A Ponte Preta entra em campo nessa noite, no estádio do Pacaembu, para fazer história dentro da sua mais que centenária história.
Além de fazer história dentro da sua própria história, a Macaca tem a chance de fazer história no Futebol em Terras Brasilis.
Fazer história dentro da sua própria história significa excluir de vez a estigma de ser reconhecida apenas pelo vice no campeonato paulista de 1977, quando o Corinthians sagrou-se campeão depois de 23 anos de fila, num jogo que marcou até hoje também a história Pontepretana.
Fazer história dentro da sua própria história significa poder participar, pela primeira vez, da Taça Libertadores de América, o campeonato mais importante do nosso continente.
Fazer história dentro da sua própria história significa poder se equiparar, em conquistas, ao seu maior rival, campeão do Brasileiro de 1978.
E, se tudo isso se refere apenas à história da Ponte, como ela poderia fazer história para o Futebol em Terras Brasilis?
Simples.
Se a Ponte Preta conquistar a Taça Sul-Americana, ela será o primeiro time do interior do país a conquistar um título continental.
Igualará, novamente, um feito que o seu arquirrival conseguiu ao ser o primeiro campeão “caipira” do Brasileirão.
Além disso, a Ponte pode se tornar o primeiro clube que não faz parte do G12 (os doze principais clubes do Brasil) a ser campeão de uma copa continental. Ou, se você preferir, o primeiro time “não grande” a ser campeão de uma copa continental.
Você pode até não achar isso um grande feito, mas é.
Pra você ter uma ideia do grau de importância desse fato, até hoje, em se tratando das copas oficiais que a Conmebol já organizou, apenas quatro clubes brasileiros fora desse G12 já disputaram alguma final.
Em 1999 o CSA, de Alagoas, chegou à final da Copa Conmebol, e a perdeu para Talleres, da Argentina. Na época, a Copa Conmebol havia sido relegada ao último degrau de desejos dos clubes sul-americanos, tanto que o CSA só participou depois que Vitória, Bahia e Sport recusaram a vaga.
Essa Copa, falida que estava, teve nesse ano a sua última edição.
Em 2002 o São Caetano surpreendeu o Futebol em Terras Brasilis ao chegar à final da Libertadores da América, que acabou perdendo para o Olímpia, do Paraguai, nos pênaltis naquela que pode ser considerada uma das piores derrotas que o futebol brasileiro sofreu em campo.
Depois de ter vencido o primeiro jogo em Assunção por 2×1, e virar o primeiro tempo do jogo de volta, no Pacaembu, vencendo por 1×0, o time do então técnico Jair Picerne acabou cedendo a virada para os paraguaios, e a derrota veio nos pênaltis.
Eu e meu amigo Leonardo estávamos lá no Pacaembu naquela noite.
Em 2005 outro time de fora do G12 repetiu o fato do Azulão, chegando à final da Libertadores da América. Dessa vez o feito foi do Atlético Paranaense, que não teve muita sorte ao enfrentar o São Paulo, na primeira final brasileira da competição.
0x0 no primeiro jogo no Rio Grande do Sul, e um estrondoso 4×0 para o Tricolor no Morumbi deram o terceiro título ao Tricolor e deixou os Atleticanos com um gostinho amargo na boca.
Por fim, em 2010 o Goiás chegou à final da Sul-Americana, tal como a Ponte fez nesse ano, mas acabou perdendo o título para o Independiente da Argentina, também nos pênaltis (como o Azulão fizera na Libertadores).
Agora é a vez da Ponte tentar quebrar essa escrita e entrar de vez para a história do Futebol em Terras Brasilis.