Após a 25ª rodada do campeonato, finalizada agora à pouco, o Campeonato Brasileiro vai parecendo entrar no eixo que o o Blog FTB previu lá na primeira rodada, no já longínquo mês de abril.
Como previ os três times que eu coloquei como os principais candidatos ao título ocupam, respectivamente, a primeira, segunda e terceira colocações no campeonato.
Depois deles, três dos cinco times que eu apostei que estariam disputando uma vaga na Libertadores ocupam, também respectivamente, a quarta, a quinta e a sexta colocações na tabela.
Quem era o intruso até algumas semanas, que sismava em ocupar uma vaga no G4 por mais que empatasse ou perdesse, acabou caindo para a sétima colocação nessa rodada, o que é justíssimo diga-se de passagem, e agora está, como também previ, ocupando uma posição intermediária na tabela, mas ainda podendo beliscar uma vaga no G4.
Agora, independente de previsões, é interessante perceber a diferença gritante que existe nas campanhas dos 7 times mais bem colocados, aqueles que podemos dizer que lutam por uma vaga na Libertadores 2015 (considerando, é claro, que o Cruzeiro já praticamente detenha a primeira vaga).
Resolvi, depois de analisar alguns resultados envolvendo os sete primeiros colocados do campeonato, fazer uma análise completa da campanha desses sete times para tentar entender porque o Cruzeiro está tão líder desde faz tempo, e porque os demais seis clubes vêm se degladiando praticamente ponto a ponto por uma vaga na Libertadores.
Pro amigo leitor ter uma ideia do que eu estou falando, fiz uma tabela para acompanhar o desempenho desses times contra todos os demais do campeonato até essa 25ª rodada. Essa tabela acaba mostrando porquê que o Cruzeiro conseguiu abrir uma bela diferença para os demais times do campeonato e porque a disputa das demais três vagas para a Libertadores está acirradíssima entre 6 clubes.
Na tabela abaixo os times que estão sendo analisados (sete primeiros do campeonato) estão na vertical e colocamos quantos pontos eles conseguiram contra os demais clubes, jogando em casa ou fora. Veja:
A análise dessa planilha eu fiz da seguinte forma: o desempenho dos clubes contra os times do G7; o desempenho deles contra os times do meio da tabela (da 8ª à 14ª colocação); e o desempenho contra os times que estão nas seis últimas colocações do campeonato.
O líder Cruzeiro não tem um aproveitamento muito bom contra os times do G7, por mais curioso que possa parecer.
Contra esse grupo de times o Cruzeiro fez oito jogos e somou apenas 8 pontos, com vitórias contra Internacional (fora) e Grêmio (casa) e empates com São Paulo (casa) e Fluminense (fora). A Raposa não conseguiu, por exemplo, pontuar contra seu principal rival.
Porém, o que destaca a campanha do Cruzeiro dos demais clubes é exatamente o seu aproveitamento contra times do meio da tabela e da zona de rebaixamento, tendo um desempenho de incríveis 93% contra os times do meio da tabela e de quase 81% contra aqueles que disputam nas últimas colocações do campeonato.
Ou seja, se o Cruzeiro não é muito eficiente contra os clubes do topo do campeonato, vê-se que a Raposa não perdoa àqueles que estão lá embaixo na tabela.
Quem mais se aproxima dessa condição é exatamente o vice-líder do campeonato, o Internacional, que tem um desempenho pífio contra os times do G7 (pouco mais de 22%), mas quase tão impiedoso quanto o Cruzeiro quando em confrontos com os times da parte do meio e de baixo da tabela.
São Paulo, Atlético Mineiro e Grêmio possuem desempenhos bem equilibrados com os três grupos de times, variando uma melhora aqui ou outra ali, mas que no final das contas está resultando no mesmo número de pontos para os três na classificação final.
O Fluminense mostra um desempenho muito bom contra os times do meio da tabela, mas pífio quando se trata de enfrentar times que estão na zona de rebaixamento, enquanto que o Corinthians mantém um desempenho mediano contra os times que estão abaixo dele, mas se destaca, estranhamente, ao ter o melhor desempenho entre os analisados contra os times do G7, com 62,5% de aproveitamento.
O que prova que em um campeonato tão disputado quanto o Brasileirão, onde temos tantos times grandes na Série A, mais vale manter um nível de aproveitamento elevado contra os times que têm pouca aspiração no campeonato, podendo se dar ao luxo de fazer uma campanha fraca contra seus principais concorrentes, do que ter a síndrome de Peter Pan e perder muitos pontos para os times mais fracos do campeonato, mesmo que ganhe dos principais concorrentes ao título.
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