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O Futebol em Terras Brasilis é assim: mal começou a temporada e já temos torcida comemorando título!

Nesse final de semana dois estaduais chegaram ao fim e duas torcidas passaram uma segunda-feira sorrindo, sorrindo…

Sampaio_CorrêaComo geralmente sorri a torcida do Sampaio Corrêa, do Maranhão, tamanho é o domínio do Tricolor de Aço na terra dos Sarneys, e que conquistou no final da tarde desse domingo seu 32º título estadual, o 25º válido para o nosso Ranking.

A conquista veio após o time de São Luís vencer o segundo turno do Campeonato Maranhense e, como já havia vencido o primeiro, ter descartado a necessidade de dois jogos finais.

Curioso é que o Sampaio Corrêa ganhou os dois turnos do seu maior rival, o Moto Club, que coincidentemente é o segundo no estado (tanto em nosso Ranking, quanto no número de títulos).

Festa também no Campeonato Mato-grossense, onde o Cuiabá derrotou o Luverdense nos dois jogos da final, ambos por 1×0, e 140px-Cuiabá_Esporte_Clubeconquistou o seu 5º título estadual.

O clube, fundado pelo ex-atacante Gaúcho, é um dos mais novos no cenário nacional e, com a conquista, passou a ser o clube mato-grossense com a maior pontuação em nosso Ranking (152 pontos), deixando para trás times tradicionais do estado como Mixto e Operário.

Parabéns aos dois primeiros campeões do nosso futebol!

Demais decisões:

Mais nove estados iniciaram as disputas das finais dos estaduais nesse último final de semana. E em 6 deles a disputa está nas mãos de quem se antevia que estivesse lá.

Mas, como final é final e vice-versa, vamos a elas.

Na Bahia o Tricolor venceu a primeira partida das finais, por 2×0, e agora pode até perder para o Vitória que conquistará seu 45o título estadual. Ao Rubro-Negro resta vencer por dois gols de diferença para conquistar o caneco, jogando ao lado da sua torcida.

Já em Goiás tivemos um empate em 0x0 no primeiro jogo da decisão entre Atlético Goianiense e Goiás. Para conquistarem o título os Esmeraldinos precisam apenas de um empate, enquanto que os Rubro-Negros jogam por uma vitória simples na próxima partida. Tudo aberto no Goiano de 2014.

O Campeonato Sul-mato-grossense também teve seu primeiro jogo final nesse domingo, com a vitória do Águia Negra por 2×1 em cima do Cene, que fará o próximo jogo em casa. O time de Rio Brilhante joga por um empate para conquistar seu terceiro título estadual, enquanto que ao Cene basta uma vitória simples.

O Mineiro teve seu primeiro jogo da final e, como obviedade pouca é bobagem, Atlético Mineiro e Cruzeiro empataram em 0x0 depois de longas e exaustivas viagens pela Libertadores, esse sim um torneio que realmente importa. Os Cruzeirenses jogam por um empate no segundo jogo, no Mineirão completamente azul e branco, enquanto que os Atleticanos tem que vencer para tentar calar tal Mineirão.

Ah, e até lá ambos terão jogos pela Libertadores. E viva os estaduais!

No Paraná, por incompetência (??) dos dois grandes, estamos vivenciando uma decisão inédita entre Maringá e Londrina. O primeiro jogo, em Londrina, terminou empatado em 2×2, e agora precisará vencer em Maringá para conquistar seu quarto título estadual. Já o time do Maringá, que tenta seu primeiro título em sua curta história (fundado em 2010) também precisa vencer, porque se terminar com um segundo empate a decisão será nos pênaltis.

O Carioca teve seu primeiro confronto entre Vasco e Flamengo empatado em 1×1, com um gol em cada tempo, e com o Mengão podendo empatar novamente para conquistar novamente o título Carioca. Já o Vasco, que não conquista um estadual desde 2003, terá que vencer para levantar o caneco 11 anos após sua última conquista.

No Gaúcho, mais uma obviedade, o Inter venceu no final de semana passado (nesse final de semana teve a linda inauguração do novo Beira Rio) o Grêmio por 2×1, e agora poderá até perder no Beira Rio para conquistar o primeiro título no novíssimo estádio. Ao Tricolor Imortal apenas a vitória por 2 ou mais gols de diferença é que vale.

Em Santa Catarina, no estadual menos previsível do país, o Joinville venceu o Figueirense por 2×1, em Joinville, e poderá jogar por um empate na última e decisiva partida. Já o Alvinegro precisa de uma vitória simples para ampliar ainda mais a sua predominância no estado da Santa e Bela Catarina.

Já no Paulista, também por incompetência de alguns grandes, o Santos está decidindo o título contra o Ituano e encontrou mais dificuldades do que imaginava, ao perder a primeira partida por 1×0 em pleno Pacaembu cheio de Santistas. O Alvinegro Praiano deve, para conquistar o título sem disputa de pênaltis, vencer por 2 ou mais gols de diferença. Ao time de Itú o empate basta para levantar o segundo caneco da sua história.

Na opinião do blogueiro serão campeões Bahia, Atlético Goianiense, Águia Negra, Atlético Mineiro, Londrina, Flamengo, Internacional, Joinville e Santos.

E a atualização do Ranking será após sabermos se eu estou, ou não, com a mira afiada nos palpites.

candangao

Estava zapeando as páginas de esporte agora a noite, à procura de algum tema que me inspirasse a escrever mas que não fosse diretamente relacionado aos campeonatos estaduais.

Mas, como você verá nas próximas linhas, não encontrei.

E, por incrível que pareça, não vou aqui escrever sobre a surpreendente eliminação do Palmeiras no Campeonato Paulista, nem da bela vitória do Internacional no 1o Gre-Nal decisivo, tão menos sobre a classificação do Maringá para a final do Paranaense.

Não.

Nada disso é tão absurdo quanto o que eu vou escrever.

Enquanto os olhos do mundo futebolístico está voltado para as finais desses campeonatos, num campeonato de pouca repercussão nacional, algo próximo ao desumano está acontecendo.

Trata-se do Campeonato Brasiliense, o famoso Candangão.

Dois times estão sendo submetidos a uma série incrível e absurda de jogos, exatamente porque estão indo bem nas duas competições que disputam.

Brasília e Brasiliense disputaram a semifinais da Copa Verde e, por sua competência, se classificaram também para a fase final do Candangão 2014.

Acontece que, por não ser um torneio organizado pela CBF (apesar de reconhecido), algumas datas da Copa Verde conflitaram com as do estadual, o que acabou resultando numa terrível seqüência de jogos dia sim, dia não, para ambos os times do Distrito Federal.

As semifinais da Copa Verde ocorreram nos dias 23 e 26 de março (domingo e quarta-feira respectivamente).

As quartas de final (e aí cabe uma pergunta: onde já se viu um campeonato que tem 12 equipes na primeira fase precisar de uma fase de quartas de final?) do Candangão foram disputadas no meio e no final de semana passado. Já os dois times em questão tiveram que mandar suas equipes à campo na sexta-feira, dia 28, e no domingo, dia 30 (popularmente conhecido como ontem).

Até aqui jogaram domingo, quarta, sexta e domingo.

Ok, o São Paulo de Telê Santana também tinha esse ritmo na década de 90.

Acontece que os dois times se classificaram para as semifinais do Candangão, e o Brasília foi para a final da Copa Verde.

As semifinais do estadual, onde os times se enfrentarão novamente, serão realizadas amanhã, dia 1o de abril (e não é mentira) e quinta-feira, dia 03 de abril.

Ou seja, 6 jogos em 12 dias!

Pior é que aquele que for para a final já entrará em campo no sábado, dia 05 de abril (por quê não colocam essa porra de jogo no domingo?) para a disputa da primeira finalíssima do Candangão 2014.

7 jogos em 14 dias!

Dia sim, dia não, tem jogo no Candangão!

Já pela Copa Verde, ao menos, existe uma pequena folga. As finais do torneio regional ocorrerão na terça-feira dia 08 de abril e no domingo dia 20 de abril.

Ou seja, se o Brasília, que já está na final da Copa Verde, chegar à final do estadual, continuará num ritmo absurdo até o dia 08, quando terá completado seu OITAVO jogo em menos de 20 dias.

É ou não é um daqueles absurdos que só vimos por aqui?

 

Tirante o jogo do Atlético Paranaense pela Libertadores, na noite de quarta-feira, onde o Furacão fez o favor de perder para o Vélez, em casa, e complicar a sua situação na competição continental (se perder o próximo jogo, contra o Strongest na altitude de La Paz, estará eliminado), o mundo do Futebol em Terras Brasilis viveu mesmo nessa semana dos campeonatos estaduais.

As fases decisivas dos principais torneios estaduais do país começaram e, no meio dessa semana, muitos foram os jogos que empolgaram o torcedor.

Empolgaram?

Os estaduais, principalmente nos grandes centros, dificilmente vêm empolgando seus torcedores.

Como meu time já não está mais disputando o seu estadual há uns 15 dias, resolvi acompanhar os jogos desse meio de semana com a maior imparcialidade possível, para ver se realmente os torcedores estão empolgados com seus estaduais.

E o que eu vi é exatamente o contrário disso.

Os estádios, em sua grande maioria, não receberam um bom público e tivemos uma baixa ocupação nesses jogos decisivos.

O caso mais gritante foi, sem dúvida alguma, do Campeonato Carioca, onde os dois jogos realizados não ocuparam 15% do Maracanã. Detalhe é que um desses dois jogos era do time com a maior torcida do país e o outro era um clássico estadual.

Veja abaixo a tabelinha que eu fiz com o público e taxa de ocupação dos estádios nos jogos dessa semana dos principais campeonatos estaduais:

A tabela acima mostra os jogos dos principais Campeonatos Estaduais nesse meio de semana, o público pagante e a capacidade de cada estádio.

A tabela acima mostra os jogos dos principais Campeonatos Estaduais nesse meio de semana, o público pagante e a capacidade de cada estádio.

Na média (e toda média é burra) a taxa de ocupação foi de 27% dos estádios, com pouco mais de 11.100 pagantes por jogo.

Pouco, muito pouco, principalmente se compararmos ao exemplo clássico da Bundesliga, que tem uma taxa de ocupação acima de 70%, chegando ao absurdo do Bayern de Munique com 98% de ocupação do Allianz Arena.

Mas, trazendo para a nossa realidade, poderíamos comparar, também, com o campeonato Brasileiro da Série A do ano passado, que teve como média de ocupação em 40%.

Ainda é pouco?

Sim, mas leve em consideração que essa média do Brasileirão é de todos os 380 jogos, desde a primeira rodada até a a última, e a média apresentada na tabela acima é só do início das fases eliminatórias dos estaduais, sem contar os sem-número de jogos que já ocorreram nas fases preliminares com bem menos público.

Nem o Campeonato Pernambucano, que quando eu escrevi que era o mais chato e previsível dos estaduais fui criticado por alguns torcedores locais no Facebook, não empolga tanto. Lá, o Hexagonal final teve um clássico na quarta-feira entre Santa Cruz x Sport com a presença de pouco mais de 13 mil empolgadíssimos torcedores, em um estádio que cabe mais que 60 mil. E, detalhe, os dois times estão na briga pela classificação à semifinal.

Motivos para essa pouca empolgação são muitos: alguns jogos transmitidos ao vivo pela TV (caso de São Paulo e Flamengo); jogos às 22 horas; times de pouca tradição no cenário nacional; confrontos de baixíssimo nível técnico; entre outros.

Mas o principal motivo, na minha opinião, é que todo mundo já sabe nas mãos de quem vai ficar o título estadual: em São Paulo, apesar da eliminação precoce de Corinthians e São Paulo, duvido que Penapolense ou Ituano vão conquistar o caneco; No Rio de Janeiro a coisa já está muito definida na mão de um grande; a final do Gaúcho é, de novo, entre Grêmio e Inter; no Paraná é quase certo que dê Atle-tiba; Em Minas, que não teve jogo nesse meio de semana, Cruzeiro e Galo já estão praticamente na final; na boa terra 98% de chances de termos mais um Ba-Vi; e em Pernambuco, corto minha mão se um dos três não for o campeão (Sport, Santa Cruz ou Náutico).

E exatamente por isso que os estaduais são duros de empolgar o Futebol em Terras Brasilis.

Corrigindo: graças ao leitor Rodrigo (vide comentários) a capacidade atual do Maracanã é de 73.531, o que daria um percentual de ocupação no jogo do Flamengo de 4,93% e no clássico de ontem de 13,57%. No total dos dois jogos a ocupação média ficou em 9,25%.

Os principais jornais, os principais portais e blogs e os principais programas esportivos da nossa mídia estão dando destaque hoje ao grande clássico que tivemos nesse final de semana.

E, dizem, foi um jogão!

Eu não vi, mas acredito que tenha sido mesmo, afinal o placar final do confronto foi 4×3. E um jogo com 7 gols deve mesmo ser considerado um jogão.

O único problema que eu vejo nisso é que o tal grande clássico não foi o Santos x Palmeiras pelo campeonato paulista, tão menos o Náutico x Santa Cruz pelo campeonato pernambucano e quanto menos o Paysandu x Remo, pela Copa Verde, todos ocorridos no Futebol em Terras Brasilis.

Não.

O grande clássico a que todos tem dado uma enorme atenção foi Real Madrid x Barcelona, pelo campeonato espanhol.

É lógico que é impossível passar desapercebido por um jogo que envolve Messi, Cristiano Ronaldo, Neymar, entre tantos outros craques do futebol mundial, principalmente no mundo da informação globalizada em que vivemos.

Ok.

Mas daí a este jogo tomar o espaço de destaque em todas as mídias nacionais, como por exemplo ser foto de capa dos jornais Estado de São Paulo e Folha de São Paulo, vai uma distância muito longa.

E a culpa, ou responsabilidade, disso não é dos veículos de imprensa, que fazem o seu papel em dar destaque àquilo que mais atrai a atenção de seu público consumidor. A culpa, ou responsabilidade, é sim daqueles que administram o nosso futebol que a cada dia que passa está mais enfraquecido diante de outras opções de lazer.

Concomitantemente a isso, é lógico, existe todo o trabalho feito pela UEFA em fortalecer o seu produto, e o de suas ligas, nos mercados emergentes do futebol (lê-se principalmente Ásia).

Porém, em um país em que o futebol já é bem estabelecido, com um público bem formado, com times fortes capazes de fazer frente, ao menos dentro do campo, aos principais clubes Europeus, o efeito desse trabalho da UEFA deveria ser minimizado por um trabalho também bem eficiente de gestão de seus produtos (campeonatos), o que certamente não acontece.

É até injusto tentar comparar a atenção que um Santos 2×1 Palmeiras, com ambos já classificados para o chato Campeonato Paulista, pode atrair à um jogo deste porte.

Mas o fato é que, enquanto nossos times jogam campeonatos com pouquíssimo apelo, enquanto tratamos os torcedores como gado dentro e fora dos estádios, enquanto os dirigentes dos clubes acham que o “inimigo” é o clube rival e enquanto a violência e impunidade caminharem de mãos dadas no dia a dia do futebol, essa situação só tende a piorar.

Porque serão cada vez menos pais que levarão seus filhos aos estádios (dificilmente eu levarei minha filha em um), cada vez teremos mais crianças que gostam de futebol mas não se identificam com os clubes nacionais e, no longo prazo, cada vez teremos mais consumidores consumindo (com o perdão do pleonasmo) o futebol estrangeiro em detrimento ao nacional, como eu já escrevi uma vez.

Um grande exemplo disso é o fato da Globo ter colocado em sua programação, depois de muito tempo, a transmissão das fases eliminatórias da Champions League nas tardes de quarta-feira. O produto veio a calhar para a Globo, que devia ter uma audiência baixíssima para aquele horário (com as Sessões da Tarde e Malhações da vida) e passou a atender uma demanda cada vez mais latente.

Quanto tempo falta para o futebol Europeu entrar também na grade do final de semana da principal rede de televisão do país?

É lógico que esse é um processo lento, não será do dia para a noite que os grandes clubes brasileiros sofrerão seus efeitos, e até por isso que eu acredito que nada será feito. Mas, ao mesmo tempo que é lento, é constante. Cada vez estamos mais “invadidos” pelo velho mundo quando o assunto é futebol e isso pode chegar ao ponto de ser um processo sem volta.

Do jeito que a coisa anda, quando tivermos um clássico entre Santos x Palmeiras, possivelmente ouviremos as crianças do futuro perguntando: “De qual clássico estamos falando mesmo?”.

Com o intuito de comprovar a chatice que é a grande maioria dos estaduais, o blogueiro aqui decidiu fazer uma brincadeira tendo como base o Ranking do Blog FTB.

A brincadeira consiste em comparar a pontuação dos principais times de cada estado em nosso Ranking, com relação a pontuação dos demais times do mesmo estado. Por exemplo, relacionar a pontuação de Corinthians, São Paulo, Santos e Palmeiras contra todos os outros times de São Paulo que já pontuaram no nosso Ranking.

Como todos os times que disputam seus campeonatos estaduais são capazes, ou teoricamente teriam condições de, conquistar ao menos algum título, entendemos que esse coeficiente encontrado pode ser um retrato mais fiel do que esperar de cada um dos estaduais analisados.

Ao resultado dessa divisão daremos o nome de Coeficiente da Chatice.

Ou seja, quanto maior o resultado, maior a chatice do campeonato em questão (mais fácil será, por exemplo, de se prever quais times têm mais chances de serem campeões).

Quanto mais próximo de 1 for o coeficiente, menos chato é o campeonato.

Como principais times de cada estadual eu separei os seguintes:

Campeonato Baiano: Bahia e Vitória;

Campeonato Cearense: Ceará e Fortaleza;

Campeonato Goiano: Goiás;

Campeonato Mineiro: Atlético Mineiro e Cruzeiro;

Campeonato Paraense: Paysandu e Remo;

Campeonato Paranaense: Atlético Paranaense e Coritiba;

Campeonato Pernambucano: Náutico, Santa Cruz e Sport;

Campeonato Carioca: Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco da Gama;

Campeonato Gaúcho: Internacional e Grêmio;

Campeonato Catarinense: Avaí, Criciúma e Figueirense;

Campeonato Paulista: Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo.

E, para que o leitor possa ter um efeito maior de comparação, a mesma conta foi realizada isolando a pontuação de cada time nas competições nacionais (Brasileirão e Copa do Brasil) e comparando os doze principais clubes do Futebol em Terras Brasilis com relação aos demais 65 times que já pontuaram nesses campeonatos.

E o Coeficiente das competições nacionais foi de 3,22.

Algo bem próximo de 1.

Veja no quadro abaixo qual é o Coeficiente de Chatice dos 11 principais campeonatos estaduais:

Coeficiente da ChaticeAqui vai uma atenção especial para o Campeonato Pernambucano.

De 1959 até o ano passado, o estadual de Pernambuco ficou na mão de apenas três times: Sport (22 vezes), Santa Cruz (19 vezes) e Náutico (14 vezes). Da mesma forma, apenas esses três times pontuaram em quaisquer outras competições que o nosso Ranking contempla.

Como é impossível se dividir algo por zero, colocamos o numeral 100 no Coeficiente de Chatice do Campeonato Pernambucano para representá-lo como o mais chato entre os onze torneios analisados.

Afinal, desde 1959 sabemos que o título ficará ou com Sport, ou com Santa Cruz ou, quem sabe, com o Náutico.

Logo depois do Pernambucano, vem o Campeonato Carioca e em terceiro colocado o Campeonato Mineiro.

Dois campeonatos que qualquer criança sabe que vai terminar na mão de um dos seis grandes.

Entre os campeonatos “menos chatos”, o que não significa dizer que são legais, estão o Paulista, o Paranaense e, aquele que mais se aproxima das competições nacionais, o Catarinense.

Santa Catarina, inclusive, é o estado que mais campeões diferentes produziu de 1959 até 2013 (entre os onze estaduais listados). Lá, nada menos do que 15 equipes conquistaram o título estadual ao menos uma vez nesse período.

O que, se não transforma o Catarinense num campeonato de encher os olhos, ao menos não parece ser tão óbvio o seu resultado final quanto outros campeonatos por aí.

O zagueiro Paulo André, durante entrevista coletiva no CT Corinthiano.

O zagueiro Paulo André, durante entrevista coletiva no CT Corinthiano.

Toda vez que o zagueiro Paulo André, do Corinthians, dá uma entrevista é assim: vira e mexe o assunto cai na gestão do Futebol em Terras Brasilis.

Também, pudera, o cara é sem dúvida um dos principais líderes do Bom Senso FC e, como tal, deve atrair diversas perguntas dos jornalistas que cobrem o dia a dia do Timão com relação à opinião dos jogadores, e do movimento, sobre os mais diversos assuntos da gestão desse esporte no país.

E na entrevista de ontem não foi diferente.

O jogador disse, entre outras coisas, que não pagaria para ver um jogo do Campeonato Paulista. Certamente essa opinião, se fosse questionada a ele, se estenderia para os demais campeonatos estaduais do país.

É muito bom ver, e ouvir, jogadores que pensam fora das quatro linhas. Paulo André, Rogério Ceni, Alex (meia do Coxa), são exemplos de caras que conseguem expressar sua opinião sem cair na mesmice que geralmente é a entrevista da maioria dos jogadores.

Nessa entrevista, ao menos em duas perguntas que eu vi, o zagueiro disse ainda que os estaduais são desinteressantes, chatos e que todo mundo já sabe quem vai se classificar para as fases decisivas. Além disso, o zagueiro disse algo que até hoje parece que nenhum dirigente do nosso futebol percebeu: que o público, que eu chamaria de consumidor, prefere ir à praia do que ao estádio.

E, é nesse ponto que temos que nos atentar.

Acessibilidade ruim, ingresso caro, alto risco de violência e espetáculo de baixo nível técnico são os motivos que o zagueiro citou para justificar que as médias de público dos nossos campeonatos são mais baixas do que, por exemplo, do Campeonato Australiano de futebol. Ou da MLS, a liga norte-americana.

Quem prefere ir à praia também corre o risco de violência, risco esse que corremos em qualquer lugar do nosso país, mas essa pessoa que opta pelo litoral, tem problemas de acessibilidade? Não vou falar de ingresso, afinal a praia é pública, mas os custos nela, são tão ou mais caros do que em um estádio?

Podemos pegar outro exemplo qualquer.

Que tal o cinema? Programinha básico de muitos brasileiros por aí, que adoram acompanhar os lançamentos da telona, levar seus filhos para ver alguma animação de Walt-Disney, ou assistir aquele cult iraniano que ninguém nunca tinha ouvido falar.

Certamente no cinema a acessibilidade é muito boa. O risco de violência até existe, mas é bem menor (afinal não terão vândalos dentro da sala de projeção torcendo para este ou aquele ator). O valor do ingresso é menor do que o de muitos estádios por aí, mas pode se equivaler a muitos outros (dependendo da região). E o espetáculo, ah esse certamente é de melhor nível técnico.

O que sobra para o futebol? A emoção, a paixão.

Mas que nem sempre é suficiente para levar um bom público a um Vasco x Friburguense, ou a um Cruzeiro x CRT ou a um Grêmio x Aimoré.

Eu sou um típico torcedor que trocou as arquibancadas, e todos os problemas para se chegar e estar nelas, pelo conforto da minha sala, com minha cervejinha gelada sempre à mão e alguns petiscos para acompanhar.

E enquanto os dirigentes não se atentarem que os maiores rivais dos clubes brasileiros estão fora das quatro linhas (como sempre bem disse o ótimo Erich Betting) essa situação vai continuar por longos e longos anos.

… quem faz o esquenta inicial são os estaduais.

Mas, vamos falar a verdade, que “esquenta” mais morno esse hein?

Os grandes clubes do país ainda estão capengando pela falta de um melhor preparo físico e técnico, e mesmo capengando continuam sendo senhores dos seus estados.

Dos quatro principais estaduais do país (SP, RJ, MG e RS), apenas no Carioca não temos todos os grandes entre os primeiros das suas fases iniciais.

Mas logo ficarão.

Porque aposto que nem Botafogo, nem Fluminense, não irão se classificar entre os quatro primeiros colocados de um campeonato que conta com  Bonsucesso, Boa Vista ou Resende. E, se caso algum deles não se classificar, podem ficar tranquilos que a Federação Carioca muda o regulamento para o próximo ano, fazendo com que se classifiquem 8 ao invés de 4 (assim como fez a Federação Paulista uns anos atrás).

O Mecão recebeu e venceu o Confiança, na inauguração da Arena das Dunas.

O Mecão recebeu e venceu o Confiança, na inauguração da Arena das Dunas.

No Nordeste, onde o que conta mesmo é a Copa do Nordeste, os estaduais estão mais esvaziados ainda, já que os 16 clubes que estão na competição regional só entram nos estaduais em suas fases finais.

Ah, e a Copa do Nordeste, essa sim merecendo mais destaque do que os Paulistinhas ou Cariocões existentes por aí, já chegou à metade da primeira fase, tendo todos os times completado 3 jogos.

Se findasse agora, América-RN, Vitória, CSA, Santa Cruz, Ceará, Potiguar de Mossoró, Guarany de Sobral e Náutico estariam classificados para a próxima fase, com destaque para o América de Natal que segue como único time com 100% de aproveitamento.

E, para provar que a Copa do Nordeste é uma solução bem melhor aos estaduais, na inauguração da Arena das Dunas, palco da Copa do Mundo de 2014, o Mecão lotou o estádio e já colocou, em um só jogo, mais torcedores do que todos os jogos do Campeonato Carioca pôs de gente nos seus estádios.

É um elefante branco contra diversos cinzas…

O bom é que nessa semana temos estréia de dois brasileiros na principal competição continental e aí não teremos mais que nos contentar apenas com os “Atléticos de Sorocaba” da vida.

imagesMuitos torcedores e leitores desse blog podem até não saber, mas hoje tem clássico no Futebol em Terras Brasilis.

Clássico que poderia ocorrer também durante o Brasileirão 2014, mas que não se repetirá no principal campeonato do país porquê um de seus protagonistas foi rebaixado no ano passado, enquanto que o outro subia da Série B para a A.

Sport e Náutico entram em campo hoje, na Ilha do Retiro, em jogo válido pela segunda rodada do Grupo D da Copa do Nordeste 2014, ou o Nordestão 2014.

Segunda rodada que começou ontem, com jogos válidos pelos grupos A, B e C, e que será finalizada na noite dessa quinta-feira com mais dois jogos: também válido pelo Grupo D o Guarany de Sobral recebe o Botafogo-PB, enquanto que pelo Grupo A o América-RN pega o Sergipe em Natal.

É certo que a Copa do Nordeste ainda não “pegou no breu”, mas acho que o clássico dessa noite pode dar a ajuda que o torneio precisava para passar a atrair mais a atenção da mídia e da torcida. Apesar de estar nos jogos iniciais, vale lembrar que, conforme postou o Juca Kfouri em seu blog, a Copa do Nordeste teve uma média de público superior aos campeonatos estaduais de Rio e São Paulo na sua primeira rodada.

Sinal de que é muito mais agradável ver o seu time jogar contra um rival de mesmo “peso” e tradição de outro estado, do quê contra os timecos que existem nos diversos estaduais por aí.

Com 16 equipes dividas em 4 grupos, um formato bem básico de disputa, a Copa do Nordeste atrai e agrada aos torcedores nordestinos, que são extremamente apaixonados por futebol, exatamente porque proporciona jogos de maior interesse, decisivos e contra adversários que não são, em sua grande maioria, esses timecos que muitos estaduais têm.

Pena que nem todos os dirigentes do nosso futebol enxergam isso.

Estaduais:

Pouco vi dos campeonatos estaduais até agora.

Pra você ter uma ideia, ontem com jogo do Corinthians passando na TV, preferi ver o filme oficial da Copa do Mundo de 1954, que passou na Sportv.

E não me arrependi.

Mas, o que tenho ouvido e lido a respeito dos três principais estaduais do país (SP, RJ e RS) é o mesmo de sempre: os times do interior são muito fracos mas, por terem uma pré-temporada maior, vêm engrossando um pouco o caldo para os times grandes.

Situação essa vista, revista e até prevista por qualquer um que acompanhe, só um pouquinho, o nosso futebol.

Como também é previsível que os campeões desses estaduais serão um dos grandes de cada estado com uma mínima possibilidade da final ser contra um time pequeno.

Ah, e só fui saber que o Corinthians goleou o Paulista por 1×0 hoje de manhã.

No mundo do Futebol em Terras Brasilis, hoje é o dia que tudo volta ao normal.

Depois de termos sediado e conquistado de forma magnífica a Copa das Confederações, hoje a rotina do futebol nacional volta aos eixos, tendo rodada cheia da Série B do Brasileirão.

Como eu havia prometido antes da Copa das Confederações, aqui vai um pouco sobre o que aconteceu nas quatro divisões do nacional antes da parada, e o que pode acontecer daqui pra frente. Também vou atualizar, nesse post, o resultado de mais alguns estaduais que terminaram antes da parada do calendário.

Série A:

Com retorno previsto para o próximo final de semana, pouca coisa de interessante aconteceu nas cinco primeiras rodadas. Coritiba e Vitória, primeiro e segundo colocados na classificação, não devem se manter nessas posições por muito tempo, embora eu acredite que o Coxa possa terminar a competição entre os dez primeiros.

Os grandes que mais decepcionaram até agora foram Corinthians, Fluminense e Atlético Mineiro, sendo que desse três o Galo e o Tricolor tiveram a desculpa de disputar a Libertadores simultaneamente com as cinco rodadas do Brasileirão. O Galo, que entrará em campo pela competição continental amanhã, continuará com essa desculpa por mais uns dias.

Na parte de baixo, entre os grandes a situação que mais preocupa é a do Santos e a do Flamengo, ambos com 5 pontos e passando por períodos de turbulência.

Série B:

Com a grande estrela sem ainda ter brilhado como dela se espera, a Série B do Brasileirão, que terá sua sétima rodada disputada hoje, conta com a liderança e a vice liderança nas mãos de times Catarinense: Chapecoense e Joinville, com 16 e 15 pontos sucessivamente, ocupam as duas primeiras colocações.

O Palmeiras vem logo em seguida, com 12 pontos, e empatado com o América Mineiro.

Como o campeonato é longo, tal qual a Série A, fica complicado fazer projeções, mas é certo que o Alviverde deve despontar nas próximas rodadas, e subirá sem maiores sustos.

Na parte de baixo da tabela, Paysandú, Guaratinguetá, América-RN e ABC ocupam a zona de rebaixamento, que também cerca de perto Icasa, ASA, Atlético Goianiense e Ceará.

Tudo ainda muito embolado.

Série C:

Com duas rodadas disputadas até o momento a Série C conta com o Fortaleza e o Caxias como líderes dos Grupos A e B respectivamente.

Esse ano a terceira divisão do futebol brasileiro conta com 21 clubes, 11 no Grupo A e 10 no B, por conta de toda confusão ocorrida na definição dos times que disputariam o campeonato do ano passado. Por isso teremos a queda de 5 clubes para a divisão inferior, 3 do Grupo A e dois do B.

No momento, embora seja muito cedo para se preocupar, Brasiliense, Treze da Paraíba, Rio Branco do Acre, Betim e CRAC estariam rebaixados.

Série D:

A quarta e última divisão nacional é disputada por 40 times, divididos em 8 grupos regionais. Até o momento foram disputadas duas rodadas, com destaque para Nacional-AM, no Grupo A1, Tupi-MG e Nova Iguaçu-RJ, no Grupo A6, e Juventude-RS no Grupo A7 que conquistaram duas vitórias nos dois primeiros jogos.

Essa divisão não tem rebaixamento, uma vez que são os estaduais que definem seus participantes.

Estaduais:

Pouco antes da parada no calendário tivemos a definição de mais dois campeonatos estaduais pelo país.

No Maranhão o time homônimo conquistou seu 15o título ao derrotar o Imperatriz por 2×1 na decisão. A conquista rendeu ao Maranhão Atlético Clube 50 pontos, que o colocaram na posição mais sexual do nosso Ranking.

E no Tocantins o Interporto conquistou seu segundo título estadual, o outro havia sido em 1999, ao empatar em 2×2 com o Gurupi e evitando assim que seu adversário conquistasse o tetracampeonato.

Da mesma forma o Interporto conquistou mais 50 pontos em nosso Ranking e ocupa agora a 102a colocação.

Pra falar a verdade, um deles é Tri-Campeão e o outro é Tetra-Campeão!

Torcedores do Santa Cruz, no Pernambuco e Coritiba, no Paraná, foram aqueles que mais dormiram felizes nessa noite de Dia das Mães!

O Santinha, que vem renascendo das cinzas depois de um longo período de muitas decepções, ganhou o Tri ao derrotar, novamente, seu arqui-rival Sport em plena Ilha do Retiro.

Já o Coxa conquistou seu quarto título consecutivo em sua casa, ao também derrotar seu arqui-rival Atlético por 3×1, numa partidaça do meia Alex! Tamanho domínio do Coxa nos últimos quatro anos é reflexo, também, de um belo trabalho de reestruturação administrativa que o clube vem passando.

E o meu futuro genro Felipe, Furacão roxo que é, teve seu primeiro Dia das Mães mais triste do que gostaria. Que sua mamãe, Edenis, ao menos tenha tido um belo dia!

Com as conquistas Coxa e Santa acumularam 200 e 100 pontos a mais, respectivamente, em nosso Ranking.

Mais decisões:

Muitos outros campeonatos estaduais tiveram suas finais iniciadas nesse domingo das mamães. Vamos um pouco a eles:

Paulista:

O Corinthians voltou a jogar bem e venceu o Santos por 2×1. O placar dá a vantagem do empate para o Alvinegro da capital, mas o gol do Santos, nos últimos 10 minutos de jogo, foi determinante para manter o time da baixada vivo na competição.

Mineiro:

Mais um show do Galo, mais um show do Ronaldinho Gaúcho. Alguém aí dúvida que ele será convocado para a Copa das Confederações?

O Atlético passou o carro no Cruzeiro por 3×0 e pode perder por até 2 gols de diferença para ser bi-campeão. Tá na mão do Galo, hein?

Baiano:

Mais na mão está o título do Baiano.

O Vitória continua impiedoso com seu rival Bahia na nova casa do adversário, e meteu uma impressionante goleada por 7×3 em plena Fonte Nova.

O Rubro-Negro pode perder por até 4 gols de diferença no jogo de volta, no Barradão, que será campeão do estadual.

Nos três confrontos Ba-Vi nessa nova Fonte Nova o Rubro-negro venceu os três, tendo marcado 14 gols e sofrido apenas 5. É melhor o Bahia voltar a mandar os clássicos no Pituaçu…

Catarinense:

O Criciúma, jogando em casa, venceu o Chapecoense por 2×0 e agora pode até perder por um gol de diferença que será campeão depois de 8 anos.

Cearense:

Guarany de Sobral e Ceará começam a decidir o título nessa quarta-feira com o Vovô jogando o segundo jogo em casa.

Goiano:

Atlético e Goiás empataram o primeiro jogo em 0x0. O Esmeraldino joga por mais um empate para ser campeão, enquanto que o Rubro-negro precisa de uma vitória, simples, para levantar o caneco.

Paraense:

O Paysandú está muito próximo de garantir mais um título estadual. Venceu o Paragominas, por 4×0, na casa do adversário e agora pode perder por quatro gols de diferença em casa, para ser campeão.