Tem clube ameaçando entrar em jogo decisivo com time reserva. Até quando isso vai durar? Como acabar de vez com isso?

Às portas de mais um término de Campeonato Brasileiro vi hoje, nos principais portais da mídia esportiva, o mesmo blá-blá-blá que já vimos e lemos antes.

O de que fatores extra-campo podem influenciar na definição dos quatro times que seriam rebaixados para a Série B do ano que vem.

Dessa vez o fator extra é uma briga judicial envolvendo Atlético Paranaense, adversário do Palmeiras na próxima rodada, e Vitória, que luta contra o rebaixamento tal qual o Alviverde.

Teoricamente Furacão e Rubro-Negro seriam rivais e a queda do segundo interessaria ao primeiro.

Ridículo.

E triste.

Ridículo porque um clube de tradição, que já foi campeão brasileiro e vice da Libertadores, não poderia sequer permitir que uma situação qualquer insinuasse algo nesse sentido.

E o clube paranaense assim o faz ao admitir que irá escalar um time reserva para o confronto do próximo domingo.

E triste porque invariavelmente vemos essa situação se repetindo ano após ano, campeonato após campeonato.

Pior é que não vemos, em quase nenhum momento, os dirigentes da CBF preocupados em impossibilitar essa situação.

Na verdade, a únicas vez que a CBF demonstrou alguma preocupação com esse tema foi nas edições de 2011 e 2012 do Brasileirão, e ainda o fez de forma “meia boca”, trazendo para a última rodada todos os clássicos regionais que fossem possíveis de ser realizados.

Meia boca, sim, porque essa medida em nada resolveria a situação vivida nesse ano caso os confrontos decisivos ocorressem na penúltima rodada, por exemplo.

Apenas como exemplo, lembro que no Brasileirão 2014 o Criciúma foi rebaixado na 36ª rodada e o Botafogo na 37ª.

Situações que os clássicos na última rodada em nada serviriam.

Mas, se é difícil fazer com que todos ajam eticamente, se é inviável estabelecer uma regra que obrigue os clubes a escalarem seus times titulares em todas as partidas e se os clássicos regionais não resolvem, apesar de amenizarem, em nada o problema, qual seria a melhor solução?

Deixar como está certamente não é.

E na opinião desse blogueiro, apenas uma solução radical poria fim nessa palhaçada de final de campeonato de quase todo ano.

Essa solução é estabelecer a média de pontos nos três últimos campeonatos para definir os rebaixados para a divisão inferior.

Simples e complicado assim.

Algo parecido com o que ocorre no campeonato argentino.

Dessa forma, mesmo que pouco influencie, todo jogo será válido. Os três pontos conquistados na próxima rodada serão válidos até 2016, quando quase todo mundo tiver esquecido de 2014.

E quem estiver no comando dos clubes jamais poderá abrir mão de disputar todos os 114 pontos que estão em jogo nas 38 rodadas de cada edição do Brasileirão.

Tal regra poderia beneficiar os grandes clubes em anos que tivessem um má temporada?

Talvez.

Dificultaria, mas não impediria que os tais clubes grandes caiam.

Haja visto o caso do River Plate, que foi rebaixado em 2011 exatamente depois de ter feito um bom Torneio Apertura, o que não salvou os Milionários de seu primeiro rebaixamento.

E olha que lá eles ainda tiveram a possibilidade de disputar uma repescagem contra o terceiro colocado da segunda divisão.

E isso, nem de longe, eu proponho aqui.

Essa mesma regra pode dificultar que um time recém promovido se mantenha na Série A?

Acredito que não. Principalmente se essa regra prever que na soma desses clubes, que disputaram a Série B no ano anterior, 75% da sua pontuação na Série B seja considerada na média da Série A.

Ou 70%, tanto faz.

Dessa forma, e diferente do que acontece no Campeonato Argentino (que aqueles recém chegados à primeira divisão não contam com essa média para serem rebaixados), acredito que isso amenizaria a vida dos recém chegados.

Além do quê, poderia se fazer um teste e caso não fosse caracterizado o sucesso da fórmula voltaria ao sistema simples que temos hoje.

Mas acredito piamente que, se colocássemos uma regra dessa para definir aqueles que cairiam para a nossa Série B, dificilmente iríamos ouvir de novo esse bla-bla-blá.

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