Já temos nosso Barbosa

Posted: 08/07/2014 in Uncategorized
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Chegou o grande dia!

Hoje a Seleção Brasileira entra em campo, em Belo Horizonte, para tentar garantir-se na final da Copa do Mundo de 2014.

E o adversário será duríssimo.

Pegaremos nada menos do que a poderosa Alemanha, num jogo que promete ser tudo, menos chato.

Embora valha frisar que, para eles, o confronto também será contra um poderoso.

Particularmente não gosto dessa “síndrome do vira-lata” que faz parte do nosso sentimento com relação à nossa Seleção sempre que vamos enfrentar o time A ou o time B.

Se será duro para nós, será duríssimo para eles!

No desempenho histórico em Copas levamos vantagem.

Mas não estamos falando de alguém que não tenha história, muito pelo contrário.

O confronto de hoje reúne nada menos do que as duas seleções que participaram de mais edições da Copa, que fizeram mais jogos na Copa e que participaram de mais finais do torneio.

E em todos esses quesitos a Seleção Brasileira só não leva vantagem em um, no número de jogos disputados, onde os Alemães estão 2 jogos à nossa frente.

São 5 títulos do Brasil, 3 da Alemanha, 20 participações do Brasil no Mundial, 18 da Alemanha, e 7 finais disputadas por cada um (a última delas entre ambas, em 2002).

Se deixarmos o desempenho histórico de lado e avaliarmos apenas essa edição a equivalência continua a mesma.

Tanto Brasil, quanto Alemanha, chegam às semifinais sem terem brilhado tanto quanto se esperava.

Ambos se classificaram em primeiro nos seus grupos, que contavam com seleções médias, sem muita tradição no torneio.

Nas oitavas ambos sofreram demasiadamente para eliminar seleções do terceiro (e talvez quarto) escalão mundial, com a única diferença de que o Brasil precisou dos pênaltis para eliminar o Chile e a Alemanha venceu a Argélia na prorrogação.

Já nas quartas de final ambos passaram por seleções que, apesar de não serem consideradas favoritas, estavam jogando um futebol melhor e conquistando a confiança do público e da crítica. Tanto Colômbia, quanto França (sendo essa uma seleção que já tem um título e um vice nas Copas) sucumbiram diante do gigantismo de Brasil e Alemanha.

E chegamos à semifinal.

Da parte da Alemanha não há nenhum problema, o time está completo e o técnico Joachim Löw tem à sua disposição um elenco mais, digamos, qualificado do que o brasileiro.

Mas existe o nosso lado.

Zúñiga, quebrando a costela do atacante Neymar e se transformando no principal candidato a Barbosa de 2014.

Zúñiga, quebrando a costela do atacante Neymar e se transformando no principal candidato a Barbosa de 2014.

E se não contaremos mais com o craque Neymar, que fará falta sim ao ataque da Seleção, podemos dizer que o time Canarinho ganhou um reforço de peso para a disputa dessa semifinal.

Trata-se do “nosso Barbosa”!

E não estou fazendo referência ao personagem de Ney Latorraca em TV Pirata.

O Barbosa, nesse caso, refere-se ao goleiro da Seleção na Copa de 1950.

Ele que carrega, injustamente diga-se, sozinho o título de responsável pela derrota frente ao Uruguai no último jogo daquela Copa, em pleno Maracanã.

Título esse que transformou-se num monstro que nós mesmo criamos. Todas as gerações, de 1950 pra cá, sempre ao ouvirem falar dessa Copa, ouvem o nome de Barbosa.

E nunca imaginávamos que isso poderia entrar em campo quando organizássemos novamente o Mundial.

O que ficou evidente após o jogo com o Chile, e à choradeira que tomou conta dos jogadores da Seleção naquela disputa de pênaltis, quando debatemos pelos dias que se seguiram como estaria o psicológico de nossos jogadores.

Desse debate muitos, inclusive eu, entenderam que aquela reação nada mais era do que o medo que cada um sentiu naquele momento em se transformar no Barbosa de 2014, ficando para sempre marcado por uma possível eliminação.

Já contra a Alemanha, hoje, o país inteiro já elegeu de antemão o nosso Barbosa: trata-se do lateral colombiano Juan Zúñiga, o responsável pela joelhada nas costas de Neymar que acabou com o corte do atacante da Copa.

Sim, ele já está eleito.

Caso o Brasil não vença hoje a Alemanha não há dúvidas que todos, tanto na imprensa quanto na torcida, o responsabilizarão (de maneira indireta, ao menos).

E isso pode fazer um bem danado aos jogadores que entrarão em campo.

Sem essa terrível pressão, que criamos ao longo dos anos, os jogadores podem jogar apenas com a pressão normal que esse confronto requer (que não é pequena) e, com isso, mostrar quem é quem no cenário do futebol mundial.

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