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Nessa semana o novo presidente da Conmebol, Sr. Eugênio Figueredo, deu uma declaração sobre o formato e a quantidade de times que disputam atualmente a Taça Libertadores da América. Para o novo presidente, a Libertadores deveria voltar a ser disputada apenas por 20 clubes, sendo 2 de cada país afiliado da Confederação.

Essa fórmula de disputa perdurou até o ano de 1999. Em 2000 tivemos a ampliação no número de participantes para 34 equipes, sendo que duas eram eliminadas numa fase preliminar.

De acordo com o Sr. Eugênio, uma redução no número de clubes participantes melhoraria a qualidade dos jogos e, por conseqüência, da competição.

Discordo! Como também discordo do atual formato da Libertadores!

Atualmente temos 38 clubes classificados para a disputa do torneio, sendo que 12 equipes disputam a fase preliminar e, destes, 6 avançam e se juntam a outros 26 para a disputa da fase de grupos.

Esses 38 clubes são extraídos de 11 países, e é aí que eu vejo o problema.

Possibilitar, por exemplo, que o terceiro colocado do campeonato boliviano dispute a competição é abrir espaço para a perda de qualidade.

Além disso, o presidente da Conmebol se referiu também à falta de material humano para a arbitragem, pois, como se sabe, os árbitros dos jogos são amadores e possuem outras atividades que dificultam uma escala mais regular nas partidas continentais (e não estou me referindo aos árbitros mais conhecidos/famosos).

E aí existe o outro problema: o tempo de disputa! Realizar um campeonato com 38 equipes em apenas 6 meses é extremamente complicado, custoso e força os jogadores a atuarem no limite.

Então, qual seria a solução ideal?

Antes da confirmação do nome de Eugênio Figueredo para a presidência da Conmebol, e logo após a renúncia de seu antecessor, Nicolás Leóz, ouvi um boato na imprensa que o novo presidente da entidade Sul-Americana poderia incluir times dos Estados Unidos na disputa da competição.

Seria uma forma de atrair mais público para o mercado norte-americano de futebol, que vem se reforçando cada vez mais através da MLS (Major League Soccer).

E atrair o mercado norte-americano, ou estadunidense se você preferir, significa também atrair mais dinheiro, mais patrocínios, mais organização!

E seria nesse novo formato que eu apostaria!

A competição continuaria contando com 32 clubes na sua fase principal, porém reduzindo o número de participantes por país e incluindo, além dos times dos Estados Unidos, todos os outros membros da Concacaf.

Com isso, aumentaria e muito o número de países participantes, mas para não inchar demais o campeonato pode-se fazer como é atualmente na Champions européia, com os times de federações menores participando de uma fase preliminar. Lembremos, por exemplo, que na temporada 2011/2012 da Champions o APOEL, do Chipre, chegou às quartas-de-final. Para isso o time cipriota teve que passar por uma fase preliminar antes da fase de grupos.

Por exemplo, as vagas poderiam ser assim distribuídas:

  • Brasil, Argentina e Uruguai ficariam com três vagas diretas e uma na preliminar;
  • Chile, México, Estados Unidos, Paraguai e Colômbia com duas vagas diretas e uma preliminar;
  • Equador, Peru, Costa Rica, El Salvador e Venezuela ficariam com uma vaga direta e uma na preliminar;
  • Os demais países afiliados teriam uma vaga na fase preliminar apenas.

Dessa forma teríamos 50 times na fase preliminar, que poderia ser também sub-dividida, exatamente como também é na Europa, com países piores colocados no Ranking da FIFA se eliminando primeiro e os “menos piores” entrando depois, filtrando até sair oito equipes para compor a fase de grupos.

Aí o leitor desse blog, que muito observador que é, pode perguntar: e a questão da distância? Afinal, Nova York é muito mais distante de Buenos Aires do quê Londres é de Berlim, por exemplo.

Para isso a disputa deveria se estender pelo ano todo, iniciando em março e terminando em novembro, e a fase de grupos, que tem mais jogos, poderia ser mais regionalizada, evitando deslocamentos muito grandes no início da competição.

E a vaga da Concacaf no Mundial, como ficaria?

Bem, primeiro que o atual formato da Copa de Mundo de Clubes da FIFA permite uma redução dessa forma, uma vez que a FIFA dá ao país organizador do torneio uma vaga para um representante seu. Com isso, atualmente sete clubes disputam o torneio Mundial.

Reduz-se um e ficamos com 6.

Outra possibilidade é garantir a presença de dois clubes dessa nova Libertadores, ou seja pegaria o melhor colocado da Conmebol e da Concacaf para a disputa do Mundial. Obviamente um deles seria o campeão da Libertadores e o outro não.

Afinal, quando falamos do continente América não nos referimos apenas à do Norte ou à do Sul.

E aí, ao invés de Libertadores da América, poderíamos passar a ter uma America’s Liberators!!!

Na tarde dessa quinta-feira ocorreu, na Conmebol, o julgamento do caso da morte de um adolescente no jogo entre San José e Corinthians.

E, diferente do que ocorreu na grama sintética do jogo de ontem, dessa vez o Corinthians saiu vencedor.

Mesmo após mais um caso de violência envolvendo torcidas organizadas brasileiras, a Conmebol passou a mão no filiado predileto da CBF e liberou o público para os jogos no estádio do Pacaembu, quando o Timão for mandante.

A punição manteve-se para os jogos em que o Alvinegro for visitante, mesmo que jogando na capital paulista, só que agora por 18 meses e válida para as duas competições da confederação continental.

Uma punição muito branda, que não servirá de exemplo para ninguém, e que permitirá ao Corinthians voltar a usar a força de sua torcida nos jogos em casa.

Ao que parece, a morte do rapaz serviu mais para a Conmebol apresentar ao mundo uma posição teoricamente séria frente aos seus clubes logo de início, mas depois que a poeira baixou a coisa voltou a ser como era.

E os casos de violência na competição Sul-Americana continuam.

Ontem foi a vez da torcida Mancha Alviverde atacar os jogadores do Palmeiras no aeroporto de Buenos Aires, após a derrota por 1 a 0 para o fraco time do Tigre.

Derrota essa que não justifica a agressão. Pra falar a verdade, nada justifica a agressão.

Agora o presidente da equipe Alviverde vem a público informar que não dará mais ingressos para as torcidas organizadas e que espera que a justiça prenda os agressores.

Parece mais uma bravata igual a que a Conmebol fez no caso do garoto boliviano, pois todos sabemos que mais dia, menos dia, o Palmeiras estará entregando ingressos para seus torcedores organizados.

E assim vamos caminhando, matando, agredindo e sorrindo para as câmeras.

Dizer que isso é prejudicial ao esporte já virou “chover no molhado”. Pedir providências às autoridades já não adianta mais.

Talvez o problema seja maior, muito maior.

Talvez não, certamente ele é.

E aí, não cabe a um simples blogueiro tentar resolvê-lo em poucas linhas.