Não deu.

Depois de uma fase de grupos muito abaixo do normal (clique aqui) e de ver ceifado da principal competição do continente 5 de seus seis representantes nas duas primeiras fases da Libertadores, o Futebol em Terras Brasilis acaba de ver seu último representante ser eliminado.

Como já lemos e vimos, é a primeira vez desde 1992 que não colocamos nenhum representante na fase semifinal do torneio.

Porém, ao contrário do que muitos da mídia acabam por escrever e falar, não acho que isso signifique que o futebol brasileiro tenha se enfraquecido, ou que já não somos mais os mesmos.

Não.

Continuamos sendo a principal potência do futebol desse lado do Atlântico e o casuísmo dessa eliminação pode ser rapidamente esquecido por nossa imprensa se conquistarmos a Copa do Mundo (o que pode acontecer) ou até mesmo se um dos nossos representantes for campeão da Sul-Americana no final do ano.

Mais ou menos como aconteceu quando o Santos perdeu para o Barcelona no Mundial de 2011. Muitos da imprensa falaram que tínhamos que repensar nosso futebol, que isso, que aquilo.

Um ano depois estávamos conquistando o mesmo Mundial, dessa vez com o Corinthians e, seis meses depois, a Seleção Brasileira dava um belo chocolate na Espanha, na final da Copa das Confederações.

Então, não está tudo perdido.

Mas também é fato que sim, perdemos a principal competição de clubes do continente e agora só nos resta tentar ganhar a Recopa ou a Copa Sul-Americana.

E o mais curioso é ver que o time que mais perdeu com o fim da Libertadores (ao menos para o nosso futebol) foi o principal rival do nosso último representante.

Sim, o Atlético Mineiro.

Certamente o leitor que chegou até aqui não está entendendo patavinas do porque disso, não é?

Pois eu explico.

Com o término da participação brasileira na Libertadores da América, fechamos a pontuação dessa competição no nosso Ranking 2014, distribuindo os pontos que o Cruzeiro conquistou (600 pontos por chegar às quartas de final) e depreciando os pontos das edições anteriores.

E aí, meus amigos, quem mais pontuou nos últimos anos é quem mais perde pontos.

Como você sabe, e se não sabe o aconselho a clicar aqui e ver as regras do Ranking, a depreciação acontece de maneira mais “agressiva” nos três primeiros anos, sendo que no primeiro ano ela é de nada menos do que 25% dos pontos.

Com isso o Atlético Mineiro, atual campeão da Libertadores, perde 750 pontos só pela depreciação do título do ano passado.

Cruel.

Mas não seria tão cruel se o Galo, assim como o Timão no ano passado, não tivesse sido eliminado nas oitavas de final e não tivesse conquistado o mínimo de pontos que a competição dá.

E isso, amigos, é o que eu mais gosto no nosso Ranking. Porque entendo que dessa forma nós valorizamos aqueles times que se mantém com um bom desempenho durante o passar dos anos, e não apenas conquistam um ou outro título de vez em quando e se comparam àqueles que se mantém na briga por eles sempre.

É para evitar que os “São Caetano” da vida sejam comparados em grandiosidade com outras agremiações muito maiores do que ele.

Veja na tabela abaixo quem mais ganhou e quem mais perdeu com o término da participação brasileira na Libertadores 2014:

A tabela acima mostra quais times e quantos pontos cada um ganhou e perdeu com o final dessa edição da Liberta.

A tabela acima mostra quais times e quantos pontos cada um ganhou e perdeu com o final dessa edição da Liberta.

O Ranking 2014 será atualizado antes do início da Copa do Mundo, com a conclusão também de alguns campeonatos estaduais.

O jogo:

Fiz questão de ver o jogo ontem.

Queria ver se o time do Cruzeiro é realmente tão inconstante como eu escrevi ontem (que seus resultados, ao menos, eram).

E não me surpreendi.

Acho que ninguém da comissão técnica, nem dos jogadores e quanto menos dos dirigentes, pensou que o Cruzeiro poderia sim sair perdendo o jogo de ontem.

E foi o que aconteceu.

Aos 9 minutos do primeiro tempo, quando o Cruzeiro ainda estava se esquentando no jogo, o San Lorenzo fez 1 a 0 numa boa jogada de contra-ataque.

Daí pra frente parecia que não era o atual campeão brasileiro em campo.

Nossa, que time totalmente desfigurado, sem conseguir ao menos fazer uma jogada de perigo, sem fazer nenhum lance mais agudo em direção à meta do arqueiro Torrico (belo nome esse, hein).

Apenas no finalzinho do primeiro tempo que o atacante Marcelo Moreno mandou uma bola que, caprichosamente, bateu nas duas traves e foi afastada pelo zagueiro argentino.

Se fosse gol, seria injusto.

O Cruzeiro não estava merecendo o empate, e quanto menos o San Lorenzo.

Jogador Cruzeirense se desespera com a eliminação de ontem.

Jogador Cruzeirense se desespera com a eliminação de ontem.

O segundo tempo veio e pouca coisa havia mudado.

Pouco antes, apenas pouco antes, do Cruzeiro empatar é que o time mineiro começou a fazer uma boa pressão para cima dos argentinos.

O empate veio em boa hora, aos 20 do segundo tempo (se eu não me engano), e logo depois um argentino foi expulso numa confusão belamente armada pelo atacante boliviano Marcelo Moreno.

Esse, por falar, foi o melhor jogador do Cruzeiro em campo.

Jogo empatado, Cruzeiro com um a mais em campo e ainda uns 15 ou 20 minutos de jogo, imaginamos que o bicho iria pegar.

Pegou, mas por pouco tempo.

Conforme o tempo ia passando, notava-se cada vez mais o desespero nos olhos dos jogadores Cruzeirenses, e mais o time argentino se fechava em seu campo de defesa.

E o jogo terminou.

Como terminou, também, a nossa participação nessa Libertadores.

Fica para a próxima.

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