonato do Brasileirão, e a notícia abafou completamente a comemoração Tricolor.

Além disso, temos também que ressaltar que andar em qualquer shopping da cidade de São Paulo (ou até mesmo do estado) e não encontrar uma loja do Timão é quase que impossível. A venda de produtos licenciados tem sido um dos “carros-chefe” do marketing Corinthiano.

Com a chegada de Tite, no final de 2010, o Corinthians deu outro grande passo em direção ao jogo de amanhã. O técnico estabeleceu um padrão de jogo de acordo com o que a direção idealizava para o time e, mesmo com a vexatória eliminação na pré-Libertadores do ano seguinte, manter o técnico foi um ato de coragem e fundamental para chegar a esse jogo de amanhã.

E o Timão já vem colhendo os frutos dessa sua nova fase. O time passou a ser o líder no faturamento anual entre os clubes brasileiros, chegando a cifras nunca antes imaginadas, tem trabalhado, ainda que modestamente, na internacionalização de sua marca e sua torcida já é, de acordo com a nova pesquisa Datafolha, a maior do país (empatada com a do Flamengo).

Portanto, para a instituição, o jogo de amanhã é o resultado de tudo o que foi feito. Ganhar ou perder faz parte do esporte, e eu entendo que para formar um time campeão 50% da responsabilidade está na gestão (e o Corinthians vem fazendo sua parte) e os outros 50% estão dentro de campo (e aí, meu amigo, só Deus sabe o que pode acontecer).

O Corinthians está hoje entre os maiores do Brasil, da América do Sul e caminhando para ser um dos maiores do Mundo.

Com relação ao jogo, pouco tenho a dizer.

O Chelsea tem um time com muito mais talento individual, mas seu técnico ainda procura uma forma de jogo.

O Corinthians tem muito mais entrosamento e contará com o apoio de sua verdadeira torcida, pois para o Chelsea torcerão apenas os japoneses que acompanham o time de longe.

Será um jogo tenso, com muita marcação e, acredito eu, decidido nos detalhes.

Palpite?

Só de quê o campeão será conhecido nos pênaltis.

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