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Por conta de compromissos profissionais eu viajei para a pitoresca cidade mineira de Itanhandu, pouco mais de 250km de São Paulo, para realizar uma reunião que tinha previsão de início às 10 horas e uma duração, também prevista, de 3 horas.

Os detalhes agora não importam, mas eu acabei saindo da reunião às 14hs30min, pegando a estrada de volta para a minha casa já com a certeza de que eu não veria o jogo da Seleção Brasileira contra a Celeste Olímpica. O que me deixou bem, mas bem decepcionado.

Contando ali com uma parada na Churrascaria Alto da Serra, em Passa Quatro (também Minas), cheguei à frente de uma televisão apenas com 20 minutos do primeiro tempo, quando parei em posto da Via Dutra para tomar um café e dar aquela aliviada na bexiga.

Assisti no máximo 5 minutos no jogo e pouco pude concluir. Ainda estava 0x0 e na parte do jogo que eu vi absolutamente nada de importante aconteceu.

Segui meu caminho, tentando sintonizar o rádio do carro em alguma estação que estivesse transmitindo o jogo, enquanto dirigia entre caminhões, carros apressados e algumas motos. Óbvio que não consegui sucesso e me conformei em esperar chegar mais próximo de São José dos Campos com a esperança que essa grande cidade me proporcionasse uma sintonia melhor.

E foi exatamente o que aconteceu. Só que já eram 17hs25min e, quando consegui uma sintonia, Graças à Deus, foi logo na Bandeirantes, ouvindo a transmissão de José Silvério com os comentários de Mauro Betting, os melhores na narração e nos comentários do rádio paulista, na minha opinião.

E, da hora que eu havia visto na TV até o momento da sintonia, muita coisa já havia acontecido. O Uruguai perdeu um pênalti com Forlán, o Brasil já havia aberto o placar com Fred e o Uruguai empatado com Cavani. Só depois eu vim a saber que o pênalti brilhantemente defendido por Júlio César havia sido logo no começo do jogo, antes da parte que eu vi na TV.

Continuei ouvindo, aflito, torcendo por no mínimo mais um gol, para colocar a Seleção na final, ou por mais dois, que além de nos colocar na final também me fariam acertar o placar cheio no Bolão do blog.

Optei por continuar meu caminho pela Rodovia Carvalho Pinto / Ayrton Senna, pois o limite de velocidade é maior e o movimento de caminhões, principalmente, é menor.

O jogo caminhava para o seu fim, com uma prorrogação à vista quando, incentivado por aquela famosa última tentativa, o time Canarinho foi ao ataque aproveitando-se também da energia do jovem Bernard, que acabara de entrar no lugar do apagado Hulk, e da tática Uruguaia, de se fechar no campo de defesa para forçar a decisão na suposta prorrogação.

Num desses lances de pressão final surgiu um escanteio, ao mesmo tempo que eu entrava num trecho da rodovia com alguns túneis (para quem conhece, próximo a Jacareí).

O que eu vou escrever agora vai muito de você acreditar ou não e eu tenho certeza que ao menos um dos leitores desse blog vai sim acreditar.

Enquanto o José Silvério se preparava para narrar a cobrança do escanteio, eu, dividindo minha atenção entre os movimentos dos carros na estrada e o que era falado pelo excelente narrador, falei: “O gol taí!”, numa sempre justa homenagem ao célebre dono dessa frase, Sr. Jerônimo Soares.

E entrei no túnel.

E os parcos segundos, uma vez que o túnel não era tão extenso, que eu demorei para conseguir sintonizar novamente o rádio, imaginei o gol da Seleção Brasileira, exatamente como sempre o Silvério os narra.

Foi aí que a magia do futebol aconteceu novamente, ao menos para mim.

Ao sair do túnel e recuperar a sintonia qual não foi a minha alegria ao ouvir, vindo do rádio e com o som de uma multidão gritando ao fundo, a voz de José Silvério falando “oooooool de Paulinho!!!”.

Puta que pariu, não é que tinha dado certo!!! Paulinho, num cruzamento perfeito do Neymar, subiu mais alto que todo mundo e pôs o Brasil na final da Copa das Confederações!

Impossível não lembrar que o mesmo Paulinho, no ano passado, havia feito um gol parecido pelo meu Corinthians contra o Vasco, pelas quartas de final da Libertadores!

Mágico!

E, assim, com um túnel no meio do gol, a frustração se transformou em satisfação e eu pude concluir meu caminho tranquilamente.

E se você quer ouvir a narração perfeita de José Silvério basta clicar aqui!