Posts Tagged ‘Tite’

Titebilidade ou empaTite, qual será a imagem que ficará do treinador no Timão?

Titebilidade ou empaTite, qual será a imagem que ficará do treinador no Timão?

O Corinthians ainda tem três jogos para tentar conquistar mais um título na temporada 2013.

E, certamente, não estamos falando do título de campeão do Brasileiro, pois este já está bem guardado na Toca da Raposa.

Faltando apenas nove pontos a serem conquistados o Timão não conseguirá nem, por exemplo, uma vaga no G4, que possibilitaria a ida à Libertadores de 2014. Para conseguir essa vaga tem que haver uma combinação de resultados tão grande (não só no Brasileirão), que é melhor nem escrever sobre ela.

Mas o time do até então técnico Tite está a dois empates de mais um título, ou melhor, um recorde: o de ser o time com mais empates no Brasileirão.

Se o 0x0 com o Vasco, na tarde de ontem no Pacaembu, já garantiu o título de time com o maior número de igualdades sem gols da história dos pontos corridos (desde 2003), o mesmo placar deixou o Timão a um empate de igualar a marca conquistada por quatro times desde 2006, quando o campeonato passou a ter 38 rodadas.

Na tabela abaixo você pode ver os líderes no quesito número de empates, considerando apenas os campeonatos disputados em formato idêntico ao atual (pontos corridos com 38 rodadas):

Os campeões do empate!

Os campeões do empate!

O Corinthians de 2013, destacado em vermelho, já está na segunda colocação entre os que mais empataram no Brasileirão nesse período, empatado (que irônico!) com o Vasco de 2010 (que terminou a competição em 11o lugar) e com o Flamengo de 2011 (que terminou em 4o colocado).

Aliás, é impressionante como o Flamengo aparece entre os que mais empataram. Além da já citada campanha de 2011, o Flamengo é um dos recordistas nesse quesito com a sua campanha de 2010 (17 empates), e aparece também com a campanha de 2012, com 14 empates.

Os líderes, como o leitor pode ver na tabela acima, são, além do já citado Flamengo de 2010, Botafogo e Ceará, também em 2010, e o Palmeiras, com a campanha de 2011, todos tendo conquistados 17 empates em 38 jogos.

O Timão de Tite, Pato e companhia, está há um empate de igualar o recorde dos quatro líderes, ou a dois empates de se tornar o campeão no número de empates em uma única temporada. Dos três jogos que restam ao Timão nesse Brasileirão, dois são fora de casa (contra Flamengo e Náutico) e um em casa (contra Internacional).

O duro é saber que, dos três jogos faltantes, dois são completamente “empatáveis” para o Timão.

Desde 2003:

Se incluirmos os anos de 2003, 2004 e 2005, quando o Brasileirão fora disputado por pontos corridos mas com 46, 46 e 42 rodadas respectivamente, os campeões do empate seriam a Ponte Preta de 2003 e o Botafogo de 2004, ambos com 18 empates.

Porém, se levarmos em consideração o número de jogos disputados, os 18 empates de Ponte e Bota nos primeiros anos de Brasileirão por pontos corridos equivalem a 39,1% dos jogos disputados, enquanto que os 17 empates dos quatro líderes desde 2006 equivale a 44,7% dos jogos disputados.

Imagem:

Aí o blogueiro aqui vai se valer de uma máxima que um professor de marketing meu se utilizava, que dizia que não é a primeira imagem que fica, mas sim a última, em alusão ao velho ditado popular que afirma ser “a primeira imagem é a que fica”.

Será que a segunda passagem de Tite no comando do Timão vai ser futuramente lembrada pelos muitos títulos conquistados pelo treinador no Parque São Jorge, ou pela campanha do Brasileirão de 2013, que apelidou o treinador de empaTite?

Libertadores ou rebaixamento:

A briga nas duas extremidades da tabela continua assim, digamos, excitante.

O Goiás entrou de vez na luta por uma vaga na Libertadores de 2014 e já está na terceira colocação do Brasileirão, atrás de Cruzeiro e Grêmio. O time Esmeraldino é a grande surpresa dessa reta final de campeonato!

Aliás, o único que garantiu sua vaga na competição continental pelo Brasileirão, até agora, foi o Cruzeiro.

Grêmio, Goiás, Atlético Paranaense (em duas frentes) e Botafogo lutam para se manter no G4, e torcem desesperadamente contra São Paulo ou Ponte Preta na Taça Sul-Americana (que pode tirar a quarta vaga do Brasileirão, como no ano passado).

Já na ponta de baixo da tabela, quem parece ter surpreendido é o Criciúma, que venceu o Coritiba na casa do adversário e se afastou da maldita ZR, tendo colocado o Coxa pela primeira vez nela (quem diria que isso iria acontecer quando o Coxa liderava o campeonato e o meia Alex jogava o fino da bola, lá pela 15a rodada?).

Além do Coxa, o Vasco da Gama e a Ponte Preta ainda luta para escapar da degola, mas o blogueiro aqui começa a desconfiar que ainda resta apenas uma vaga para a Série B de 2014, visto que Vasco e Ponte já estão com seus rebaixamentos muito bem encaminhados.

Série B:

A confirmação do segundo título da Série B do Palmeiras veio com a vitória sobre o Boa Esporte, no sábado, por 3×0.

Título conquistado e, como era esperado, pouco comemorado. Torcida de time grande tem que comemorar título grande! É justa a comemoração dos profissionais envolvidos na conquista, mas isso não deve, de forma alguma, passar para a torcida.

Também foi confirmado o acesso da Chapecoense, após o empate em 1×1 com o Bragantino.

Sport, Icasa e Ceará, todos com 59 pontos, são os que mais estão próximos das duas vagas restantes, mas podemos incluir também Figueirense e América-MG, com 56 pontos ganhos, ainda como postulantes a uma das vagas.

Parabéns aos campeões Palmeirenses, time ao qual eu me orgulho muito de ter como maior rival, e ao Chapecoense, pelo acesso conquistado oficialmente nesse final de semana.

Série C:

O Santa Cruz-PE conquistou, ao vencer novamente o Luverdense por 2×1, a vaga na final da Série C contra o Sampaio Corrêa.

Os dois jogos da final serão disputados nos dois próximos domingos, com o último e decisivo jogo ocorrendo num já lotado Arruda.

Tite é responsável pela atual fase do Timão?

Tite é responsável pela atual fase do Timão?

Sempre que vemos um time grande em crise, ou seriamente ameaçado por um rebaixamento, ou com uma série de derrotas muito longa, ou até com uma eliminação inesperada, a primeira coisa que os teóricos da bola citam é um erro de planejamento.

A bola da vez, para a delícia de muitos comentaristas por aí, é o Corinthians. Tudo está errado no planejamento do time do Parque São Jorge.

Até outro dia quem ocupava esse “cargo” na imprensa esportiva era o São Paulo. E o Vasco da Gama também tem sempre sido eleito no Rio de Janeiro como o “vilão do planejamento”.

Pois bem. Mas, o que seria realmente um erro de planejamento para um clube de futebol?

Porque, no futebol, todas as opiniões são movidas pela paixão. Paixão de quem dirige o clube, paixão de quem joga no time, paixão de quem é colunista (ou tem um mero blog como eu) e, principalmente, paixão do torcedor.

E, num ambiente tão apaixonante e apaixonado como este, como se define o que é ou não é um bom planejamento?

Quando um time mantém um técnico, por exemplo, e ganha títulos todos afirmam categoricamente que esse clube teve um bom planejamento. Se os títulos não vem e o técnico é mantido, os dirigentes são acusados de teimosia e burrice.

E o caso do Corinthians é extremamente simbólico nesse sentido. Há questão de seis meses atrás ninguém, nenhum torcedor, dirigente ou jornalista, poderia afirmar que o Timão havia errado em seu planejamento ao manter o técnico Tite para este ano.

Agora já se ouve muito, mas põe muito nisso, falarem que é necessário renovar, que é preciso mudar.

Também há seis meses a diretoria do Corinthians era ovacionada por muitos como uma das mais profissionais do Futebol em Terras Brasilis, e a que melhor sabia contratar.

Hoje, Pato, Íbson, Maldonado e Renato Augusto são contratações extremamente questionadas pela torcida e pela imprensa.

Particularmente esse blogueiro aqui acredita que a contratação do atacante Alexandre Pato foi sim um erro de estratégia, não de planejamento, da diretoria do Timão. E ouso a crer que grande parcela dessa crise vivida pelo Corinthians, principalmente no segundo semestre, se deve à chegada do caríssimo, porém pouco eficiente, atacante.

E isso eu não escrevo só hoje não. Tenho meu amigo Hélio de testemunha quando ele postou sobre a chegada do atacante ainda em janeiro em seu FB, onde eu fiz coro ao seu descontentamento pela contratação.

Porém, quem poderia acreditar que, mesmo que o jogador não desse certo com a camisa Alvinegra, a crise chegaria ao ponto do Timão passar de candidato ao título do Brasileirão a candidato ao rebaixamento? Ninguém, nenhum teórico da bola ou do planejamento.

E esse caso Corinthiano é muito curioso. Não me lembro de algum time que tenha oscilado tanto de uma temporada para outra, quando em um ano foi campeão da Libertadores e Mundial e no ano seguinte tenha, apesar da conquista de dois títulos de menor expressão, vivido uma crise tão intensa.

E quando eu falo de crise, não é apenas essa crise que a imprensa fica cultivando. É uma crise de qualidade, de criatividade, de personalidade e de vontade. É impressionante assistir aos jogos do Corinthians e ver como falta tudo isso a um elenco que praticamente teve tudo isso de sobra no ano passado.

E é nesse ponto que o planejamento, por melhor que seja, não consegue atuar.

Grande parte do fracasso, isso no mundo corporativo como um todo, do planejamento estratégico está em sua execução, ou seja, na operacionalização daquilo que foi planejado.

E, por melhor que seja esse planejamento, se a tática (e não me refiro à tática do time em campo) e a operação falharem, o planejamento também falha. Certamente eu não sou um especialista em planejamento de clubes de futebol, se fosse não estaria aqui digitando essas linhas para esse blog, e por isso não sei exatamente como funciona a operacionalização da estratégia nesse “ramo de atividade”.

Mas, na opinião desse blogueiro, se está havendo algum erro muito grande no Corinthians, esse erro certamente não é de planejamento, mas sim de execução.

Pato comemorando gol do Corinthians (foto Tom Dib - LANCEPress)

Pato comemorando gol do Corinthians (foto Tom Dib – LANCEPress)

No início de Campeonato Brasileiro mais equilibrado dos últimos três anos, uma situação tem chamado a atenção da mídia esportiva, ao menos aqui em São Paulo: a ineficiência do ataque Corinthiano.

Até ontem o Timão detinha o título de pior ataque da competição,tendo marcado apenas 6 gols em 9 jogos. Após a boa vitória sobre o Grêmio na noite dessa quarta-feira, por 2×0, a situação melhorou um pouquinho e o Timão tem agora o segundo pior ataque, à frente apenas do Náutico que não jogará nesse meio de semana.

Mas, será que isso é uma crise momentânea do Timão? Será que, como se ouve falar por aí na mídia, os jogadores não estariam motivados, devido ao grande número de conquistas que o time teve nos últimos anos? A saída do meia-atacante Jorge Henrique poderia ser, junto com a falta de gols, um sinal de uma crise no ataque Corinthiano?

Recorri aos números para tentar avaliar e entender o que se passa com o ataque do Timão. Para isso, fiz um rápido levantamento do desempenho do ataque Alvinegro nas duas últimas temporadas (2011 e 2012). A óbvia escolha dessas temporadas se dá por serem exatamente as temporadas que o técnico Tite esteve à frente do time Corinthiano (de ponta à ponta), e onde o Timão vem conquistando uma série praticamente ininterrupta de títulos.

Para fazer essa avaliação fiz o levantamento de todos os jogos realizados pelo Corinthians em cada temporada até a décima rodada do Brasileirão, exatamente o ponto em que estamos hoje.

Em 2011 o Timão iniciou o ano sendo eliminado na fase preliminar da Libertadores da América fazendo dois jogos e não marcando nenhum gol. No Paulista daquele ano o Timão foi vice-campeão, tendo realizado 23 jogos e marcado 37 gols. Já no Brasileirão, este foi o ano que o Timão deu uma bela arrancada nos dez primeiros jogos, tendo vencido nove partidas e empatado apenas uma. Com isso, o desempenho do ataque do Corinthians foi notável (perto do de hoje), tendo marcado 17 gols nesses dez jogos.

Em 2012 o Corinthians foi eliminado nas quartas de final do Paulista, onde fez 20 jogos tendo marcado 30 gols. Na Libertadores o Timão foi campeão invicto com 14 jogos realizados e 22 gols marcados. Como de costume para os times que performam bem no torneio continental, os dez primeiros jogos do Corinthians no Brasileirão foram duramente influenciados pela prioridade que o Timão dava à Libertadores. Com isso o Timão marcou 10 gols apenas nesses 10 jogos.

Nesse ano, o título do Campeonato Paulista veio e, com ele um desempenho de 38 gols marcados nos 23 jogos disputados. Na Libertadores o Timão jogou até as oitavas-de-final, tendo feito oito jogos e marcado 11 gols. Tivemos também, além desses campeonatos, a disputa da Recopa Sul-Americana, onde o Timão levantou o caneco fazendo dois jogos e quatro gols no rival São Paulo. E, como já descrito acima, no Brasileirão foram 8 gols em 10 jogos.

À partir disso, com uma calculadorazinha de R$ 1,99, qualquer um pode verificar que, nos períodos citados, a média de gols marcados pelo Corinthians de Tite foram: em 2011 1,54 gols por partida; em 2012 1,41 gols por partida; e nesse ano 1,42 gols por ano.

Ou seja, apesar da pequena queda de 2011 para 2012, a média de gols não teve lá grandes alterações.

Você pode argumentar que o alto investimento nesse setor que o Timão fez no início desse ano, principalmente pela contratação de Alexandre Pato, deveria refletir numa melhora do desempenho do ataque. Pode ser. O que também é um pouco questionável, visto que o técnico Tite tem deixado o atacante muito mais no banco do que em campo, sendo uma opção e não uma salvação.

Mas, pelos números, vimos que o Corinthians, enquanto comandado pelo técnico Tite, sempre teve um ataque com baixa média de gols. As goleadas são raras e os atacantes tem muita responsabilidade em defender.

Essa é a característica do Tite. Como ele mesmo diz, um time equilibrado, que pode até não fazer muitos gols, mas também não os toma.

E essa característica, inegavelmente, vem dando resultados. O técnico já é o terceiro que mais vezes comandou o time e é, de longe, o que mais ganhou títulos no Parque São Jorge.

Então concluímos que esse pode até ser o pior ataque do campeonato.

Mas é, sem dúvida, o melhor também.