Vale à pena o risco?

Posted: 12/03/2014 in Uncategorized
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Terminou, há pouco mais de uma hora, a estreia do Palmeiras na Copa do Brasil 2014.

O Verdão jogou contra o Vilhena, atual campeão estadual de Rondônia, em Vilhena, no Estádio Portal da Amazônia. O jogo terminou com uma vitória magra do time Alviverde, o que forçará o jogo de volta no dia 10 de Abril, bem provavelmente no estádio do Pacaembu.

E o jogo foi uma verdadeira pelada.

Castigado pelo excesso de chuva que vem caindo na região Norte do país, o já ruim gramado do estádio vilhenense virou um verdadeiro horror para a prática do futebol, ou, ao menos, do futebol bem jogado.

O gramado do estádio Portal da Amazônia, fotografado ontem: pouca coisa mudou para o jogo de hoje!

O gramado do estádio Portal da Amazônia, fotografado ontem: pouca coisa mudou para o jogo de hoje!

E era perceptível isso a todo instante, a toda disputa de bola e a toda jogada que os jogadores, de ambos os times, tentavam.

Além disso, colaborou para a magra vitória Palmeirense uma dedicação excepcional dos jogadores do Lobo do Cerrado, além do ferrolho na defesa que o time rondoniense armou. Em alguns momentos o VEC chegou até a ameaçar o gol do goleiro Fernando Prass, principalmente no primeiro tempo, quando o desgaste físico ainda não pesava para os donos da casa.

No segundo tempo, principalmente no final, era perceptível a diferença física entre um time e outro, tanto que foi numa jogada de disputa ombro a ombro que o bom Bruno César cruzou para o gol de Leandro.

E a vitória veio para o lado que se esperava, apesar de não ter sido como se esperava.

Mas, mesmo que não viesse, dificilmente o Palmeiras perderia a vaga para a próxima fase. Mesmo que o Lobo do Cerrado vencesse hoje, pouco provável que no próximo confronto, em São Paulo, o time Alviverde não enfiasse (como deve enfiar) uma sonora goleada.

A diferença técnica entre as duas equipes é gritante, e a própria Copa do Brasil já provou isso em outras oportunidades.

Durante a transmissão da partida me questionei, e ao meu sogro (via o jogo na casa dele), se os mandatários do futebol Palmeirense, sabedores dessa diferença técnica existente, e do risco que é para um atleta profissional jogar em um gramado tão cheio de buracos e tão “pesado”, não poderiam escalar um time reserva, ou talvez até misto.

Não sou contra, em absoluto, que os times grandes do país visitem as regiões mais distantes, para jogar contra equipes menos expressivas no nível nacional. Pelo contrário, acredito que essa seria uma das ferramentas que poderiam ser utilizadas para fortalecer o futebol nessas regiões do país. Seria uma, porém não a única.

Mas nem os dirigentes do Palmeiras, nem sua comissão técnica, têm a responsabilidade de pensar, nesse momento, no que é o melhor para o Futebol em Terras Brasilis.

Não.

A responsabilidade deles é pensar no que é melhor para o Palmeiras, ao menos nesse momento, no que realmente importa ao time Alviverde.

Principalmente por estarmos no famoso ano do centenário do Palmeiras (só quem já viveu isso sabe que pouco ou nada vai mudar na vida do clube nesse ano), onde ao menos uma parte da torcida vai exigir um título, pode ser um risco muito grande mandar a campo, contra o Vilhena, o time principal.

Mande os reservas, os juniores, os aspirantes (lembram disso?), sei lá. Depois, no jogo de volta, faz uma promoção, mete 35 mil pagantes no estádio e pronto, garante a classificação num clima de festa.

Quando falamos de planejamento, e muito se fala no futebol sobre planejamento, esquecemos que este deve ser no longo prazo. Não é uma derrota no jogo de ida da primeira fase da Copa do Brasil, contra o Vilhena Esporte Clube, que pode por esse planejamento por água abaixo.

O Palmeiras tem coisa muito mais importante para se preocupar.

E fosse qualquer outro grande do país também o teria.

Na minha opinião esse seria um tipo de risco que eu não colocaria meu time para correr.

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