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Dentre as muitas críticas que a organização da Copa do Mundo de 2014, em terras brasilis, tem recebido, uma delas chama  a atenção não só pelo gasto de dinheiro público mas, principalmente, por não se saber o que fazer depois da Copa.

São os chamados elefantes brancos!

Estádios grandiosos em locais em que o futebol tem pouco, ou nenhum, apelo. Das 12 cidades-sede 4, ou para quem é bom em matemática 1/3, se encaixam nesse perfil.

Não que as demais terão seus estádios utilizados em sua plenitude, não é isso.

Mas Cuiabá, Brasília, Natal e Manaus vão possuir, após julho de 2014, verdadeiros monumentos à nossa incompetência administrativa e política. Estádios modernos, bonitos, confortáveis e gigantes, muito gigantes.

Se você pegar, por exemplo, a média de público dos times dessas cidades em seus campeonatos estaduais, na Copa do Brasil e nas quatro divisões do Campeonato Brasileiro (para aqueles que chegam a disputar essas duas últimas competições) verá que os estádios são realmente desproporcionais para o público que é atraído pelos times que irão utilizá-los.

Sei que, por outro lado, o Maracanã não vive cheio todo jogo. Tão menos o Mineirão, a Fonte Nova e possivelmente nem o Itaquerão viverá. O que também é para se pensar.

Mas esses quatro estádios viverão vazios. Completamente vazios.

E qual seria a solução branca, já que o elefante tem essa cor?

Bem, poderíamos pensar em demolir os estádios, como será feito no Catar, que tem uma média de público em seu campeonato nacional tão boa quanto a média de público do Campeonato Amazonense. 

Porém lá é lá e aqui isso iria repercutir muito mal para os nossos políticos, principalmente em ano de eleição presidencial. Ou alguém aí imagina a Dilma apertando o botão do detonador do estádio Mané Garrincha em plena campanha pela reeleição?

Impossível.

Fazer com que os times dessas cidades atraiam mais público também parece ser bem impossível. Não é só o estádio que atrai público, embora eu ache que, nos grandes centros, vai haver um aumento na média de público dos campeonatos por conta desses estádios novos. Mas nessas cidades isso certamente não irá fazer muito efeito.

Uma ideia seria alterar o regulamento da Copa do Brasil, fazendo com que a final seja disputada em um jogo apenas, numa sede pré-definida, assim como é a Champions League, por exemplo. E utilizar esses estádios para essas finais.

Mas só isso não bastaria.

Pode-se fazer, então, com que cada um dos doze principais times do país, aqueles que realmente atraem a atenção e interesse do público por onde passam, mandassem ao menos uma partida sua no Campeonato Brasileiro (seja a divisão que fosse) de cada ano em um desses estádios.

Para os times isso pode ser interessante, uma vez que tal ação pode ajudar na captação de torcedores nessas cidades, e conseqüente aumento de renda indireta. A CBF poderia também incentivar os times a fazerem isso, bancando passagem e hospedagem nas cidades donas dos elefantes brancos, tentando dar alguma movimentação e razão para mantê-los de pé.

Sei que isso também seria muito pouco. Cada uma das quatro cidades iria receber, no máximo, três jogos de maior importância. 

Mas já é algo melhor do quê aquilo que se prevê.

A dona CBF poderia também começar a marcar amistosos para a Seleção em nossos estádios, agora muito mais modernos. Foi a política de jogar por dinheiro, sempre fora de casa, que acabou afastando ainda mais o brasileiro de sua Seleção.

Mas eu sei que nem assim o problema todo estaria resolvido.

Vejo muita gente por aí criticando a construção desses estádios. Eu também fui contra essa construção. Na minha opinião a Copa deveria ser disputada nos grandes centros do futebol no país, e mais nada. 

Mas já que os elefantes já estão aí, nos resta agora sugerir solução para a vida deles daqui pra frente.

E que seja uma solução branca, da cor dos nossos elefantes!

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