Eu juro que se eu não fosse tão Corinthiano, essa noite, eu iria ser Atleticano.
Até porquê, como Corinthiano que sou, sei muito bem o que está passando na cabeça e no coração de cada torcedor do Galo, desde os mais velhos, que acompanharam boa parte dessa história mais que centenária, até os mais novos, que estão aprendendo agora o que é o Clube Atlético Mineiro.
O Atleticano está vivendo hoje o que eu vivi há um ano e vinte dias, quando também aguardava ansiosamente pelas 21hs50min para ouvir o apito inicial da decisão da Libertadores.
Curioso notar que o Futebol em Terras Brasilis passou a proporcionar, de uns anos pra cá, a torcedores de grandes clubes que viviam sob a sombra de nunca terem visto seu time numa final de Libertadores, a grande oportunidade de suas vidas futebolísticas.
Foi assim em 2008, quando o Fluminense chegou, pela primeira e única vez em sua história, na final daquele ano, perdendo a disputa nos pênaltis para a Liga Deportiva Universitária, ou LDU do Equador depois de reverter um placar que parecia impossível.
Depois, no ano passado, foi a vez do Corinthians quebrar esse tabu de nunca ter disputado uma final do torneio continental. Com o Timão o destino foi mais generoso e o Alvinegro do Parque São Jorge acabou campeão daquela edição.
Podemos incluir aí, também, times que já haviam participado de finais e que, ou nunca ganharam, ou não ganhavam há muito tempo.
Internacional, que havia chegado à final apenas em 1980, chegou e foi campeão em 2006 e 2010. O Santos, que foi bi-campeão nos anos 60, chegou e perdeu em 2003, mas deu show há dois anos conquistando seu terceiro título. Havia uma geração inteira de Santistas que não sabiam o que era conquistar a América.
E essa é a vez do Galo.
Pode ser que o ano que vem seja a vez do Botafogo, quem sabe. Mas hoje é a vez do Galo.
E a missão Atleticana não é das mais fáceis. Terá de vencer por dois gols de diferença para levar a decisão à prorrogação e pênaltis. Para ficar com o título, apenas vitória por 3 ou mais gols.
O Mineirão vai ferver com mais de 60 mil vozes cantando e empurrando. O “Eu Acredito!” voltará a ecoar nos gramados brasileiros.
E, por isso, que se eu não fosse Corinthiano essa noite eu queria ser Atleticano.
Para torcer, sofrer, vibrar, xingar, cantar e chorar, de tristeza ou de emoção, pelo meu time do coração. Para sentir a ansiedade, o nervoso, a alegria ou até para calar-me, se for o caso, mas para viver essa que é uma noite mágica para quem gosta de futebol.
A noite mais longa de todas. E ela está chegando para os Atleticanos.
Espero que todos possam sobreviver a ela.
E que vença o melhor! E que o melhor seja o Clube Atlético Mineiro!